quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Racismo Algorítmico: Quando o Racismo do Mundo Real Entra no Mundo Digital

 



Vivemos em uma sociedade cada vez mais digital. Cada curtida, pesquisa, foto ou vídeo passa por algoritmos: sistemas automáticos que tomam decisões por nós — desde sugerir vídeos no TikTok até reconhecer rostos em câmeras de segurança.

Mas existe um problema:
👉 Assim como o mundo real tem desigualdades, o mundo digital também pode reproduzir racismo.

É isso que chamamos de racismo algorítmico.

Durante o Mês da Consciência Negra, este tema se torna ainda mais importante: é hora de pensar como a tecnologia pode reproduzir injustiças — e como podemos mudar isso.


🔍 O que é Racismo Algorítmico?



Racismo algorítmico ocorre quando sistemas automáticos — como Inteligência Artificial, reconhecimento facial, redes sociais e mecanismos de busca — produzem resultados prejudiciais ou injustos para pessoas negras.

Essas decisões podem parecer “neutras”, mas não são. Os algoritmos aprendem a partir de dados — e se esses dados têm preconceitos, o sistema também terá.


⚠️ Por que isso acontece?

1. Dados enviesados

Se o banco de dados tem mais imagens de pessoas brancas ou associa pessoas negras a características negativas, o algoritmo aprende esse padrão.

2. Falta de diversidade nas equipes de tecnologia

Quando quase ninguém da equipe vive a realidade de ser uma pessoa negra, muitos problemas podem passar despercebidos.

3. Reprodução do racismo estrutural

Como vivemos em uma sociedade desigual, a tecnologia reflete essas desigualdades.

🗣️ Se o racismo existe fora da internet, ele aparecerá dentro dela também.


📱 Exemplos Reais do Dia a Dia

1. Reconhecimento facial falha mais com pessoas negras

Sistemas usados por shoppings e pela polícia erram com muito mais frequência ao identificar rostos negros.

2. Filtros que “clareiam” a pele

Famosos filtros de beleza ajustam a pele para tons mais claros automaticamente.

3. IA que reproduz estereótipos

Geradores de imagens e textos podem associar pessoas negras apenas a profissões menos valorizadas ou a comportamentos negativos.

4. Buscadores que reforçam preconceitos

Sugestões automáticas podem trazer termos ofensivos ou negativos sobre pessoas negras.

5. Menor alcance de criadores negros

Algoritmos de redes sociais podem reduzir o alcance de conteúdos sobre racismo, diminuindo a visibilidade de influenciadores negros.

6. Softwares de seleção que discriminam

Sistemas automáticos podem excluir candidatos por causa de sobrenomes ou histórico social que foge ao “padrão” aprendido nos dados.


✊ Conexão com o Mês da Consciência Negra

Novembro é um mês de reflexão e consciência sobre:

  • a história da população negra,

  • a luta contra o racismo,

  • a valorização das identidades negras,

  • o combate às desigualdades.

E o mundo digital faz parte dessa luta.

“Sem diversidade nos dados, não há justiça nos algoritmos.”

Ao entender o racismo algorítmico, conseguimos construir tecnologias mais humanas, inclusivas e éticas.


📚 Para estudar mais: Leitura recomendada

Abra os links no laboratório de informática:


Para entender melhor como o racismo algorítmico aparece na prática, leia as reportagens abaixo — todas apresentam casos reais, explicações detalhadas e, em muitos casos, imagens que mostram o problema acontecendo.

1. Conectas – Falhas no reconhecimento facial e desigualdade no Brasil
https://conectas.org/noticias/falta-de-regulacao-e-desigualdade-agravam-falhas-no-reconhecimento-facial-no-brasil-diz-nina-da-hora/?utm_source=chatgpt.com
Mostra como sistemas de reconhecimento facial erram mais com pessoas negras e como isso pode causar injustiças.

2. O Globo – “O chicote tecnológico da identificação facial é cruel com o negro”
https://oglobo.globo.com/opiniao/artigos/coluna/2024/04/o-chicote-tecnologico-da-identificacao-facial-e-cruel-com-o-negro.ghtml?utm_source=chatgpt.com
Reportagem com imagens e análises de erros de identificação e seus impactos na vida de pessoas negras.

3. UOL Tilt – Sistemas que identificam suspeitos pela cor: por que isso é grave
https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2022/12/01/deputada-quer-barrar-reconhecimento-facial-em-sp-por-racismo.htm?utm_source=chatgpt.com
Explica como algoritmos podem reforçar estereótipos raciais e aumentar injustiças.

4. UOL Notícias – Como algoritmos intensificam o racismo
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-brasil/2021/03/28/algoritmos-pesquisadores-explicam-tecnologia-que-intensifica-racismo.htm?utm_source=chatgpt.com
Traz casos e análises de pesquisadores sobre preconceitos escondidos nos sistemas digitais.

5. UOL Notícias – Erros no reconhecimento facial e falta de transparência
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2024/04/28/reconhecimento-facial-erros-falta-de-transparencia.htm?utm_source=chatgpt.com
Mostra como falhas tecnológicas prejudicam principalmente pessoas negras.

6. Le Monde Diplomatique Brasil – Tecnologias de vigilância e criminalização de corpos negros
https://diplomatique.org.br/tecnologias-de-reconhecimento-racial-qual-face-se-busca-criminalizar/?utm_source=chatgpt.com
Análise profunda sobre como sistemas digitais podem reforçar a criminalização racial.

7. Terra Brasil – Pesquisadores negros debatem danos do racismo algorítmico
https://www.terra.com.br/nos/em-debate-sobre-racismo-algoritmico-pesquisadores-negros-apontam-danos-que-vao-da-seguranca-publica-a-economia%2Ce3dda39b0f17cae39fe8739068a907e99ux8ukdu.html?utm_source=chatgpt.com
Traz relatos, fotos e explicações sobre impactos sociais e econômicos dessas tecnologias.

8. Alma Preta – Tecnologia criada para reduzir o racismo algorítmico
https://almapreta.com.br/sessao/cotidiano/empresa-promete-precisao-de-quase-100-em-reconhecimento-facial-de-pessoas-negras/?utm_source=chatgpt.com
Mostra uma ferramenta desenvolvida para melhorar a precisão no reconhecimento facial de pessoas negras.

Vídeo no YouTube









🧪 Atividade Prática dos Alunos (no laboratório)

Durante a aula, explore:

  • Teste filtros de redes sociais e observe se há diferença no tom da pele.

  • Faça pesquisas no Google Imagens com palavras como “professor”, “médico”, “criminoso”, “pessoa rica”. Observe quem aparece.

  • Veja sugestões automáticas de busca e anote padrões.

  • Use geradores de imagem ou texto com comandos relacionados a profissões e identidades.

  • Converse com colegas: já viram injustiças digitais acontecerem?


📝 Atividade no Caderno — 10 Perguntas

Responda no seu caderno após a leitura e exploração prática:

  1. O que é racismo algorítmico?

  2. Como o racismo estrutural influencia os algoritmos?

  3. Cite dois exemplos de racismo digital que você percebeu ou já viu.

  4. Por que a falta de diversidade nas equipes de tecnologia é problemática?

  5. Como filtros podem reforçar padrões racistas?

  6. Explique um risco do reconhecimento facial.

  7. O que você observou nos testes feitos hoje no laboratório?

  8. Por que estamos estudando esse tema no Mês da Consciência Negra?

  9. O que pode ser feito para tornar os algoritmos mais justos?

  10. Qual o papel das pessoas negras no futuro da tecnologia?

Nenhum comentário:

Postar um comentário