terça-feira, 9 de novembro de 2010

Dia 20 de novembro- Dia da cosciência negra. Um novo olhar sobre a África



Petróleo e minério são os destaques da economia africana





A África não pode mais ser vista como um continente absolutamente miserável. Ao lado de muitos países atrasados economicamente, alguns se destacam: Angola, Nigéria, Guiné Equatorial, Chade, Camarões, República Democrática do Congo e Congo. Exportadores de petróleo e minérios, eles fizeram com que, desde os anos 2000, o Produto Interno Bruto (PIB) africano registrasse um crescimento anual médio de 5%. A importância do continente é estratégica. Além de possuir um terço do urânio mundial, metade do ouro, dois terços dos diamantes e 10% das reservas estimadas de petróleo, ele tem uma localização privilegiada com acesso aos oceanos Atlântico e Índico.
A mudança de patamar das nações que sobressaem se deve, sobretudo, às recentes relações comerciais estabelecidas com os países mais ricos. Até os anos 1960, muitas nações africanas ainda eram colônias e tinham uma economia baseada em transações comerciais internacionais, na maioria das vezes desfavoráveis. Com os movimentos de independência, elas se tornaram protagonistas de seus próprios processos políticos e econômicos e passaram a negociar suas riquezas em condições mais vantajosas. Assim, foi possível, por exemplo, desenvolver tecnologias para a extração de minérios e petróleo por meio de parcerias com investimentos externos ou de empréstimos tomados de organismos internacionais.
Foi exatamente essa a conjuntura que possibilitou o salto econômico de Angola. O país se tornou o maior exportador de petróleo do continente depois de ter passado por 40 anos em guerra civil - que matou cerca de 1 milhão de pessoas e só acabou em 2002. Em 1990, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) angolano estava em 0,143, numa escala de zero a 1 (em que 1 representa o bem-estar máximo). Hoje, está em 0,561. "O próximo desafio do país deve ser investir na diversificação da economia para que não fique sempre à mercê das cotações internacionais do petróleo", afirma Jose Flavio Sombra Saraiva, docente do Departamento de Relações Internacionais da UnB.

OS 5 PAÍSES MAIS RICOS DA ÁFRICA
Seicheles

O maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da África é de um arquipélago que fica no Oceano Índico, a nordeste de Madagascar: a República de Seicheles. O país está em 50o lugar no ranking da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2008, com um IDH de 0,843. O Relatório de Desenvolvimento Humano da ONU traz indicadores para 175 países que fazem parte do organismo internacional, mais Palestina e Hong Kong. O Brasil é apenas o 70o, com um índice de 0,800. O primeiro lugar, Islândia, tem 0,968 e o último, o país africano de Serra Leoa, apenas 0,336.
O arquipélago de Seicheles já foi disputado por Inglaterra e França e tornou-se colônia britânica em 1814. A independência aconteceu em 1976. A língua oficial continua sendo o inglês, apesar de a maior parte da população falar o creole. Um fator que explica o desenvolvimento do país é seu tamanho reduzido – segundo dados do relatório The World Factbook, produzido pela agência americana CIA, a população estimada em 2009 é de apenas 87 mil pessoas. A expectativa de vida ao nascer é de 73,02 anos (no Brasil, ela é 72 anos), e 91,8% dos maiores de 15 anos sabem ler e escrever (contra 88,6 no nosso país). Seicheles tem desenvolvimento considerado elevado segundo a classificação da ONU. O PIB é pequeno, 1,473 bilhões de dólares em 2008, mas o PIB per capita é de 17 mil dólares, o 71o melhor do mundo. Como comparação, a nação brasileira tem um PIB de 1.99 trilhões de dólares, mas o PIB per capita é de 10.000 dólares. A maior parte dos ganhos do país vêm do setor de turismo, que emprega 30% da força de trabalho. A pesca de atum também é muito forte em Seicheles.

Maurícia

Também entre os países de desenvolvimento elevado está a República de Maurícia ou Ilhas Maurício, com IDH de 0,804 e 65o no ranking da ONU. O país foi explorado pelos portugueses no século 16 e depois passou pelo controle de holandeses, franceses e ingleses. O nome da ilha é uma homenagem ao príncipe holandês Maurício de Orange-Nassau. A independência aconteceu apenas em 1968 e hoje o inglês continua sendo a língua oficial, mas é falado por apenas 1% da população. O idioma corrente é o creole. Segundo dados da CIA, a população de Maurícia é de 1,2 milhões de pessoas, com expectativa de vida ao nascer de 74 anos. Entre os maiores de 15 anos, 88,4% sabem ler e escrever. A base da economia são a indústria têxtil e a da cana de açúcar. Em 2008, o PIB foi de 15,36 bilhões de dólares, 12.100 dólares per capita.

Tunísia

No 91o lugar do ranking da ONU está a República da Tunísia, com um IDH de 0,766. Até 1956, o país era um protetorado francês. Desde então, está na mão de ditadores – o primeiro presidente, Habib Bourguiba, ficou no poder por 31 anos e foi deposto em um golpe militar por Zine el Abidine Ben Ali, que controla o país até hoje. Segundo dados da CIA, a população atual da Tunísia está em cerca de 10 milhões de pessoas, que usam o árabe como idioma oficial. A expectativa de vida ao nasceré de 75,78 anos e 74,3% da população maior de 15 anos é letrada. A economia da Tunísia é bem diversificada, com destaque para o setor agrícola, de mineração, turismo e indústria. Em 2008, o PIB da Tunísia foi de 81 bilhões de dólares, o 73o maior do mundo, mas o PIB per capita ficou em 7.900 dólares. Pela classificação da ONU, está entre os países de desenvolvimento médio.

Cabo Verde

A ex-colônia portuguesa é o quarto país africano com o maior IDH no continente, 0,736, no 102o lugar na comparação mundial, dentro da categoria de desenvolvimento médio. A República de Cabo Verde só se tornou independente em 1975 e, segundo a CIA, até hoje é um dos governos mais democráticos da África. Porém, as sucessivas crises econômicas e as altas taxas de desemprego na segunda metade do século 20 fizeram com que grande parte da população emigrasse para a Europa, os Estados Unidos e outros países da África. Segundo dados oficiais do governo de Cabo Verde, hoje a população de cabo-verdianos de 1ª geração residentes fora do país é de cerca de 500 mil pessoas, maior do que a população nacional, que é de 430 mil. No país, fala-se português e crioulo (uma língua que mistura português e dialetos africanos) e, pelos dados da CIA, 76,6% da população maior de 15 anos é alfabetizada. A expectativa de vida ao nascer é de 71,61 anos. O PIB do país em 2008 foi de 1,635 bilhões de dólares e o PIB per capita ficou em 3.800 dólares. Cerca de 75% do PIB vem do setor de serviços, incluindo comércio, transportes, turismo e serviços públicos.

Argélia

No ranking da ONU, a República da Argélia é o país com o 104o maior IDH do mundo: 0,733. Apesar de ser a quinta nação com o melhor índice no continente africano, ela tem uma história conturbada. Em 1962, o país se tornou independente da França depois de uma década de luta. Desde então, o partido Frente de Libertação Nacional (FLN) domina a política do país. Porém, a oposição do partido extremista Frente Islâmica de Salvação (FIS) causou conflitos intensos entre 1992 e 1998, e, como conseqüência, houve mais de 100 mil mortes. Apesar do FIS ter sido dissolvido, até hoje grupos islâmicos continuam provocando ataques, sequestros e até explosões de bomba. Atualmente, a economia do país é baseada em petróleo e a Argélia tem um PIB de 235 bilhões de dólares, o 49o maior do mundo. Só que o PIB per capita é de 7 mil dólares. A população é de 34 milhões de pessoas, com expectativa de vida ao nascer de 74,02 anos. A taxa de alfabetização entre os maiores de 15 anos está em 69,9%.a
Fonte: Revista Nova Escola

Um comentário:

  1. Estamos propondo parcerias e troca de publicidade com blogueiros(as)

    Caso haja interesse entre contato pelo e-mail: robertobarricelli@outroladodanoticia.net

    Grato,

    Atenciosamente,

    Roberto L. Barricelli

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