domingo, 2 de maio de 2010

Twitter utilizado como palanque.

Levantamento feito no microblog apontou as características dos perfis dos pré-candidatos Dilma, Serra e Marina

Brasília. A presidenciável Dilma Rousseff (PT) está usando o microblog Twitter explicitamente para falar de temas de campanha: palavras como "Brasil" e "luta" estão entre as mais citadas em seu Twitter. O pré-candidato à Presidência José Serra (PSDB) usa o microblog para conversas mais informais. Já a pré-candidata Marina Silva (PV) gosta de citar sites pelo Twitter, fundamentando o que ela diz com outras fontes de informação.
Os dados vêm de uma análise do uso do Twitter pelos pré-candidatos à Presidência, feita a partir de uma busca, na semana passada, no Tweeps, site australiano que traz um mecanismo de pesquisa do perfil dos usuários do Twitter. Segundo o Tweeps, Dilma envia uma média de quatro tweets (postagens) por dia, com cinco horas entre cada um. O nível de "sociabilidade" da petista no Twitter (o quanto ela conversa com outros tweeteiros e os menciona) é considerado baixo: 13,73% (do total de seus tweets). Dilma também pouco cita outros links (apenas 15,7% dos tweets chamam para outros sites).
Serra é mais assíduo: manda uma média de dez tweets por dia, um a cada três horas. Pela frequência com que conversa com outros usuários ou os cita, o nível de "sociabilidade" de Serra é mais alto: 59%. Ele também menciona razoavelmente bem outros sites (34% de seus tweets trazem referências).

Participação

E Marina manda uma média de seis tweets por dia, um a cada quatro horas aproximadamente. Pelo Tweeps, ela tem razoável nível de "sociabilidade" (33,5%). Mas o melhor percentual da militante verde é no envio de links (36,5%).
Chefe de Estudos de Mídia da UFF, Afonso de Albuquerque analisou os dados do Tweeps e diz que eles mostram a diferença que faz o tempo de uso do Twitter. " Serra entrou (no Twitter) há mais tempo, criou um espaço sociável antes de temas mais sérios, algo importante no Twitter, feito para relacionamento, blablablá. Mas o horário que ele tweeta (madrugada) é desfavorável. Já Marina aproveita que os ambientalistas sempre tiveram imagem alternativa, e é mais informal também aqui. No caso da Dilma, do jeito que ela está usando o Twitter, já entrou em temas duros sem um espaço sociável e informal anterior. Esse espaço importa, ele cultiva a atenção dos outros. Ainda mais no Brasil, que valoriza a conversa social antes da mais séria", avaliou Afonso.

DILMA ROUSSEFF
Aliados da pré-candidata preocupados com táticas

Brasília Dilma tem que sorrir mais, tem que afinar a voz, tem que se vestir assim. Dilma não pode viajar a tal lugar, tem que ser mais afirmativa, menos arrogante, tem que apoiar tal candidato. Ela já dançou fado português, cantou em programa de TV, mas, para os "experts" em campanhas políticas, ainda não encontrou um rumo que dê segurança aos aliados.
Dilma parece não saber o rumo das negociações de palanques nos estados ou mesmo o que está sendo agendado de viagem. Diante de tantas críticas, a pré-candidata tem se mostrado mais insegura e solitária. Segundo interlocutores da ex-ministra, isso explicaria seu desempenho até agora.

Também há críticas de conteúdo. Aliados externam preocupação com táticas erráticas e acreditam que Dilma precisa sinalizar para o futuro, não só comparar gestões passadas. Por esses relatos, Dilma chega a ter dúvidas até mesmo de que roupa vestir. Quase sempre, está inadequada, segundo críticas do marqueteiro Duda Mendonça, que fez a campanha de Lula. "Ela está aprendendo. São observações naturais que fazem sobre a Dilma. Foi contratado ´media training´. Todos fazem isso. Até o Lula e o Serra. Ninguém ficou descaracterizado. Por que a Dilma ficaria?", reage o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), da coordenação de campanha petista.

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