Matriarcado é uma forma de
sociedade na qual o poder é exercido pelas mulheres, e especialmente, pelas
mães da comunidade. A palavra matriarcado deriva do latim mater que significa
mãe e do grego archein que significa governar.
Existem, ainda hoje,
espalhadas pelo mundo, sociedades desse tipo.
Vamos elencar a seguir
exemplos de sociedades matrilineares que sobrevivem no século XXI.
Meghalaya – pequeno estado montanhoso a leste da Índia, as propriedades de riquezas são dominadas pelas mulheres e passam de mãe para filha. Ao contrário do que estudamos frequentemente na escola, em que as sociedades são machistas e nas quais o homem é provedor e herdeiro das riquezas e do poder político, nessa região da Índia, a situação é outra. Sendo assim, as crises entre os sexos também existem, chegando ao ponto de homens reivindicarem direitos e exigirem que as mulheres deem espaço social a classe masculina. Keith Pariat, presidente do Syngkhong-Rympei-Thymmai, o movimentos de direitos dos homens de Meghalaya, afirma a BBC Brasil, "nós só queremos levar os homens até onde estão as mulheres". Parece uma ironia quando pensamos no mundo ocidental em que vivemos.
A tradição dita que a filha caçula da família herda todos os bens, bem como atua como zeladora dos pais idosos e irmãos solteiros. Quanto aos homens da família, um movimento sufragista surgiu, com grupos de direita afirmando que a cultura matrilinear está produzindo gerações de senhores que ficam aquém do seu potencial, posteriormente entrando no alcoolismo e abuso de drogas.
No dialeto mandarim que a
tribo fala, não existem palavras para os conceitos de “pai” ou “marido”. As mulheres
são responsáveis pelo dinheiro, pelas
propriedades e pelo nome da família que é passado de mãe para filha.
Com dois mil anos de
existência a tradição é a mesma. A prática do casamento é totalmente posta de
lado. Além de não casar, a mulher tem a decisão primária na escolha do
parceiro. Aos 13 anos dá-se o ritual Zuo Hun ou “casamento passageiro”, onde as
mulheres são integradas na vida social. A partir daí, elas podem ter quantos parceiros
desejarem. Qualquer criança que nasça destes relacionamentos é criada apenas
pelas mães e os pais são chamados de “tios”. Mulheres e homens vivem separados
durante toda a vida, já que elas apenas recebem a visita dos homens de
madrugada.
Conhecido na China como
“Reino das Mulheres”, a tribo é composta por um total de 40 mil pessoas que
habitam as margens do lago numa série de pequenas aldeias.
Os homens fazem as
atividades domésticas e são comandados por mulheres em atividades como a pesca
e a criação de animais, e estão plenamente conscientes do seu papel na tribo e
não questionam a liderança das mulheres.
Antropólogos mais tarde
concluíram que, embora as observações de Mead estivessem corretas, a dinâmica
de poder entre as relações dos Chambri era mais igualitária do que ela deixou
transparecer. No entanto, o povo Chambri ainda é um bom exemplo de uma
sociedade com uma política sexual atípica, onde mulheres mantêm o controle de
muitos aspectos da cultura.
ISLANDIA -
Nos últimos quatro anos, a
Islândia ficou no topo do Global Gender Gap Index do Fórum Econômico Mundial
(índice de igualdade entre os gêneros), graças à aprovação de leis que
favorecem a igualdade feminina, como a decisão de 2010 de proibir clubes de
strip-tease. “Eu acho que os homens terão que se acostumar com a ideia de qu as mulheres não estão à venda”, disse a primeira-ministra do país, Johanna
Sigurdardottir, a primeira chefe de estado abertamente lésbica do mundo, que
preside um parlamento onde as mulheres ocupam 40% dos lugares. A título de
comparação, em 2010, o Brasil apareceu em 85º no mesmo índice.
A campanha pelos direitos
das mulheres há muito tempo prospera na Islândia – em 24 de outubro de 1975,
data rotulada como “Dia de Folga das Mulheres”, 90% das mulheres do país se
recusaram a trabalhar, cozinhar ou cuidar das crianças. A agenda feminista
avançou ainda mais quando o governo anunciou recentemente que tem planos de
banir pornografia tanto em versão impressa quanto online.
Conclusão
A partir desta visão
superficial de sociedades lideradas por mulheres, algumas diferenças fundamentais
em relação a povos dominados por homens tornam-se bastante claras.
A mais impressionante
delas é que essas culturas parecem ter uma visão bastante diferente da posse do
que aquela que domina a cultura ocidental hoje – uma ênfase muito maior é dada
na participação comum do que nas sociedades dirigidas por homens, que tendem a
ser mais hegemônicas.
As crianças, por exemplo,
pertencem a toda a comunidade, em vez de uma única família, e a terra é
compartilhada, em vez de distribuída.
Claro, isso é apenas um
olhar casual de algumas comunidades incrivelmente complexas e únicas em todo o
mundo, mas, se servem como qualquer indicação, essas sociedades geridas por
mulheres parecem muito mais igualitárias, carinhosas e talvez mais justas.
Sem contar o fato de serem
mais pacíficas. O povo Aka não tolera agressão e, de acordo com o Índice Global
da Paz (IGP) de 2012, a Islândia é o país mais pacífico do mundo. Não é
surpresa que sua líder seja homossexual, já que o povo parece ser pouco
preconceituoso e não dar espaço para o ódio irracional.
Até mesmo na ficção elas
fazem governos mais calmos: na obra “Herland”, (algo como “Terra Dela”), de
Charlotte Perkins Gilman (1910), sobre uma sociedade guiada por mulheres, elas
valorizam a maternidade acima de tudo, criam os filhos em comunidade, são
dedicadas à educação e completamente pacíficas. Em outras palavras, as
tendências guerreiras agressivas dos homens desaparecem, e os desejos de
progresso e harmonia democrática são avançados.
Fontes: Utopias, por Luiz Motivador, imagens de Google Imagens
Há também o povo Tuareg! :)
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