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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

QUEM INVENTOU O RÉVEILLON?

Calendário Babilônico

Você sabia que o ano-novo se consolidou na maioria dos países há 500 anos? Desde os calendários babilônicos (2.800 a.C.) até o calendário gregoriano, o réveillon mudou muitas vezes de data.








A primeira comemoração, chamada de "Festival de ano-novo" ocorreu na Mesopotâmia por volta de 2.000 a. C. Na Babilônia, a festa começava na ocasião da lua nova indicando o equinócio da primavera, ou seja, um dos momentos em que o Sol se aproxima da linha do Equador onde os dias e noites tem a mesma duração.

Calendário gregoriano



No calendário atual, isto ocorre em meados de março (mais precisamente em 19 de março, data que os espiritualistas comemoram o ano-novo esotérico).






Os assírios, persas, fenícios e egípcios comemoravam o ano-novo no mês de setembro (dia 23). Já os gregos, celebravam o início de um novo ciclo entre os dias 21 ou 22 do mês de dezembro.

Os romanos foram os primeiros a estabelecerem um dia no calendário para a comemoração desta grande festa (753 a.C. - 476 d.C.) O ano começava em 1º de março, mas foi trocado em 153 a. C. para 1º de janeiro e mantido no calendário juliano, adotado em 46 a. C. Em 1582 a Igreja consolidou a comemoração, quando adotou o calendário gregoriano.





Alguns povos e países comemoram em datas 

diferentes 

Ainda hoje, na China, a festa da passagem do ano começa em fins de janeiro ou princípio de fevereiro. Durante os festejos, os chineses realizam desfiles e shows pirotécnicos. No Japão, o ano-novo é comemorado do dia 1º de janeiro ao dia 3 de janeiro.

Calendário chinês

A comunidade judaica tem um calendário próprio e sua festa de ano-novo ou Rosh Hashaná, - "A festa das trombetas" -, dura dois dias do mês Tishrê, que ocorre em meados de setembro ao início de outubro do calendário gregoriano. 

Calendário judeu


Para os islâmicos, o ano-novo é celebrado em meados de maio, marcando um novo início. A contagem corresponde ao aniversário da Hégira (em árabe, emigração), cujo Ano Zero corresponde ao nosso ano de 622, pois nesta ocasião, o profeta Maomé, deixou a cidade de Meca estabelecendo-se em Medina.

Calendário Islâmico



A ORIGEM DA PALAVRA E DAS FESTAS DE 

RÉVEILLON


Parece natural: chega o 31 de dezembro, as pessoas vestem branco, preparam comidas diferentes, bebem champanhe e ficam acordadas esperando a hora da virada. Mas todos esses costumes são tradições importadas, a começar pelo nome na festa.




Réveillon vem do verbo francês réveiller, que significa “acordar” — é o “despertar do ano”, pegou? A palavra surgiu no século 17 para identificar eventos muito populares entre os nobres franceses: jantares longos e chiques, que iam até depois da meia-noite, nas vésperas de datas importantes. Esses regabofes gastronômicos noturnos eram realizados várias vezes ao ano, mas com o tempo foram ficando para o Ano-Novo mesmo.

No século 19, o Réveillon virou moda nas colônias e áreas de influência da França – que eram muitas, já que ela era a superpotência cultural da época. 

No Brasil, os primeiros Réveillons foram realizados na corte de dom Pedro II, no Rio, e logo copiados pelas elites paulistas. Mas alguns detalhes foram incorporados depois, recheando o jantar francês com um sincretismo bem brasileiro.




Conheça a origem de algumas

 mandingas do Ano-Novo


Uvas



Simpatia trazida pelos vinicultores portugueses, que guardavam a semente do seu produto para ter fartura.






Lentilhas



Os italianos trouxeram essa tradição, que resultaria em um ano de fartura.







Roupa Branca





É a roupa dos devotos de Iemanjá, orixá que já na África era homenageada com oferendas no mar na passagem do ano.










Pular ondas



Hábito comum desde os gregos, que acreditavam “recarregar baterias” pelo mar, fonte da vida.










Fogos e barulho


No mundo inteiro o Ano Novo começa entre fogos de artifício, buzinadas, apitos e gritos de alegria. A tradição é muito antiga e, dizem, serve para espantar os maus espíritos.








segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

A HISTÓRIA DA LITERATURA DE CORDEL

Resultado de imagem para a historia da literatura de cordel

Na época dos povos conquistadores greco-romanos, fenícios, cartagineses, saxões, etc, a literatura de cordel já existia, tendo chegado à Península Ibérica (Portugal e Espanha) por volta do século XVI. 
Na Península a literatura de cordel recebeu os nomes de "pliegos sueltos" (Espanha) e "folhas soltas" ou "volantes" (Portugal). Florescente,principalmente, na área que se estende da Bahia ao Maranhão esta maravilhosa manifestação da inteligência brasileira merecerá no futuro, um estudo mais profundo e criterioso de suas peculiaridades particulares.

        O grande mestre de Pombal, Leandro Gomes de Barros, que nos emprestou régua e compasso para a produção da literatura de cordel, foi de extrema sinceridade quando afirmou na peleja de Riachão com o Diabo, escrita e editada em 1899:

 
"Esta peleja que fiz
não foi por mim inventada,
um velho daquela época
a tem ainda gravada
minhas aqui são as rimas
exceto elas, mais nada."

Oriunda de Portugal, a literatura de cordel chegou no balaio e no coração dos nossos colonizadores, instalando-se na Bahia e mais precisamente em Salvador. Dali se irradiou para os demais estados do Nordeste. A pergunta que mais inquieta e intriga os nossos pesquisadores é "Por que exatamente no nordeste?". A resposta não está distante do raciocínio livre nem dos domínios da razão. Como é sabido, a primeira capital da nação foi Salvador, ponto de convergência natural de todas as culturas, permanecendo assim até 1763, quando foi transferida para o Rio de Janeiro.

Na indagação dos pesquisadores no entanto há lógica, porque os poetas de bancada ou de gabinete, como ficaram conhecidos os autores da literatura de cordel, demoraram a emergir do seio bom da terra natal. Mais tarde, por volta de 1750 é que apareceram os primeiros vates da literatura de cordel oral. Engatinhando e sem nome, depois de relativo longo período, a literatura de cordel recebeu o batismo de poesia popular.

Foram esses bardos do improviso os precursores da literatura de cordel escrita. Os registros são muito vagos, sem consistência confiável, de repentistas ou violeiros antes de Manoel Riachão ou Mergulhão, mas Leandro Gomes de Barros, nascido no dia 19 de novembro de 1865, teria escrito a peleja de Manoel Riachão com o Diabo, em fins do século passado.



Sua afirmação, na última estrofe desta peleja (ver em detalhe) é um rico documento, pois evidencia a não contemporaneidade do Riachão com o rei dos autores da literatura de cordel. Ele nos dá um amplo sentido de longa distância ao afirmar: "Um velho daquela época a tem ainda gravada".





A CORDELISTA DO CEARÁ


A imagem pode conter: 1 pessoa, sorrindo, em péAqui no Ceará, temos uma mulher que é apaixonada por cordéis. A arte de escrever cordéis para ela é sua própria alma. Estou falando de Maria Ivonete Bezerra de Morais, nascida em Fortaleza, dia 5 de janeiro de 1953.
Além de cordelista, é 
  • socióloga, 
  • funcionária pública da STDS, 
  • graduada em Sociologia pela UNIFOR, pós-graduada no curso de especialização "Família uma Abordagem Sistêmica", pela UFC.
  • concluiu o curso de iniciação e aperfeiçoamento em Literatura de Cordel na Casa do Cantador.
  • Primeira-secretária da  Associação dos Escritores, Trovadores e Folheteiros do Estado do Ceará. (AESTROFE)
Toda essa bagagem literária e intelectual, fez fluir o dom para dar continuidade em escrever seus versos em poesia. 


Ivonete tem alguns cordéis publicados pela Tupynanquim Editora, são eles:
  • 23 de abril.
  • Dia Mundial do Livro.
  • Programa criança fora da rua dentro da escola.
  • Família de A a Z.
  • O amor de A a Z.
  • Mulher- expressão de lutas e conquistas.

A poetiza é um exemplo de amor por nossa cultura - cultura nordestina - e esse amor deu a ela o 1º lugar no Concurso de Poesia dos Servidores Públicos do Estado do Cearácom o cordel O amor de A a Z.


Em parceria com Nonato Araújo escreveu os cordéis:

  • Luiz Gonzaga, o rei que cantou e encantou o Brasil. (2012)
  • Patativa do Assaré - o nosso eterno poeta popular. (2012)
  • Eu nasci - Tatá do Mucuripe. (2012)

Eu tive a honra de receber de suas mãos o cordel: Luiz Gonzaga, o rei que cantou e encantou o Brasil ,   autografado. 


A imagem pode conter: 1 pessoa, sorrindo

Parabéns Ivonete! Continue nos encantando com seus poemas.

Fonte das informações históricas: ABLC - Academia Brasileira de Literatura de Cordel
Informações sobre a cordelista:  cordel, Luiz Gonzaga, o rei que cantou e encantou o Brasil. (2012)

domingo, 1 de novembro de 2015

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA





O Dia da Consciência Negra é uma data celebrada no Brasil no dia 20 de Novembro. Este dia está incluído na semana da Consciência Negra e tem como objetivo um reflexão sobre a introdução dos negros na sociedade brasileira.




O dia 20 de Novembro foi escolhido como uma homenagem a Zumbi dos Palmares, data na qual morreu, lutando pela liberdade do seu povo no Brasil, em 1695. Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, foi um personagem que dedicou a sua vida lutando contra a escravatura no período do Brasil Colonial, onde os escravos começaram a ser introduzidos por volta de 1594. Um quilombo é uma região que tinha como função lutar contra as doutrinas escravistas e também de conservar elementos da cultura africana no Brasil.




 Em 2003, no dia 9 de Janeiro, a lei 10.639 incluiu o Dia Nacional da Consciência Negra no calendário escolar. A mesma lei torna obrigatória o ensino sobre diversas áreas da História e cultura Afro-Brasileira. São abordados temas como a luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira, o negro na sociedade nacional, inserção do negro no mercado de trabalho, discriminação, identificação de etnias etc.


O que é ser negro no Brasil?




EXISTE RACISMO NO BRASIL? FAÇA O TESTE

 DO PESCOÇO AQUI


Poucos se lembram: 19 de novembro é o Dia Nacional de Combate ao Racismo. Um mapa da população negra no mercado de trabalho, elaborado pelo Dieese, acaba de ser publicado pelo Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial que, no Brasil, reúne a CUT, a CGT e a Força Sindical.

No Brasil, os negros trabalham mais e ganham menos que os brancos, têm carga horária maior, fazem mais horas-extras e perdem seus empregos com mais facilidade. Em 1998, o desemprego entre os negros era, em São Paulo, de 22,7%. Entre os brancos, 16,1%. Em nosso país, não se combate a discriminação racial com o mesmo empenho com que se critica a injustiça social. Em âmbito nacional, a média salarial dos brancos é de R$ 734. Dos negros, R$ 344.

O preconceito ao negro não parte só de brancos e amarelos. Parte deles próprios. De cada 100 negros, 83 não assumem sua condição racial. Embora o Brasil seja a segunda nação negra do mundo, depois da Nigéria, aqui só 44% da população (68 milhões) se declaram negros. Há pelo menos 55 deputados negros na Câmara, que abriga 553 parlamentares. Mas só 25 se assumem como tal.



A abolição da escravatura cometeu o erro de impedir o acesso do negro à terra. Por isso, no Brasil, a terra é deles (ou "nostra"), dos imigrantes europeus, e não nossa. Os descendentes de escravos ficaram duplamente marginalizados: por serem negros e por serem pobres. Entre os 20% mais pobres da população brasileira, 69,2% são negros.

De cada grupo de 2.000 crianças carentes, 1.600 são negras. Dados do IBGE indicam que 44% da população brasileira é negra e ocupa apenas 5% das vagas na universidade. As chances de um branco ingressar na universidade são de 43%. A do negro, 18%.

O mito da democracia racial no Brasil cai por terra quando se constata que 73,45% das mulheres no mercado de trabalho são negras, mas só 60% assalariadas. As demais trabalham em regime semi-escravo ou como empregadas domésticas, sem carteira assinada, férias e direitos assegurados. E não são raros os patrões que se dizem cristãos.




Na região metropolitana de São Paulo, o tempo de procura de trabalho para desempregados com mais de 40 anos é de 57 semanas para o negro e de 50 semanas para os demais. O trabalhador negro ocupa postos de trabalho mais precários e quando é assalariado sofre mais a instabilidade no emprego. A jornada de trabalho do negro é de 44 horas semanais, enquanto a dos não-negros é de 42 horas. Os afrodescendentes ingressam mais cedo no mercado de trabalho e permanecem mais tempo.

Desde a Constituição de 1934, discriminação racial é crime no Brasil. Agora, inafiançável. Ainda assim, são inúmeras as artimanhas para manter a discriminação. Basta ver nos jornais a procura de funcionários "de boa aparência". Em muitas empresas, as entrevistas se constituem no filtro da segregação. A lei deveria assegurar, como critério objetivo, os testes de habilitação técnica/profissional.


Mulher Maravilha negra


Na publicidade, são raros os modelos negros, como o bebê da Parmalat, exceto rebolantes mulatas (termo que vem de mulas). A linguagem trai nossa suposta ausência de preconceito, pois nem nos lembramos que negro é raça e preto é cor. Com freqüência falamos ou ouvimos dizer que "fulano denegriu", sem prestar atenção ao significado do verbo denegrir.

Há uma peça de Jean Genet na qual dois negros cessam o diálogo e começam a inspirar fundo, pressentindo um odor estranho. Súbito, encaram a platéia e, um deles, exclama: "Já sei. Isso é cheiro de branco".

A escola tem importante papel no combate ao racismo. Não se trata de ficar na retórica sobre a dignidade de todos os seres humanos. É preciso levar o estudante a refletir sobre o modo como ele e sua família se relacionam com a cozinheira, a faxineira, o porteiro do prédio, o manobrista, o camelô do semáforo ou a criança que encosta o rosto na janela do carro, seja negro ou não.



Essa é a real paisagem do Brasil. Uma criança (des)educada com o poder de gritar com a empregada pode, amanhã, ser o adolescente que se sente no direito de queimar um índio vivo ou disparar uma arma contra a platéia de um cinema. Então, será tarde demais, como para os alemães que acreditaram na superioridade da raça ariana ou os militares brasileiros que adotaram a tortura como método sistemático de repressão política.

Texto: Frei Beto

AFROBETIZAR A EDUCAÇÃO BRASILEIRA É 

PRECISO  - VEJA COMO AQUI


Paquitas negras



LISTA DE FILMES PARA DEBATER SOBRE A 

CONSCIÊNCIA NEGRA 


  • A NEGAÇÃO DO BRASIL
  • AO MESTRE COM CARINHO
  • FAÇA A COISA CERTA
  • HISTÓRIAS CRUZADAS
  • A OUTRA HISTÓRIA AMERICANA
  • MISSISSIPI EM CHAMAS
  • QUANTO VALE OU É POR QUILO?
  • O SOL É PARA TODOS
  • A COR PÚRPURA
  • MALCOLM X
  • CONDUZINDO MISS DAISY
  • AMISTAD
  • AGOSTO NEGRO
  • BESOURO







sexta-feira, 25 de setembro de 2015

OS HOMENS-BOMBA E O TERRORISMO



O que move os terroristas e qual a origem de 

seu ódio? 

Quais são os limites deste ódio?

Ao que parece, não há limites. O treinamento de um terrorista, sobretudo o dos “homens-bomba” é criteriosamente estruturado. A fé é a maior - ou talvez a única - convicção de todos eles. Não se trata de luta por território, por liberdade ou dignidade, trata-se apenas de obediência ao líder supremo: Alá!

Um terrorista não se faz da noite para o dia. Opressão falta de liberdade, lavagem cerebral, miséria organizada, entenda como se dá o processo de formação de um mártir islâmico!

# Recrutamento de crianças - Segundo a CNN, 90% dos suicidas que recebem treinamento militar do movimento islâmico no interior do Paquistão têm entre 12 e 18 anos. Para aliciar as crianças, as facções terroristas prometem a elas uma série de "prazeres celestiais", como recompensa pelo "sacrifício".

# Cenário reconfortante - No complexo do Taliban, grupo que atua no Afeganistão e no Paquistão, existem quatro salas decoradas com pinturas coloridas em que são retratados “paraísos”, paisagens arborizadas e rios que brotam leite e mel. As pinturas se contrapõem ao cenário árido e duro da região em que se localiza o complexo, mas causa nas crianças que cresceram em meio a fome, miséria e sujeira, uma clara sensação de reconforto.

 # Os pais - As crianças muitas vezes são enviadas pelos próprios pais para esses centros de treinamento. Os pais imaginam que lá seus filhos receberão uma boa educação, baseada nos ensinamentos islâmicos. Além disso, lá eles serão alimentados, e isso pesa na decisão dos pais que muitas vezes não fazem ideia do tipo de educação a que seus filhos serão submetidos.

# Lavagem cerebral - Desde cedo, as crianças aprendem que a vida é um desperdício. Como cresceram cercadas por violência e miséria, são facilmente condicionadas a acreditar no que ensinam nos campos de treinamento. Aprendem também que seu sacrifício em nome de Alá serve como passagem imediata para o céu, onde poderão desfrutar de diversas recompensas. As crianças passam então a acreditar que sua verdadeira vida só começa depois de sua morte.

# Treinamento - Durante a vida, estas pessoas recebem todo tipo de treinamento de manipulação de armas, preparação de coletes suicidas e táticas de emboscada. Algumas facções concedem ajuda financeira às famílias de homens-bomba. Em muitos casos, este valor serve como incentivo final ao mártir que sente-se mais tranquilo ao saber que sua família estará “amparada”.





#Perfil dos mártires - Pesquisas apontam que a maioria dos mártires são jovens entre 15 e 25 anos que carregam alguns complexos, como o de inferioridade e não têm personalidade bem desenvolvida, além de serem idealistas e bastante impressionáveis. Ironicamente, são pessoas que lutam incessantemente contra a morte, e a única forma de acabar com o tormento é morrendo e sendo recompensado no paraíso.


O TERMO HOMEM-BOMBA É ALGO RECENTE


Os primeiros terroristas suicidas que explodiam o próprio corpo apareceram entre os séculos 14 e 16. 

"Naquela época, o Império Turco-Otomano vivia um período de expansão. Uma das armas de seu Exército eram os guerreiros suicidas conhecidos como bashi-bazouks, que se precipitavam contra fortificações ou linhas de batalha do inimigo", diz o historiador Márcio Scalércio, da Universidade Cândido Mendes (RJ). 

Depois vieram os anarquistas da Rússia czarista, os camicases japoneses durante a Segunda Guerra e os guerrilheiros vietnamitas a partir da década de 50. 

Mas é bom esclarecer que a expressão "homem-bomba" e a popularização da prática são bem mais recentes - mais precisamente, nos conflitos do Oriente Médio dos últimos 20 anos. Tudo leva a crer que a guerra entre Irã e Iraque (1980-1988) foi o marco fundante para essa cultura de terroristas explosivos. 
Inspirados pelas ações de xiitas iranianos, grupos radicais palestinos como Hamas, Jihad Islâmica e a Brigada dos Mártires de Al-Aqsa fizeram do homem-bomba sua arma favorita na luta contra Israel. Hoje, jovens são doutrinados em escolas muçulmanas ou mesquitas e recebem prêmios pelo "ato de fé" - o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein chegava a pagar 25 mil dólares para a família de um suicida. 

E a moda macabra já lança tendências: no Sri Lanka e na Chechênia já existem mulheres-bomba e, na Palestina, os terroristas não são mais mortos de fome sem perspectivas. Uma pesquisa recente mostrou que a maioria dos homens-bomba palestinos vêm da classe média e têm boa educação.

Vestidos para matar
Carregados de explosivos, suicidas usam disfarces até o momento do atentado
MASSINHA PERIGOSA

O explosivo conhecido como C-4 (ciclotrimetileno-trinitramina) tem consistência maleável, semelhante à argila. Depois de ser acionado por uma carga elétrica, o C-4 explode quase instantaneamente, voando por um raio de centenas de metros. A ironia é que os Estados Unidos são os principais fabricantes desse explosivo plástico

DESTRUIÇÃO MULTIPLICADA

Pregos, bolinhas de ferro e pedaços de vidro são embalados junto com a massa explosiva. Quando a bomba é acionada, o material é arremessado com um impulso que supera em várias vezes a velocidade do som, alojando-se no corpo das vítimas. A hemorragia causada pelos estilhaços causa mais mortes que o impacto da explosão

O ÚLTIMO TRAJE

Embora não haja um padrão de roupa, no Oriente Médio os homens-bomba costumam usar um cinturão ou um colete com vários bolsos, onde são colocados pacotes contendo até 9 quilos de explosivo. Esse traje é usado sob a roupa normal do terrorista. Assim, disfarçado, ele chega ao alvo sem ser identificado


FOGO NA BOMBA

Nos atentados mais recentes, homens-bomba palestinos têm usado detonadores elétricos ligados a uma pilha. Quando o botão é acionado, a pilha emite um leve impulso elétrico, que logo detona toda a carga de C-4




CÍRCULO DO TERROR

Um homem-bomba consegue ferir pessoas a um raio de até 200 metros da explosão. Na hora da detonação, os terroristas escolhem locais cheios de gente, como centros comerciais


domingo, 20 de setembro de 2015

SOCIEDADES MATRILINEARES NO SÉCULO XXI



Matriarcado é uma forma de sociedade na qual o poder é exercido pelas mulheres, e especialmente, pelas mães da comunidade. A palavra matriarcado deriva do latim mater que significa mãe e do grego archein que significa governar.
Existem, ainda hoje, espalhadas pelo mundo, sociedades desse tipo.
Vamos elencar a seguir exemplos de sociedades matrilineares que sobrevivem no século XXI.



Meghalaya
– pequeno estado montanhoso a leste da Índia, as propriedades de riquezas são dominadas pelas mulheres e passam de mãe para filha. Ao contrário do que estudamos frequentemente na escola, em que as sociedades são machistas e nas quais o homem é provedor e herdeiro das riquezas e do poder político, nessa região da Índia, a situação é outra. Sendo assim, as crises entre os sexos também existem, chegando ao ponto de homens reivindicarem direitos e exigirem que as mulheres deem espaço social a classe masculina. Keith Pariat, presidente do Syngkhong-Rympei-Thymmai, o movimentos de direitos dos homens de Meghalaya, afirma a BBC Brasil,  "nós só queremos levar os homens até onde estão as mulheres". Parece uma ironia quando pensamos no mundo ocidental em que vivemos. De acordo com o Livro dos Recordes Guinness, o estado indiano de Meghalaya é o lugar mais chuvoso na Terra. Suas populações tribais também possuem um dos poucos sistemas matrilineares sobreviventes do mundo, onde as mulheres, em vez de homens, são as donas das terras e propriedades.

A tradição dita que a filha caçula da família herda todos os bens, bem como atua como zeladora dos pais idosos e irmãos solteiros. Quanto aos homens da família, um movimento sufragista surgiu, com grupos de direita afirmando que a cultura matrilinear está produzindo gerações de senhores que ficam aquém do seu potencial, posteriormente entrando no alcoolismo e abuso de drogas.



2Tribo Mosuo - a 2.700 metros de altura no sudeste chinês, as margens do Lago Lugu, vive a tribo Mosuo.
No dialeto mandarim que a tribo fala, não existem palavras para os conceitos de “pai” ou “marido”. As mulheres são responsáveis  pelo dinheiro, pelas propriedades e pelo nome da família que é passado de mãe para filha.
Com dois mil anos de existência a tradição é a mesma. A prática do casamento é totalmente posta de lado. Além de não casar, a mulher tem a decisão primária na escolha do parceiro. Aos 13 anos dá-se o ritual Zuo Hun ou “casamento passageiro”, onde as mulheres são integradas na vida social. A partir daí, elas podem ter quantos parceiros desejarem. Qualquer criança que nasça destes relacionamentos é criada apenas pelas mães e os pais são chamados de “tios”. Mulheres e homens vivem separados durante toda a vida, já que elas apenas recebem a visita dos homens de madrugada.
Conhecido na China como “Reino das Mulheres”, a tribo é composta por um total de 40 mil pessoas que habitam as margens do lago numa série de pequenas aldeias.

Os homens fazem as atividades domésticas e são comandados por mulheres em atividades como a pesca e a criação de animais, e estão plenamente conscientes do seu papel na tribo e não questionam a liderança das mulheres.



LandscapHOPI -  A tribo indígena americana Hopi se chama de “as pessoas pacíficas”. Eles basearam seu modo de vida em um respeito por seu ambiente, e tradicionalmente se organizam em volta de matriarcas. As mulheres ocupam a maior parte do poder, mesmo que o trabalho seja dividido igualmente. Todas as mulheres se reúnem sempre que um bebê na tribo chega aos 20 dias de idade, a fim de nomeá-lo. É uma sociedade extremamente cooperativa, e que evoca princípios comuns a todos os níveis.



4CHAMBRI Os escritos de Margaret Mead sobre o povo Chambri, de Papua Nova Guiné, em 1930 ajudaram a reforçar o feminismo nos Estados Unidos. Mead escreveu sobre como as mulheres é que pescavam e proviam para sua família e comunidade na sociedade Chambri.

Antropólogos mais tarde concluíram que, embora as observações de Mead estivessem corretas, a dinâmica de poder entre as relações dos Chambri era mais igualitária do que ela deixou transparecer. No entanto, o povo Chambri ainda é um bom exemplo de uma sociedade com uma política sexual atípica, onde mulheres mantêm o controle de muitos aspectos da cultura.


5AKA -  Os homens do povo Aka, na Bacia do Congo, na África, têm sido descritos como os “melhores pais do mundo”. Eles brincam com seus bebês pelo menos cinco vezes mais frequentemente que homens de outras sociedades. Enquanto as mulheres caçam, os homens cozinham. Berços não existem; os casais nunca deixam os bebês deitados sozinhos, e se um deles bate em uma criança, isso é base para divórcio. Mais impressionante de tudo, os pais Aka oferecem seus mamilos como chupetas para seus bebês quando a mãe não está por perto.



7ALAPINE - Em todos os EUA, há cerca de 100 colônias compostas apenas de mulheres, onde ninguém com um cromossomo Y entra. Estas comunidades em grande parte lésbicas começaram na década de 1970, quando um grupo de revolucionárias fundou um acampamento na praia de St Augustine, Flórida. Hoje, uma das maiores terras femininas fica na Alabama rural, em um acampamento chamado Alapine Village. 13 mulheres (a maioria com idades entre 50 e 80 anos) moram ali e cultivam a terra, além de participarem de atividades comuns, como canto e leitura de poemas.


ISLANDIA

Nos últimos quatro anos, a Islândia ficou no topo do Global Gender Gap Index do Fórum Econômico Mundial (índice de igualdade entre os gêneros), graças à aprovação de leis que favorecem a igualdade feminina, como a decisão de 2010 de proibir clubes de strip-tease. “Eu acho que os homens terão que se acostumar com a ideia de qu as mulheres não estão à venda”, disse a primeira-ministra do país, Johanna Sigurdardottir, a primeira chefe de estado abertamente lésbica do mundo, que preside um parlamento onde as mulheres ocupam 40% dos lugares. A título de comparação, em 2010, o Brasil apareceu em 85º no mesmo índice.

A campanha pelos direitos das mulheres há muito tempo prospera na Islândia – em 24 de outubro de 1975, data rotulada como “Dia de Folga das Mulheres”, 90% das mulheres do país se recusaram a trabalhar, cozinhar ou cuidar das crianças. A agenda feminista avançou ainda mais quando o governo anunciou recentemente que tem planos de banir pornografia tanto em versão impressa quanto online.


9MINANGKABAU - Vivendo principalmente na Sumatra Ocidental, na Indonésia, em quatro milhões de pessoas, o povo Minangkabau é a maior sociedade matrilinear conhecida hoje. Além do direito tribal que exige que todos os bens do clã sejam legados de mãe para filha, o povo Minangkabau acredita firmemente que a mãe é a pessoa mais importante da sociedade. Após o casamento, cada mulher adquire seu próprio quarto. O marido pode dormir com ela, mas deve sair no início da manhã para tomar café na casa de sua mãe. Aos 10 anos, os meninos saem da casa de sua mãe para ficar em quartos de homens e aprender habilidades práticas. Os homens são sempre chefes do clã, mas são elas que escolhem o chefe e pode tirá-lo do posto se sentirem que ele não cumpriu suas funções.


10AKAN Os Akan vivem em sua maioria em Gana, e aderem à estrutura social matriarcal, apesar da pressão do governo. A organização social dos Akan é fundamentalmente construída em torno do clã matriarcal. Dentro deste clã, a identidade, herança, riqueza e política são todas determinadas pelas mulheres. No entanto, homens tradicionalmente ocupam cargos de liderança. Muitas vezes, o homem deve não só sustentar sua própria família, mas as de suas parentes do sexo feminino.








11BRIBRI - O povo Bribri é um pequeno grupo indígena de pouco mais de 13 mil pessoas que vivem em uma reserva no Cantão Talamanca, na província de Limón, Costa Rica. Como muitas outras sociedades matrilineares, a de Bribri é organizada em clãs. Cada clã é composto de uma família e determinado pela matriarca. As mulheres são as únicas que tradicionalmente podem herdar terra, além de possuírem o direito de preparar o cacau usado nos rituais sagrados do povo.


12NAGOVISI O povo Nagovisi vive no sul de Bougainville, ilha de Nova Guiné. O antropólogo Jill Nash relatou detalhes da sociedade dividida em clãs matriarcais. Por exemplo, mulheres Nagovisi estão envolvidas na liderança e cerimônias do povo, mas também trabalham nas terras que possuem. Nash observou que, quando se trata de casamento, a mulher Nagovisi dá à jardinagem e à sexualidade igual importância. O casamento não é institucionalizado. Se um casal é visto junto, dorme junto e o homem ajuda a mulher em seu jardim, para todos os efeitos, eles são considerados casados.




Conclusão

A partir desta visão superficial de sociedades lideradas por mulheres, algumas diferenças fundamentais em relação a povos dominados por homens tornam-se bastante claras.

A mais impressionante delas é que essas culturas parecem ter uma visão bastante diferente da posse do que aquela que domina a cultura ocidental hoje – uma ênfase muito maior é dada na participação comum do que nas sociedades dirigidas por homens, que tendem a ser mais hegemônicas.

As crianças, por exemplo, pertencem a toda a comunidade, em vez de uma única família, e a terra é compartilhada, em vez de distribuída.

Claro, isso é apenas um olhar casual de algumas comunidades incrivelmente complexas e únicas em todo o mundo, mas, se servem como qualquer indicação, essas sociedades geridas por mulheres parecem muito mais igualitárias, carinhosas e talvez mais justas.

Sem contar o fato de serem mais pacíficas. O povo Aka não tolera agressão e, de acordo com o Índice Global da Paz (IGP) de 2012, a Islândia é o país mais pacífico do mundo. Não é surpresa que sua líder seja homossexual, já que o povo parece ser pouco preconceituoso e não dar espaço para o ódio irracional.

Até mesmo na ficção elas fazem governos mais calmos: na obra “Herland”, (algo como “Terra Dela”), de Charlotte Perkins Gilman (1910), sobre uma sociedade guiada por mulheres, elas valorizam a maternidade acima de tudo, criam os filhos em comunidade, são dedicadas à educação e completamente pacíficas. Em outras palavras, as tendências guerreiras agressivas dos homens desaparecem, e os desejos de progresso e harmonia democrática são avançados.

Fontes: Utopias, por Luiz Motivador, imagens de Google Imagens