quarta-feira, 28 de abril de 2010


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País pode avaliar troca de urânio


Amorim afirma que o Brasil está disposto a analisar proposta para troca de urânio enriquecido no território



Teerã. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou ontem que o Brasil está disposto a examinar uma eventual proposta para a troca de urânio enriquecido iraniano em seu território. O país já havia sido pleiteado para a troca do combustível nuclear, mas nunca recebeu uma proposta formal de Teerã.


"Até o momento, não recebemos nenhuma proposta neste sentido, mas se recebermos uma, consideramos que poderia ser examinada", afirmou Amorim, em visita ao país. O chanceler reuniu-se ontem com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que afirmou que seu país e o Brasil devem trabalhar em conjunto para criar uma "nova ordem mundial.


Amorim já havia dito em fevereiro não ter "preconceito" contra a hipótese de o Brasil ser depositário de urânio enriquecido, desde que esse fosse um pedido feito pela comunidade internacional.


O Brasil defende a ideia de que a Turquia seja a depositária de urânio pouco enriquecido iraniano. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já discutiu a questão no início do mês, em Washington, com o premiê turco, Recep Tayyip Erdogan, e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, como alternativa às duras sanções que o americano vem defendendo.


Pela proposta das potências, sob mediação da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o Irã embarcaria 70% do seu estoque de urânio baixamente enriquecido, que seria convertido na França ou Rússia em cápsulas de combustível compatíveis para produção de isótopos de uso médico.


Teerã recusou a proposta alegando que o projeto de acordo não apresentava as garantias necessárias para a entrega do combustível. Depois disso, o país apresentou uma contraproposta para um intercâmbio gradual e intercalou acenos de diálogo com duras declarações sobre a soberania de seu programa.


Desde então, os Estados Unidos lideram uma campanha por uma nova rodada de sanções no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), à qual o Brasil se opõe.


"Buscamos um meio para impedir as sanções contra o Irã. Pensamos que as sanções não seriam eficazes e apenas afetariam a população, e em particular as classes desfavorecidas", afirmou Amorim à agência de notícias iraniana Irna.


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"O Brasil e o Irã devem trabalhar em conjunto para criar uma nova ordem mundial"Mahmoud Ahmadinejad

Presidente do Irã

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