“Numa sociedade racista, não basta não ser racista, é
necessário ser antirracista.”
Ângela Davis, filósofa.
1) “Abre a roda
Hoje vai ter ciranda
O ventre da mãe encanta
O filho que vai nascer
No transe, nasce o fruto e no rito
O batuque é infinito
Acompanha o novo ser
Mete a mão nesse tambor
Meu guardião batuqueiro
Salve as griots e o rei tigre guerreiro
Cada pancada no couro
É resistência, oração
Esquece o banzo e o suor da escravidão
Chama a senzala firma a batucada
Gira na umbigada, jongo e caxambu
É som de preto, música do gueto
Mística de Ketu, maracatu
Povo entregue ao reggae lá do Maranhão
Ao timbau que ferve São Salvador
Madureira é charme em frente à estação
São Paulo, o funk também abalou
O laia laia lá do fim do mundo
Soluçando a dor que ninguém ouviu
Negra voz insiste, o axé resiste
Enquanto a novela distrai o Brasil
Quilombola é kizomba
Casa Verde, meu quilombo
Neste cortejo vem o canto africano
No rufar do tambor imperiano. (Samba-Enredo 2023 - Império dos Tambores – Um Brasil Afromusical - G.R.C.S. Império de Casa Verde-SP)
A Escola de Samba Império de Casa Verde no seu samba enredo sobre a construção musical do Brasil através de tambores africanos buscou dar ênfase aos seguintes aspectos:
(A)simplicidade, misticismo e religiosidade
(B) homogeneidade, singularidade e verticalidade.
(C) naturalidade, contraditoriedade e flexibilidade.
(D) sequencialidade, valoratividade e imparcialidade.
(E) ancestralidade, representatividade e identidade cultural
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2- "Obatalá mandou avisar
Quando tudo passar vai ter procissão!
Um olhar altaneiro no céu
Abençoa a Fiel a seguir a missão
Do pai maior aprender a lição!
Tirar as angústias do nosso caminho!
Pra ajudar seu irmão a carregar sua cruz
Na força da fé, nunca estou sozinho!
Aruanda ê! Kizomba!
Nossa bandeira é religião
Nessa corrente eu sou mais um!
Guerreiro de São Jorge
Mensageiro de Ogum!
Enfim a nossa terra prometida
Na paz eu vi o povo se amar
Nessa terra que é de amém e de axé!
Na verdade de Irmã Dulce e de Chico Xavier!
O mar se abriu, testemunhou
Um novo dia enfim clareou!
E lá no céu essa luz que ilumina
Uma lágrima divina
Por seu filho a derramar
Nos braços do criador
Era Cristo ou Oxalá?
Sou mais um Fiel abençoado
É alvinegro meu manto sagrado
Em nome do pai, eu canto
Amém meu coração corinthiano (Em Nome do Pai, Dos Filhos, Dos Espíritos e Dos Santos… Amém! G.R.E.S. Gaviões Da Fiel -SP)
O samba enredo da G.R.E.S. Gaviões Da Fiel (SP)aborda a seguinte temática
(A) religiosidade plural.
(B) Intolerância religiosa.
(C) a invenção das religiões
(D)as religiões com mais adeptos no Brasil.
(E)a presença constante dos rituais religiosos.
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3- “Oyá, oyá, oyá eô!
Ê matamba, dona da minha nação
Filha do amanhecer, carregada no dendê
Sou eu a flecha da evolução
Sou eu Mangueira, a flecha da evolução
Levo a cor, meu ilú é o tambor
Que tremeu Salvador, Bahia
Áfricas que recriei
Resistir é lei, arte é rebeldia
Coroada pelos cucumbis
Do quilombo às embaixadas
Com ganzás e xequerês fundei o meu país
Pelo som dos atabaques canta meu pais
Traz o padê de Exu
Pra mamãe Oxum toca o ijexá
Rua dos afoxés
Voz dos candomblés, xirê de orixá
Deusa do ilê aiye, do gueto
Meu cabelo black, negão, coroa de preto
Não foi em vão a luta de catendê
Sonho badauê, revolução didá
Candace de olodum, sou debalê de Ogum
Filhos de Gandhi, paz de Oxalá
Quando a alegria invade o Pelô
É carnaval, na pele o swing da cor
O meu timbau é força e poder
Por cada mulher de arerê
Liberta o batuque do canjerê
Eparrey oya! Eparrey mainha!
Quando o verde encontra o rosa, toda preta é rainha
O samba foi morar onde o Rio é mais baiano
O samba foi morar onde o Rio é mais baiano
Reina a ginga de iaiá na ladeira
No ilê de tia Fé, axé Mangueira! Samba-Enredo 2023 - As Áfricas Que a Bahia Canta. G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira (RJ)
https://www.letras.mus.br/mangueira-rj/samba-enredo-2023-as-africas-que-a-bahia-canta/
No samba enredo da Escola de samba mangueira é possível identificar
(A)a luta contra o racismo e a misoginia e suas diversas formas de resistência.
(B) a proximidade rítmica entre o sudeste e o nordeste a partir da cultura popular.
(C)a descrição das divindades de matrizes africanas presentes na religiosidade brasileira.
(D) a musicalidade baiana com base nos cortejos afros bem como o protagonismo feminino.
(E)a crítica a interseccionalidade presente em nosso país e a exaltação da cultura afrodescendente.
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4- “A revolução começa
Onde o povo fez história
E a escola não contou
Marco dos heróis e heroínas
Das batalhas genuínas
Do desquite do invasor
Naquele dois de julho, o sol do triunfar
E os filhos desse chão a guerrear
O sangue do orgulho retinto e servil
Avermelhava as terras do brasil
Eh! Vim cobrar igualdade, quero liberdade de expressão
É a rua pela vida, é a vida do irmão
Baixada em ato de rebelião (eh, eh)
Desfila o chumbo da autocracia
A demagogia em setembro a marchar
Aos “renegados” barriga vazia
Progresso agracia quem tem pra bancar
Ordem é o mito do descaso
Que desconheço desde os tempos de cabral
A lida, um canto, o direito
Por aqui o preconceito tem conceito estrutural
Pela mátria soberana, eis o povo no poder
São marias e joanas, os brasis
Que eu quero ter
Deixa nilópolis cantar!!!
Pela nossa independência, por cultura popular
Ô abram alas ao cordão dos excluídos
Que vão à luta e matam seus dragões
Além dos carnavais, o samba é que me faz
Subversivo beija flor das multidões” “Brava Gente! O grito dos excluídos no bicentenário da Independência” .G.R.E.S BEIJA-FLOR DE NILÓPOLIS
4.1 A escola Beija-Flor de Nilópolis, em seu samba enredo, “Brava gente, o grito dos excluídos no bicentenário da independência", faz referência o dia 2 de julho de 1823, quando aconteceu a independência do Brasil na Bahia. O objetivo central da letra está presente na seguinte assertiva
(A) dar vez e voz aos grandes heróis já destacados pela nossa história.
(B) reconhecer a importância econômica dos excluídos em nossa sociedade.
(C) fortalecer a história do nosso país presente nas escolas e reforçar o discurso vigente.
(D)exaltar a trajetória de nossa história marcada pela cordialidade e passividade do povo brasileiro.
(E) transformar o samba em um ato cívico ao questionar o papel dos excluídos ao longo da nossa história.
4.2 O samba-enredo acima transmite a seguinte ideia na totalidade dos seus versos faz a seguinte convocação aos brasileiros
(A) inquirir sobre sua marginalização, sobre seus dilemas e diferenças sociais e lutar por seus direitos.
(B)promover a equidade social dando ênfase a sua diversidade cultural, étnica e religiosa.
(C) buscar novas formas de reconhecimento social no campo político, artístico, econômico e social.
(D) ressaltar que a busca institucional pelos direitos dos excluídos é a única forma possível.
(A) enfatizar que a luta da independência do Brasil na Bahia é um marco que precisa ser valorizado pelas conquistas sociais obtidas.
As letras das músicas são geniais. Parabens, professora! levar aos alunos a essencia da cultura brasileira. Muito forte.
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