sexta-feira, 21 de maio de 2010

"Antecedentes e Revolução Democrática de 1964" Na visão do Exército Brasileiro


(Antecedentes e Revolução Democrática de 1964)

Getúlio Vargas, deposto em 29 de outubro de 1945, retornaria ao poder, pelo voto, em 31 de janeiro de 1951. Eis aí a gênese da cisão dos militares, grosso modo, em duas facções - getulistas versus anti-getulistas. O envolvimento de parte dos chefes militares na política partidária, prática comum a época, hoje abominada, contribuiu para o agravamento de crises, que, de outra forma, teriam se restringido a meras querelas políticas, incapazes de com-prometer a normalidade institucional do País.
Em 1951 e 1955, políticos perdedores das eleições presidenciais brandiam a tese da ilegitimidade dos eleitos, alegando a não-obtenção da maioria dos votos. Já em 1954, virulenta oposição ao Presidente Vargas conduzira-o ao gesto extremo do suicídio, que o tirou da vida para colocá-lo na História.

Durante o Comício de 13 de maço de 1964, realizado em frente ao Ministério da Guerra, no Rio de Janeiro ficou claro que as "Reformas de Base" seriam feitas na lei ou na "marra".
As “novembradas” de 1955, golpes e contragolpes, assim considerados por esse ou aquele lado, acarretaram grande intranqüilidade ao povo, empenhado apenas em trabalhar e fazer progredir a Nação. Empossado, o Presidente Juscelino Kubitschek enfrentaria duas rebeliões armadas: Jacareacanga e Aragarças, rapidamente sufocadas e habilmente esvaziadas.
Em 1961, o Presidente Jânio Quadros escolheu o Dia do Soldado, 25 de agosto, para surpreender a Nação, renunciando ao mandato concedido pela maioria do povo. Instaurava-se nova crise institucional no País, arrefecida com o advento do parlamentarismo, de curta duração, que permitiu a posse do Vice-Presidente João Goulart.

O povo brasileiro saiu às ruas nas "Marchas da Família com Deus pela Liberdade" para protestar contra o clima de agitação e insegurança que envolvia a Nação brasileira, ameaçando levá-los ao caos político e social.
O Governo pretendeu implantar reformas, ditas de base, à revelia do Congresso Nacional. Para agravar a situação havia clima de quebra da hierarquia e da disciplina nas Forças Armadas em ambiente de grande agitação. A reação popular, contrária a esse estado de coisas, manifestar-se-ia nas “Marchas da Família com Deus pela Liberdade”. O epílogo dessa situação ocorreria a 31 de março de 1964, quando tropas da 4a Região Militar, apoiadas pelo Governo de Minas Gerais, rebelaram-se. O dispositivo militar que dava sustentação ao governo federal desmoronou, em virtude da adesão majoritária das Forças Armadas ao movimento. Não ocorreu derramamento de sangue, sinal de que havia perfeita sintonia entre elas e a Nação.
Vitoriosas, as tropas revolucionárias foram recebidas com aplausos pela população, que saudava a volta do País à normalidade.
Eufórico, o povo vibrou nas ruas com a prevalência da democracia, restabelecida com a vitória do movimento de março de 1964.
Os recentes fatos da História contemporânea demonstram que o povo brasileiro estava certo quando, na década de 60, optou pela democracia.

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