terça-feira, 12 de março de 2024

UMA BREVE HISTÓRIA SOBRE A IA

 


Assim como a internet nos anos 90, a IA chegou para mudar a vida das pessoas e, para entender seu potencial, é preciso conhecer sua história.

Para entender como a IA vai impactar no emprego e na sua carreira profissional, é importante entender o que é, sua história e seus impactos potenciais.

Em primeiro lugar, a IA está marcando uma nova era, semelhante, mas muito mais poderosa do que o que significou a chegada da internet nos anos 90. Está entrando em nossa sociedade de forma exponencial e, nos últimos 3 anos, está vivendo um verdadeiro boom, pois estamos em um verdadeiro ponto de inflexão.

Ao longo do tempo, os computadores evoluíram de simples calculadoras que lidavam com números e matemática para dispositivos mais complexos que lidam com palavras, imagens e sons. Atualmente, até mesmo contamos com computadores altamente sofisticados, como o smartphone que você carrega no bolso ou por onde você está lendo esse texto neste exato momento, capazes de interpretar nossos pedidos e convertê-los em ações.

Essa capacidade é alcançada graças aos famosos algoritmos. Um algoritmo pode ser comparado a uma receita, e assim como um cozinheiro segue uma receita, um computador segue as instruções do algoritmo para produzir o resultado desejado.




O desenvolvimento da IA como a conhecemos hoje ocorreu no século XX, especialmente na metade do século, com figuras proeminentes como Alan Turing. Turing contribuiu com o “teste de Turing”, um experimento mental onde um humano interage com uma máquina e uma pessoa sem saber qual está por trás de cada fenda, avaliando a capacidade da máquina de dar respostas que se assemelham à inteligência humana.

A partir daí, vários marcos importantes começaram a surgir. Nos anos 60, o primeiro chatbot foi criado por Joseph Wiezenbaum no Laboratório de Inteligência Artificial do MIT.

Na década seguinte, surgiu o aprendizado automático e o desenvolvimento de algoritmos de classificação, como o Perceptron, mas o grande feito dos anos 90 foi a famosa vitória da inteligência artificial Deep Blue da IBM sobre o campeão mundial de xadrez Garry Kasparov. Muitos dizem que foi a mudança de paradigma da IA.



Mas a verdadeira revolução na inteligência artificial só ocorreria com a chegada da internet, dando acesso a grandes volumes de dados por meio das redes. Foi aí que o aprendizado automático floresceu — permitindo que as máquinas aprendessem de forma autônoma, comparando seus resultados com informações reais. Esse enfoque, conhecido como “machine learning” ou aprendizado automático, transformou a IA em uma ferramenta que pode se adaptar e evoluir por si mesma.

A tecnologia de aprendizado automático está em nosso ambiente cotidiano, desde estacionamentos que reconhecem placas até suas compras online ou suas próprias redes sociais. À medida que o volume de dados aumenta exponencialmente, o aprendizado automático nos leva a um futuro onde as máquinas explorarão o vasto universo de informações em busca de novos conhecimentos, sem a necessidade de instruções específicas.

Como resultado de tudo isso, e a partir de 2010, houve um avanço enorme com a popularização do aprendizado profundo (também conhecido como “Deep learning”, em inglês), sendo uma subdisciplina e uma evolução natural do aprendizado automático focada no treinamento de modelos computacionais, chamados redes neurais artificiais, para realizar tarefas específicas sem usar algoritmos explícitos. Imagine essa rede como camadas empilhadas.



Ele é chamado de “profundo” porque envolve o uso de redes neurais com múltiplas camadas. Cada camada da rede ajuda a entender diferentes aspectos da informação. É como se você estivesse olhando para uma foto: a primeira camada poderia notar as bordas, a próxima as cores, depois o tamanho e assim por diante até chegar a detalhes mais complexos.

O mais fascinante de tudo é que essas camadas aprendem sozinhas à medida que veem mais exemplos. Se você mostrar muitas fotos de cachorros, a rede neural aprenderá automaticamente quais características fazem um cachorro ser um cachorro. Isso é útil para tarefas como reconhecimento de imagens ou compreensão do significado das palavras em um texto.

O aprendizado profundo tem sido muito útil porque permite que os computadores aprendam de forma mais semelhante à nossa, com base em como nosso cérebro funciona, reconhecendo padrões em dados complexos. E essa tecnologia está sendo amplamente aplicada em nosso dia a dia, como reconhecimento facial, recomendações de filmes e séries que recebemos em plataformas como Netflix, os famosos assistentes de voz como Alexa, traduções automáticas, anúncios personalizados e centenas de aplicativos mais.

No livro “Inteligência Artificial”, de Kai-Fue Lee, ele fala sobre as 4 ondas da IA que estão revolucionando todas as indústrias:



  • Onda 1 – IA da Internet: Aplicativos, anúncios, redes sociais, comércio eletrônico e entretenimento em geral.

  • Onda 2 – IA empresarial: Serviços financeiros, educação, serviços públicos, logística, medicina e administrativo.

  • Onda 3 – IA de percepção: Segurança, comércio, internet das coisas e cidades inteligentes.

  • Onda 4 – IA autônoma: onde estamos agora.

Borja Castelar – Especialista em Futuro do Trabalho e Inteligência Artificial

Fonte: Olhar Digital

sábado, 9 de março de 2024

COMO CRIAR UM BOM PROMPT NO CHATGPT


Vídeo da aula de produção de prompts com os alunos do Ensino Médio da E.E.M JOSÉ DE ALENCAR  - Fortaleza/ Ce



 

1. Persona

Você pode pedir para o ChatGPT emular uma persona, ou seja, escrever dentro de um estilo específico. Você pode pedir para ele imitar um escritor/autor famoso, ou imitar alguém trabalhando em uma profissão específica.

Veja alguns exemplos de trechos (em negrito) que você pode usar para incorporar uma persona em seus prompts:

  • “Eu quero que você escreva como um especialista em mídias sociais criando um conteúdo comercial para vender um curso de Técnicas de Produtividade e Alta Performance”.

  • “Eu quero que você escreva como um professor de pós-graduação promovendo seus próprios cursos”

  • “Eu quero que você escreva como um influenciador de produtividade recomendando um curso bem conceituado”

Qualquer uma das opções acima já fariam leves alterações na escolha de vocabulário do ChatGPT.

A persona altera vocabulário (dependendo do profissional escolhido), profundidade e detalhes (quando você pede para escrever como um especialista) e estilo de escrita (quando você pede para imitar alguém conhecido).

2. Tarefa detalhada (passo-a-passo)



Depois que especificar a persona você detalhará a tarefa o máximo possível, abaixo tem um exemplo com roteiro de viagem onde você personalizaria o conteúdo entre parênteses com as suas necessidades:

“Eu quero que você monte um roteiro de viagem de (X) dias saindo de (cidade) em (data) e voltando em (data), passando pelas cidades (A, B, C) e me deslocando de (carro e trem)”.

3. Contexto, restrições e objetivos

Continuando o exemplo acima. Você explicaria para o ChatGPT os motivos da viagem: “Essa é uma viagem de (férias) de (1) pessoa (estilo do viajante) que está conhecendo essas cidades pela (primeira) vez”.

Você ainda pode acrescentar restrições: “Não quero que o roteiro inclua (casas noturnas, festas ou passeios de barco)”.

E objetivo: “O principal objetivo da viagem é (descansar, refletir e me conectar com a natureza)”.

4. Modificadores



Ao longo do prompt você pode inserir algumas palavras (geralmente adjetivos, numerais e advérbios) que afetam significativamente o tipo e a qualidade do resultado do ChatGPT, seguem alguns exemplos que você pode utilizar:

  • Extensiva: Indica que a resposta deve ser abrangente, detalhada e incluir uma ampla gama de informações.

  • Incomum: Indica que a resposta deve abordar aspectos que são raros, pouco frequentes ou fora do comum.

  • Máximo: Solicita uma resposta que maximize um determinado aspecto, como eficiência, benefícios ou impacto.

  • Mínimo: Indica que a resposta deve ser reduzida ao mínimo possível, com foco na essência ou nas consequências mínimas.

  • Crítico: Solicita uma resposta que seja negativa, cética ou que aponte falhas e problemas.

  • Favorável: Indica que a resposta deve ser positiva, favorável ou que destaque os benefícios de algo.

  • Ideal: Indica que a resposta deve descrever uma situação perfeita, idealizada ou que atenda a todos os critérios desejáveis.

  • Realista: Solicita uma resposta que seja prática, baseada em acontecimentos reais ou que leve em consideração limitações e restrições para ser executada.

  • Futurista: Indica que a resposta deve ser especulativa sobre o futuro, considerando avanços tecnológicos, tendências ou inovações.

  • Conservador: Solicita uma resposta que seja cautelosa, tradicional ou que preserve valores e práticas estabelecidas.

  • Prático: Indica que a resposta deve ser direcionada para a aplicação prática, funcionalidade ou utilidade do tema em questão.

  • Completo: Indica que a resposta deve ser abrangente e incluir todos os aspectos ou informações relevantes sobre o tema.

  • Particular: Solicita uma resposta que seja específica para uma situação, contexto ou grupo particular.

  • Imparcial: Indica que a resposta deve ser neutra, imparcial ou que considere diferentes perspectivas sem se inclinar para nenhum lado.

  • Local: Solicita uma resposta que foque em aspectos específicos de um lugar ou região.

  • Provável: Solicita uma resposta que seja baseada em probabilidades altas, chances ou ocorrências mais prováveis.

  • Improvável: Indica que a resposta deve considerar possibilidades remotas, eventos pouco prováveis ou ocorrências improváveis.

  • Eficiente: Solicita uma resposta que seja otimizada, produtiva ou que atinja resultados desejados com o mínimo de recursos.

  • Tradicional: Indica que a resposta deve considerar práticas, costumes ou abordagens estabelecidas e de longa data.

  • Inovador: Solicita uma resposta que seja criativa, original ou que envolva ideias novas e disruptivas.

  • Sustentável: Indica que a resposta deve levar em consideração aspectos de sustentabilidade, impacto ambiental ou equilíbrio a longo prazo.

  • Específico: Solicita uma resposta que seja precisa, detalhada e focada em aspectos específicos do tema em questão.


5. Formato da resposta

Você pode especificar para o ChatGPT qual o formato desejado do resultado. 

Exemplo:

  • Escreva como um guia turístico e organize meu roteiro de viagem de 1 semana pelo Nordeste brasileiro, listando as cidades e separando as atividades por dia dentro de cada cidade. Gostaria de explorar os principais pontos turísticos de Salvador, Recife e Fortaleza. 

O formato no prompt também pode ser indicado de outras maneiras, veja esses exemplos:

  • formato de artigo

  • formato de arquivo de legendas para um vídeo

  • dividido em 10 slides para fazer um carrossel no Instagram

  • em capítulos para organizar em um e-book

  • formato de newsletter

Você também pode pedir o resultado no formato de uma tabela, podendo inclusive mencionar que dados você quer em cada linha e cada coluna.

Exemplo:

  • Crie uma tabela com as principais empresas do mercado financeiro. Coloque uma empresa por linha e crie colunas com o nome da empresa, site, descrição dos serviços oferecidos.

6. Espaço para criatividade

Quando estiver solicitando uma tarefa ao chatGPT ao final dos detalhes, inclua uma expressão que dê oportunidade para o ChatGPT tentar te surpreender com algo inesperado. Essa é uma chance do ChatGPT ir além do que você imaginava inicialmente para aquela tarefa.

Alguns exemplos de expressões que você pode utilizar:

“e outras informações relevantes para melhorar minhas vendas.”

“e outros tópicos importantes para deixar minha aula mais completa.”

“e outros argumentos fortes para tornar meu conteúdo mais convincente.”

“e outras despesas necessárias para executar esse processo.”

“e outros componentes significativos para um planejamento de sucesso.”

7. Fontes de informação

O ChatGPT possui uma base de conhecimento que vai até setembro/2021 e mesmo assim você não sabe se, ao criar sua resposta, ele vai usar conteúdo vindo de uma fonte confiável. Ou seja, o conteúdo pode estar tanto desatualizado quanto não ser verídico.

Para contornar esse problema, ao enviar seu prompt, você pode enviar os dados que você quer que sejam utilizados. Por exemplo, através de plugins, você pode enviar links ou arquivos PDFs para ele usar como fonte de informação ao criar conteúdo.

Você também pode enviar seus próprios textos, ou apenas uma lista de fatos que você deseja que sejam incluídos ou considerados ao criar a resposta.

Sempre que estou trabalhando em um conteúdo técnico eu faço primeiro uma pesquisa de fontes confiáveis de informação e depois utilizo essas fontes na criação do conteúdo, eu não deixo que o ChatGPT busque esses dados sozinhos.

Isso melhora a qualidade do meu trabalho e me ajuda a produzir conteúdo sempre atualizado.

Outro cuidado: ao enviar um conteúdo com fatos e dados para mudar o estilo de escrita, às vezes o ChatGPT inventa algumas informações enquanto reescreve. Para tornar mais fácil o trabalho de revisão você pode acrescentar uma observação do tipo: “não inclua nenhum fato ou dado que não esteja mencionado no texto abaixo”

8. Continuar a resposta

Se o ChatGPT parar de escrever antes de completar a resposta, basta digitar “continue” (ou clicar no botão “Continue Generating”) que ele continua escrevendo de onde parou.

Quando sua solicitação requer uma resposta longa, o ChatGPT vai pausar antes do fim. Pode ser por falhas de comunicação entre seu browser e a Open AI, ou um dispositivo de segurança para evitar travamentos com pedidos muito longos e complexos.

Em algumas situações, ao invés de continuar a resposta de onde parou, ele começa a escrever novamente do início. Nesses casos é melhor quebrar sua solicitação em prompts que produzam conteúdos menores.

9. Melhorando a resposta

Após receber o primeiro resultado você pode ir refinando dando novos comandos, seguem alguns exemplos:

  • Reescreva como se você fosse um (corretor de viagens especializado em viagens na natureza).

  • Remova o (segundo) parágrafo e adicione conteúdo falando sobre (inovação corporativa).

  • Me dê sugestões para tornar esse conteúdo mais atraente para (pessoas jovens na busca de adquirir seu primeiro imóvel na cidade de São Paulo).

  • Reescreva no formato de (tópicos) organizando por (diferentes tipos de clientes).

  • Mantenha cada parágrafo com no máximo (300) caracteres.

As sugestões podem ser melhorias ou mudanças em qualquer aspecto do comando inicial:

  • Você pode mudar a persona que você quer que o ChatGPT use no estilo de escrita.

  • Você pode dar um novo contexto.

  • Você pode adicionar novas restrições.

  • Você pode mudar o objetivo.

  • Você pode mudar o formato de saída.

  • Você pode inclusive dar comando para uma nova tarefa usando como base o conteúdo gerado anteriormente.

10. Seja específico pensando no tamanho da resposta

Se você perceber que as respostas do ChatGPT estão muito breves ou resumidas, é importante entender as limitações do modelo. No GPT-3.5, a capacidade máxima de uma resposta é de cerca de 3.200 palavras (ou 4.000 tokens), enquanto no GPT-4, esse limite é de aproximadamente 6.400 palavras (ou 8.000 tokens).

Para contornar essa limitação e obter respostas mais detalhadas, você pode adotar uma abordagem em etapas:

Divida a tarefa em partes: Em vez de fazer um prompt muito abrangente, divida-o em componentes menores. Por exemplo, se você quer saber sobre a história da inteligência artificial, comece perguntando sobre suas origens e depois siga para os desenvolvimentos mais recentes.

Solicite detalhes progressivamente: Solicite uma resposta inicial em tópicos, e pedir vá pedindo mais informações relevantes sobre cada tópico. Isso permite que você explore um conteúdo em profundidade, sem exceder o limite de tokens do modelo.

Seja preciso na solicitação: Quanto mais específica for a sua pergunta, maior a probabilidade de receber uma resposta bem fundamentada. Por exemplo, em vez de perguntar “Como funciona a inteligência artificial?”, você poderia perguntar “Quais são os algoritmos mais comuns usados em aprendizado de máquina?”

Seguindo essas diretrizes, você aumenta as chances de obter respostas mais completas e informativas, aproveitando ao máximo as capacidades do ChatGPT.

11. Plágio de conteúdo gerado

Verificar plágio em textos gerados por inteligência artificial generativa é uma tarefa desafiadora. As ferramentas existentes para identificar plágio ou textos construídos a partir de IA estão se tornando menos eficientes após cada evolução dos modelos de IA.

Vale destacar que o texto gerado por uma IA generativa não é um simples “copiar e colar”, mas sim uma sequência única e original, calculada com base na probabilidade de palavras estarem dispostas em uma ordem específica. A própria OpenAI desistiu de sua ferramenta para analisar a probabilidade de um texto ter sido gerado por IA, devido ao seu desempenho insatisfatório.

Existem ferramentas como a Smodin, a Copyleaks, o GPTZero e a Crossplag, que analisam o texto e te indicam qual a probabilidade de alguma inteligência artificial como o ChatGPT ter sido utilizada para criar aquele conteúdo.

Porém, se o autor do texto utilizar prompts avançados de escrita com o ChatGPT, é quase impossível afirmar que o ChatGPT foi utilizado, mesmo com as ferramentas acima. Vou explicar como criar esses prompts avançados de escrita no próximo capítulo.

12. Idioma do prompt

O ChatGPT funciona melhor em inglês? Depende do que você está pedindo para ele.

Se você quer que ele crie um conteúdo ou te dê uma resposta sobre um assunto cujo material original foi produzido em inglês, então é bem provável que escrever um prompt em inglês vai te dar uma resposta sem “ruídos” de tradução.

Os templates e exemplos de prompts desse ebook foram todos criados e testados em português.

Não se esqueça de que o ChatGPT (incluindo o GPT-4) recebeu treinamento com dados até setembro de 2021. então não importa o idioma utilizado, algumas respostas sempre serão desatualizadas (a menos que você utilize plugins, veja como fazer a seguir).



ATIVIDADE

 APÓS A LEITURA DO PASSO A PASSO PARA ELABORAR UM BOM PROMPT, CHEGOU A VEZ DE VOCÊ ELABORAR O SEU. 

1- ACESSE O CHATGPT - CLIQUE AQUI
2- ESCOLHA UMA TAREFA QUE VOCÊ QUER QUE O CHATGPT EXECUTE. 
3- ESCOLHA O TEMA DA TAREFA. 
* JORNAL
* CARTA
* ANÚNCIO
* REDAÇÃO
* UMA PIADA
* UM POEMA
* UM SLIDE 
* E-MAIL

4- ESCOLHA O CONTEXTO. 
5- ESCOLHA O MODIFICADOR.
6- ESCOLHA O FORMATO
7- ESPECIFIQUE O TAMANHO DO TEXTO OU DA RESPOSTA 
8- VEJA SE O CHATGPT PLAGIOU A TEXTO PRODUZIDO 
9- VERIFIQUE AS FONTES DE ONDE O CHATGPT TIROU AS INFORMAÇÕES. 
10- INTERAJA COM O CHATGPT DE MODO A EXIGIR MUITO DELE E TESTR O MÁXIMO A SUA CAPACIDADE DE INTERAÇÃO COM ELE E VICE -VERSA. 
11- APRESENTE PARA A TURMA SEUS RESULTADOS. 

CONSCIÊNCIA MÍTICA

 




1- DEFINIÇÃO DE MITO




Mito (do grego mythós) é uma narrativa fantástica que possui o objetivo de explicar a origem de tudo aquilo que existe e é considerado importante para um determinado povo. A reunião dessas narrativas forma um conjunto de explicações sobre o mundo chamada de mitologia.

A mitologia como se conhece hoje em dia tem origem na Grécia antiga. A cultura grega, politeísta (crença em muitos deuses), possibilitou a criação de um modelo complexo de interpretações sobre a origem do mundo e a relação dos seres humanos com a natureza e esses deuses.

Os mitos cumprem o papel de ensinar através de histórias repletas de simbolismo, que relacionam elementos sobrenaturais com a vida dos seres humanos, dando lições sobre como se deve viver.

Hoje em dia, mito pode ser sinônimo de falsidade ou mentira. A oposição entre "verdade ou mito" tornou-se muito comum e se dá pela tradição fantástica das histórias míticas e sua falta de coerência com a realidade.

Características dos mitos: São narrativas que não possuem uma lógica rigorosa e utilizam-se de símbolos de fácil reconhecimento e compreensão. Nos mitos não há um limite definido entre o que é natural e o que é sobrenatural.



*Os mitos gregos que relatavam a origem das coisas podem ser divididos em duas categorias:



  • Teogonia: narrativas sobre o nascimento dos deuses e seu poder.

  • Cosmogonia: narrativas sobre o nascimento do universo e dos elementos da natureza.

Alguns exemplos de mitos:



  • Mito de Cronos - sobre o tempo e o nascimento dos deuses.

  • Mito de Pandora - sobre a primeira mulher, a curiosidade humana e o surgimento dos problemas no mundo (semelhante à passagem bíblica sobre Adão e Eva).

  • Mito de Orfeu e Eurídice - sobre o destino e a morte.

  • Mito de Eros e Psiquê - sobre o amor e sua união com a alma.

  • Mito de Narciso - sobre a beleza e a vaidade.



2- O SURGIMENTO DA VIA LÁCTEA



A nossa Galáxia, conhecida popularmente como “Via Láctea”, é estimada em 13,2 bilhões de anos contendo cerca 300 bilhões de estrelas. Esta surgiu quando inúmeras nuvens de gás e poeira se agruparam e colidiram, criando essas estrelas. Então, uma grande quantidade de gás se acumulou em seu centro, aumentando a gravidade e formando um buraco negro maciço com a morte de estrelas de grande massa.

As primeiras menções da “Via Láctea” nos levam até os gregos antigos, que batizaram com o nome que significa “Caminho do Leite”, devido a forma que a faixa da Via Láctea se mostra a olho nu na esfera celeste.

O nome Via Láctea era um conceito utilizado para descrever essa faixa leitosa no céu desde os gregos da antiguidade. Hoje, usamos o termo Via láctea conceitualmente para designar nossa Galáxia!

Na mitologia grega, se relaciona com o mito do deus Zeus. Esse mito descreve o momento em que Zeus trouxe o bebê Hércules para que ele pudesse mamar no seio de sua esposa Hera, enquanto ela dormia. Quando acordou, ela se afastou, e seu leite materno se espalhou pelo firmamento, criando o caminho do leite – a faixa da Via Láctea.

A faixa esbranquiçada da Via Láctea atravessa o céu de um horizonte a outro. A parte mais central desta faixa se localiza na constelação de Sagitário, onde está situado o centro da Galáxia, cujo Sistema Solar se encontra numa distância de aproximadamente 28.000 anos-luz.

A gravidade mantém a Galáxia unida, e todas as suas estrelas giram em torno do centro, contudo, nem todas as estrelas se deslocam à mesma velocidade. Suas velocidades dependem de sua distância em relação ao centro.



Quem foram Homero e Hesíodo? Estes poetas compilaram a famosa mitologia grega

As obras de Homero e Hesíodo são clássicos da mitologia grega, narram a história de deuses, heróis e da criação do mundo. Apesar das diferenças, os dois autores apresentam seus personagens como modelos de virtude para a civilização grega, por isso suas obras têm um objetivo educacional.




Quem foram Homero e Hesíodo?




Homero e Hesíodo foram os poetas mais importantes para a mitologia e cultura da Grécia Antiga. Isso porque eles deixaram os registros mais completos sobre o que a sociedade grega pensava e acreditava.

Qual a importância de Homero e Hesíodo para a mitologia grega?

As obras de Homero e de Hesíodo apresentam como os deuses criam o mundo e como eles controlam os destinos humanos. Nos escritos de Homero, há um universo sobre-humano, com forças benignas e malignas que influem na vida dos homens. Nos de Hesíodo, a criação do mundo se dá a partir do Caos, do completo nada.

O Caos é pai de Tártaro, deus que personifica o mais profundo dos infernos; Gaia é a terra; e Eros é o amor, o desejo que permite transformar o caos do mundo em algo ordenado, em cosmos.

Ambos os autores, apesar da diferença de suas obras, concebem uma explicação da origem do mundo a partir do mito. Em seus escritos, há uma intenção epistemológica, ou seja, de refletir acerca das origens das coisas.

Suas obras são a última expressão da chamada fase mítica do pensamento grego, que antecede a fase do pensamento racional.

  • Conheça a biografia completa dos principais filósofos gregos do período do pensamento racional: Sócrates, Platão e Aristóteles.

Nessa época, a Grécia e suas cidades ainda não possuíam códigos escritos ou leis. A maior parte da mitologia era transmitida oralmente. Portanto, a mitologia transmitia uma tradição civilizacional que deveria ser seguida.

O objetivo era apresentar modelos de virtude, de comportamento, enfim, o verdadeiro sentido da existência para que as pessoas imitassem e difundissem tal ideal, transmitindo-os de geração em geração.

O exemplo dos heróis famosos tornou-se parte essencial da ética e da educação. O herói de Homero é o homem prudente, corajoso e guerreiro; e o de Hesíodo é o trabalhador que em tudo pratica a virtude da justiça.

Portanto, a poesia épica destes autores tem, como nenhum outro estilo, um objetivo transcendente, porque representa o todo da vida humana na sua luta com o destino por um objetivo mais elevado.

****************************************************

ATIVIDADE: (EM EQUIPE DE NO MÁXIMO 5 PESSOAS)

FAÇAM E ME ENTREGUEM NA SEMANA QUE VEM DIA 11/03/24


1-Compare e contraste as narrativas mitológicas gregas sobre a origem dos deuses e do universo, conforme apresentado no texto, com as teorias científicas contemporâneas sobre a formação do universo e das galáxias. Como essas perspectivas se relacionam e em que aspectos diferem?

R- Na primeira questão, os alunos precisariam realizar uma pesquisa comparativa entre as narrativas mitológicas gregas, como a Teogonia e a Cosmogonia, e as teorias científicas contemporâneas sobre a origem do universo e das galáxias. Eles teriam que explorar os pontos em comum, como a tentativa de explicar a origem do mundo, bem como as diferenças fundamentais, como a abordagem sobrenatural dos mitos em contraste com a abordagem baseada em evidências e observações da ciência. Isso exigiria uma compreensão profunda das narrativas mitológicas e dos conceitos científicos modernos sobre cosmologia.

2-Analise a influência da mitologia grega na construção de conceitos científicos e culturais, como exemplificado pelo mito do surgimento da Via Láctea. Como a interpretação mítica do fenômeno celeste se relaciona com as descobertas astronômicas modernas? Explique como a compreensão dos mitos pode enriquecer a apreciação e a investigação científica.

R- Na segunda questão, os alunos teriam que investigar a

influência da mitologia grega na cultura e na ciência, focando

especificamente no mito do surgimento da Via Láctea. Eles

precisariam examinar como essa narrativa mitológica se

relaciona com as descobertas astronômicas contemporâneas

sobre a natureza da Via Láctea e seu surgimento. Isso exigiria

uma análise crítica das interpretações mitológicas e científicas do

fenômeno celeste, bem como uma compreensão das maneiras

pelas quais a mitologia continua a influenciar a ciência e a

cultura modernas.

sábado, 2 de março de 2024

DIA INTERNACIONAL DA MULHER E O MACHISMO NO MUNDO DIGITAL



Objetivos:

  • Compreender a importância do Dia Internacional da Mulher.
  • Explorar o papel das inteligências artificiais (IAs) na perpetuação do machismo.
  • Discutir estratégias para combater o machismo digital.
1- A ORIGEM DO DIA INTERNACIONAL DA MULHER




Exemplos de machismo nas inteligências artificiais.

 
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           



EXEMPLO DE MACHISMO NO CHAT GPT



EXEMPLO DE MACHISMO EM JOGOS ONLINE 





MACHISMO COM AS ASSITENTES VIRTUAIS

 



O MAU USO DAS IAs NO CONTEXTO ESCOLAR





PERGUNTAS PARA CADA GRUPO DE ALUNOS
PESQUISEM NA INTERNET TEXTOS E VÍDEOS QUE AJUDEM A RESPONDER A QUESTÃO SORTEADA PARA SUA EQUIPE. APÓS ESTUDAR O TEMA E CONTRUIR RESPOSTA A PERGUNTA, DIGITE NO EDITOR DE TEXTO E ENVIE PARA O GRUPO DE WHATSAAP DA TURMA COM OS NOMES DOS MEMBROS DA SUA EQUIPE. 

1-Como os preconceitos sociais podem ser incorporados nas IAs devido aos dados de treinamento enviesados ou à falta de diversidade na equipe de desenvolvimento?
2-Como o machismo nas IAs pode afetar as mulheres?
3-Quais são os possíveis impactos negativos do machismo digital?
4-Quais estratégias podem ser adotadas para combater o machismo nas IAs?
5- Qual o papel das mulheres na sociedade e os desafios enfrentados em diferentes contextos, incluindo o ambiente digital?


APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Cada grupo apresenta suas reflexões e propostas para combater o machismo digital.

DA TEORIA À PRÁTICA

Quais ações práticas que os alunos podem tomar para combater o machismo nas redes sociais, na criação de conteúdo online e no uso de tecnologias?










IMPACTOS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO




José Moran - Professor, escritor e palestrante sobre educação criativa, humanista, aberta e transformadora com tecnologias


 O cenário atual

“Converso” com frequência com vários aplicativos “inteligentes” sobre diversos assuntos, com bastante fluência e “intimidade”, principalmente na prática de línguas. É incrível como evoluíram os chats de conversação, principalmente no último ano. Você se sente dialogando com “alguém”, com bastante fluência e sobre temas que lhe interessam. Mas não é uma tarefa simples. É um processo de acerto progressivo, de calibragem contínua, de tentativas de melhoria de ambas as partes; o que exige paciência, refinamento e competência. Para aprender, é preciso ser curioso, proativo, saber perguntar, ter conhecimento prévio sólido, competências críticas, discordar, reelaborar as questões, checar as fontes.

Nunca tivemos tantas chances de aprender de formas diferentes, sozinhos e em grupos, em espaços formais e informais, com tecnologias simples ou sofisticadas.  Mas a facilidade não garante a aprendizagem; pode gerar preguiça. Muitos se contentam com informações rasas, querem tudo pronto, se acomodam, não se esforçam, não se aprofundam. Acessar facilmente não significa aprender.

Na educação superior, alunos das melhores universidades, como Harvard, estão questionando que os currículos atuais não os estão preparando para esse mundo em que a inteligência artificial está impactando a forma de agir nas profissões, nos serviços, no entretenimento. Recém-formados relatam sentir-se ameaçados e preocupados com a ascensão da IA, de acordo com a edição de 2023 do “Relatório de Empregabilidade” anual do Grupo Cengage. “Entre 1.000 graduados que concluíram um programa de graduação ou não no mês passado, cerca de 46% disseram que se sentiram ameaçados pela IA, e 52% disseram que isso os fez questionar sua preparação para o mercado de trabalho”[1]

Num recente painel de discussão na Universidade de Harvard sobre as perspectivas dos estudantes sobre a IA generativa, alguns estudantes disseram ter sérias preocupações sobre a forma como a escola prepara os futuros profissionais para utilizarem ferramentas de IA no trabalho, especialmente em grandes empresas.

Alunos do ensino médio compartilham as mesmas preocupações. Sam Cheng, estudante do primeiro ano da Design Tech High School em Redwood City, Califórnia, disse em uma entrevista que a IA é apenas mais uma tecnologia que faz com que as escolas fiquem em descompasso com o que os alunos precisam. “Esse problema existe há muito tempo, pois os alunos sentem que a escola não está me preparando para o mundo real”, disse Cheng. A IA, na sua opinião, apenas contribui para esse problema generalizado.[2]

Quanto mais avança a inteligência artificial, mais importante é a formação sólida em competências básicas, com grandes mestres. A inteligência artificial é uma excelente companhia para quem sabe pensar, avaliar, contextualizar. Sem essa base, vira uma espécie de enciclopédia multimídia atraente, mas pouco relevante para quem não a utiliza bem.

Universidades e escolas estão começando a integrar a IA

Escolas e IES[3] estão sendo desafiadas a redesenhar seus currículos, as metodologias, e o cenário de educação se tornará mais polivalente, flexível, personalizado, diversificado e, infelizmente, desigual.

A Universidade de Michigan em 2023 disponibilizou um novo conjunto de ferramentas generativas de inteligência artificial, a plataforma de serviços de IA, para o toda a comunidade de mais de 100.000 pessoas.

A Arizona State University (ASU) acaba de firmar uma parceria com a OpenAI. A plataforma ChatGPT Enterprise será integrada à instituição com foco em aumentar o sucesso dos alunos, abrir novos caminhos para pesquisas inovadoras e simplificar as práticas organizacionais. A universidade desenvolverá tutores de IA personalizados e avatares de ajuda de estudo para os alunos, que adotam a tecnologia de forma esmagadora.

Algumas universidades norte-americanas (Stanford, MIT, Carnegie Mellon), europeias, chinesas e sul-coreanas estão na vanguarda da IA com programas avançados de pesquisa e ensino em IA, com foco em áreas como aprendizado de máquina, aprendizado profundo, robótica, tradução automática e biotecnologia, entre outras.

Está em curso uma corrida entre as IES em todos os países para capitalizarem as oportunidades proporcionadas por uma das mais recentes fronteiras da tecnologia – e para se protegerem também das desvantagens que também traz. É uma corrida em que haverá muitos vencedores, mas, também, é provável que haja perdedores claros: as instituições que tentam ficar na defensiva, só vendo os problemas que a IA traz, sem buscar alternativas institucionais viáveis. “Já estamos começando a ver empresas abrindo suas próprias escolas impulsionadas pela IA. Acredito que testemunharemos a descentralização da educação nos próximos anos”, diz o gestor Dan Fitzpatrick. “Haverá muito mais opções para pais e alunos.”[4]

Os impactos mais imediatos

A inteligência artificial pode ajudar os alunos a aprender de forma mais eficiente e os professores a ensinar de forma mais eficaz. O aluno pode ser cada vez mais protagonista e o professor competente continua sendo fundamental, mas a dinâmica entre ambos e o impacto na gestão tende a ser mais ampla, diversificada e complexa.

A inteligência artificial na educação está ajudando no desenho de caminhos de aprendizado personalizados para os alunos com base em seus estilos individuais, ritmos e interesses. Ela se adapta e evolui conforme o aluno progride, eliminando a abordagem única para todos. A IA também é usada para recomendar conteúdo relevante para os alunos e para os professores. Com base em seus interesses, nível de habilidade e histórico de aprendizado, os sistemas de IA podem sugerir recursos, como livros, vídeos ou cursos, que sejam mais adequados para eles. Podem identificar lacunas de conhecimento em materiais existentes, recomendar melhorias e gerar conteúdo adaptado a objetivos de aprendizagem específicos.

A plataforma Khan Academy criou o Khanmigo, que, na versão inglesa, serve como tutor para os estudantes, mas oferece também uma variedade de recursos para os professores, como criar facilmente um plano de aula, cocriar rubricas de avaliação, resumir as atividades da turma e as discussões. A plataforma faz uma análise abrangente do trabalho dos alunos nos últimos sete dias, incluindo tempo de aprendizado, dados de conclusão de tarefas e progresso no domínio do curso.[5]

Assistentes virtuais impulsionados por IA começam a ter um papel ativo importante para estudantes e professores. Podem oferecer suporte e orientação a ambos, em tempo real, dialogar com eles, dar atenção personalizada, adaptar os níveis de dificuldade de cada estudante, verificar o trabalho imediatamente, responder perguntas, indicar guias de estudo, oferecer recursos, dialogar com cada aluno e professor, todos os dias, a qualquer hora.

A IA pode facilitar também a aprendizagem colaborativa, integrando ferramentas avançadas de comunicação nas plataformas educacionais. Os alunos podem se conectar com seus colegas e professores, compartilhar ideias e colaborar em projetos remotamente. A IA também avançou muito na tradução automática de idiomas em tempo real, o que ajuda a quebrar barreiras linguísticas e torna o aprendizado mais global.[6]

A IA pode ajudar no processo de correção e avaliação, reduzindo a carga sobre os professores. Ao analisar e interpretar o trabalho dos alunos por meio de algoritmos de aprendizado de máquina, a IA consegue realizar avaliações rápidas e bastante precisas.

Tecnologias de IA estão simplificando as tarefas administrativas, como os processos de admissão e ajudam nas tarefas repetitivas como classificar redações, agendar reuniões e fornecer suporte básico ao aluno. Chatbots e automação alimentados por IA reduzem a burocracia, economizam tempo e tornam as instituições educacionais mais eficientes.

As ferramentas de Análise Preditiva da IA analisam dados em tempo real para identificar sinais precoces de dificuldades acadêmicas. Ao monitorar interações e o desempenho dos alunos, os educadores podem intervir proativamente, o que contribui para a melhoria nas taxas de retenção e sucesso acadêmico.

Ferramentas com IA podem oferecer suporte direcionado para alunos com deficiência, como interpretação em linguagem de sinais em tempo real, anotações automatizadas, conversão de texto para fala, reconhecimento de imagens, no ritmo adequado para as necessidades de cada estudante.

É um cenário desafiador para todos e muito diversificado, de acordo com a etapa de formação de cada um. Uma criança precisa de um acompanhamento muito mais próximo de professores o desenvolvimento de competências amplas e interação física com seus colegas do que os adultos. Sabemos que a tendência das escolas e IES no começo é à da assimilação, incorporando esses recursos como apoio para a melhoria daquilo que já vem acontecendo (que é o que a maioria está fazendo atualmente). Mas esse processo será insuficiente.

Temos consciência da desigualdade brutal em que muitas escolas se encontram de acesso, condições e cultura de inovação. Também há uma consciência maior de que a IA comete muitos erros, mostra vieses, preconceitos, problemas de autoria e falhas na privacidade pessoal.

Como pesquisador, procuro entender os avanços e, também, os problemas que a IA traz para a educação. Existe o otimismo tecnológico (IA transformará tudo) e o pessimismo (só vê problemas, erros e manipulação). Mas está clara a pressão por mudanças profundas que implicará em transformações no desenho de currículos mais personalizados, flexíveis, de metodologias mais criativas e de valorização das dimensões humanas plenas. Isso será feito em ritmos diferentes, de acordo com a cultura de cada escola e IES.

Os impactos a médio prazo

Teremos avançado na avaliação, em cada área de conhecimento e nível de ensino, de como integrar todo o potencial da aprendizagem personalizada, com a de grupo e com a de tutoria avançada em espaços presenciais e virtuais.

Já se percebe um aumento do homeschooling em alguns países como os Estados Unidos, com grupos de pais se organizando com o apoio de plataformas com inteligência como a Khan, Dreambox ou Carnegie Learning. Mas o impacto no ensino superior será muito mais profundo.

A IA está ajudando a remodelar os currículos educacionais para alinhá-los ao mercado de trabalho em rápida mudança. Há uma integração maior entre as áreas curriculares e com as empresas. A oferta curricular será muito flexível, para que o aluno vá e volte sempre que precisar ao longo da vida, de acordo com sua necessidade. A ida a um campus será menos frequente, mais para atividades de experimentação, discussão e aprofundamento relevantes. O presencial será para momentos importantes e para criar conexões sociais, porque para aprender não haverá muita diferença entre estar juntos fisicamente e estar juntos virtualmente.

O design curricular será como mapa de um sistema de transporte público integrado (metrô, ônibus, trem) que atende necessidades e percursos diferentes, com entradas em tempos variáveis e percursos, ao menos parcialmente, personalizados. As certificações serão mais curtas, valorizando cada etapa, mantendo os alunos mais engajados e permitindo uma maior personalização e formas diferentes de integralização do currículo.

A IA não substituirá os professores no que eles têm de melhor: a interação humana, a empatia, o apoio emocional e o ensino criativo, que continuam sendo essenciais para uma educação de qualidade.  Precisam ser muito competentes intelectual, emocional e digitalmente e também ter apoio e condições de exercer a profissão dignamente . Seu papel é decisivo na formação de crianças e jovens para que aprendam a pensar, questionar, comparar, a desenvolver valores humanistas, democráticos e sustentáveis. Mas todos interagirão cada vez mais com plataformas e aplicativos com Inteligência artificial para continuar sendo relevantes neste mundo híbrido, fi-digital, tão desigual.

Quem tem interesse por aprender, encontra nas diversas plataformas “inteligentes” inúmeras possibilidades, o tempo todo disponíveis. Elas tanto podem nos ajudar a evoluir para o bem como para o mal, porque espelham as contradições de sociedades multiculturais, com valores, expectativas, formas de organização e de vida muito diferentes. A educação humanista e integral, com o apoio de bons profissionais e da IA, contribuirá para tornar as pessoas mais autônomas, solidárias e felizes.

Algumas referências:

ALVES, L. (Org.). (2023). Inteligência artificial e educação: refletindo sobre os desafios contemporâneos. Salvador: EDUFBA ; Feira de Santana: UEFS Editora

Djokic, Ines; Milićević, Nikola; Djokic, Nenad; Malcic, Borka; Kalas, Branimir (2024): Students' perceptions of the use of artificial intelligence in educational services, Amfiteatru Economic Journal, ISSN 2247-9104, The Bucharest University of Economic Studies, Bucharest, Vol. 26, Iss. 65, pp. 294-310, https://doi.org/10.24818/EA/2024/65/294

Laura Czerniewicz and Catherine Cronin (eds), Higher Education for Good: Teaching and Learning Futures. Cambridge, UK: Open Book Publishers, 2023, https://doi.org/10.11647/OBP.0363

Michael Horn. Artificial Intelligence, Real Anxiety - How should educators use AI to prepare students for the future https://www.educationnext.org/artificial-intelligence-real-anxiety-how-should-educators-use-ai-prepare-students-future/

Sabrina Habib, Thomas Vogel , Xiao Anli , Evelyn Thorne. How does generative artificial intelligence impact student creativity? Journal of Creativity, Volume 34, Issue 1, 2024. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2713374523000316


[1] Cengage Group 2023 - Graduate Employability Report: AI Joins the Workforce -June 2023 - https://cengage.widen.net/s/nvd6ghd8vl/final-cg-employability-survey-report-july2023

[2] Michael Horn. Artificial Intelligence, Real Anxiety - How should educators use AI to prepare students for the future https://www.educationnext.org/artificial-intelligence-real-anxiety-how-should-educators-use-ai-prepare-students-future/

[3] Instituições de Ensino Superior

[4] Dan Fitzpatrick at FETC 2024: The future of AI in education- https://districtadministration.com/dan-fitzpatrick-the-future-of-ai-in-education/

[5]  Khanmigo para professors https://bit.ly/49OdFBy

youtube.com/watch?v=BBO8-Y65eYc&t=600s

O Khanmigo em português está sendo testado em algumas escolas brasileiras e será disponibilizado proximamente.

[6] Algumas plataformas interessantes que utilizam a IA na Educação, além da Khan Academy:  Teachy, https://www.teachy.com.br/ SchoolAI https://schoolai.com/. Magic School - https://www.magicschool.ai/

José Moran

Professor, escritor e pesquisador de projetos educacionais inovadores

Autor do blog Educação Transformadora - eca.usp.br/moran