domingo, 4 de fevereiro de 2024

AULA SOBRE CARNAVAL

 

 



Numa sociedade racista, não basta não ser racista, é

 necessário ser antirracista.” 

Ângela Davis, filósofa.


1) “Abre a roda

Hoje vai ter ciranda

O ventre da mãe encanta

O filho que vai nascer

No transe, nasce o fruto e no rito

O batuque é infinito

Acompanha o novo ser

Mete a mão nesse tambor

Meu guardião batuqueiro

Salve as griots e o rei tigre guerreiro

Cada pancada no couro

É resistência, oração

Esquece o banzo e o suor da escravidão


Chama a senzala firma a batucada

Gira na umbigada, jongo e caxambu

É som de preto, música do gueto

Mística de Ketu, maracatu


Povo entregue ao reggae lá do Maranhão

Ao timbau que ferve São Salvador

Madureira é charme em frente à estação

São Paulo, o funk também abalou

O laia laia lá do fim do mundo

Soluçando a dor que ninguém ouviu

Negra voz insiste, o axé resiste

Enquanto a novela distrai o Brasil


Quilombola é kizomba

Casa Verde, meu quilombo

Neste cortejo vem o canto africano

No rufar do tambor imperiano. (Samba-Enredo 2023 - Império dos Tambores – Um Brasil Afromusical - G.R.C.S. Império de Casa Verde-SP)



A Escola de Samba Império de Casa Verde no seu samba enredo sobre a construção musical do Brasil através de tambores africanos buscou dar ênfase aos seguintes aspectos:

(A)simplicidade, misticismo e religiosidade

(B) homogeneidade, singularidade e verticalidade.

(C) naturalidade, contraditoriedade e flexibilidade.

(D) sequencialidade, valoratividade e imparcialidade.

(E) ancestralidade, representatividade e identidade cultural


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2- "Obatalá mandou avisar

Quando tudo passar vai ter procissão!

Um olhar altaneiro no céu

Abençoa a Fiel a seguir a missão


Do pai maior aprender a lição!

Tirar as angústias do nosso caminho!

Pra ajudar seu irmão a carregar sua cruz

Na força da fé, nunca estou sozinho!


Aruanda ê! Kizomba!

Nossa bandeira é religião

Nessa corrente eu sou mais um!

Guerreiro de São Jorge

Mensageiro de Ogum!


Enfim a nossa terra prometida

Na paz eu vi o povo se amar

Nessa terra que é de amém e de axé!

Na verdade de Irmã Dulce e de Chico Xavier!

O mar se abriu, testemunhou

Um novo dia enfim clareou!


E lá no céu essa luz que ilumina

Uma lágrima divina

Por seu filho a derramar

Nos braços do criador

Era Cristo ou Oxalá?


Sou mais um Fiel abençoado

É alvinegro meu manto sagrado

Em nome do pai, eu canto

Amém meu coração corinthiano (Em Nome do Pai, Dos Filhos, Dos Espíritos e Dos Santos… Amém! G.R.E.S. Gaviões Da Fiel -SP)


O samba enredo da G.R.E.S. Gaviões Da Fiel (SP)aborda a seguinte temática

(A) religiosidade plural.

(B) Intolerância religiosa.

(C) a invenção das religiões

(D)as religiões com mais adeptos no Brasil.

(E)a presença constante dos rituais religiosos.

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3- “Oyá, oyá, oyá eô!

Ê matamba, dona da minha nação

Filha do amanhecer, carregada no dendê

Sou eu a flecha da evolução

Sou eu Mangueira, a flecha da evolução

Levo a cor, meu ilú é o tambor

Que tremeu Salvador, Bahia

Áfricas que recriei

Resistir é lei, arte é rebeldia

Coroada pelos cucumbis

Do quilombo às embaixadas

Com ganzás e xequerês fundei o meu país

Pelo som dos atabaques canta meu pais

Traz o padê de Exu

Pra mamãe Oxum toca o ijexá

Rua dos afoxés

Voz dos candomblés, xirê de orixá

Deusa do ilê aiye, do gueto

Meu cabelo black, negão, coroa de preto

Não foi em vão a luta de catendê

Sonho badauê, revolução didá

Candace de olodum, sou debalê de Ogum

Filhos de Gandhi, paz de Oxalá

Quando a alegria invade o Pelô

É carnaval, na pele o swing da cor

O meu timbau é força e poder

Por cada mulher de arerê

Liberta o batuque do canjerê

Eparrey oya! Eparrey mainha!

Quando o verde encontra o rosa, toda preta é rainha

O samba foi morar onde o Rio é mais baiano

O samba foi morar onde o Rio é mais baiano

Reina a ginga de iaiá na ladeira

No ilê de tia Fé, axé Mangueira! Samba-Enredo 2023 - As Áfricas Que a Bahia Canta. G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira (RJ)

https://www.letras.mus.br/mangueira-rj/samba-enredo-2023-as-africas-que-a-bahia-canta/


No samba enredo da Escola de samba mangueira é possível identificar

(A)a luta contra o racismo e a misoginia e suas diversas formas de resistência.

(B) a proximidade rítmica entre o sudeste e o nordeste a partir da cultura popular.

(C)a descrição das divindades de matrizes africanas presentes na religiosidade brasileira.

(D) a musicalidade baiana com base nos cortejos afros bem como o protagonismo feminino.

(E)a crítica a interseccionalidade presente em nosso país e a exaltação da cultura afrodescendente.

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4- “A revolução começa

Onde o povo fez história

E a escola não contou

Marco dos heróis e heroínas

Das batalhas genuínas

Do desquite do invasor

Naquele dois de julho, o sol do triunfar

E os filhos desse chão a guerrear

O sangue do orgulho retinto e servil

Avermelhava as terras do brasil


Eh! Vim cobrar igualdade, quero liberdade de expressão

É a rua pela vida, é a vida do irmão

Baixada em ato de rebelião (eh, eh)


Desfila o chumbo da autocracia

A demagogia em setembro a marchar

Aos “renegados” barriga vazia

Progresso agracia quem tem pra bancar

Ordem é o mito do descaso

Que desconheço desde os tempos de cabral

A lida, um canto, o direito

Por aqui o preconceito tem conceito estrutural

Pela mátria soberana, eis o povo no poder

São marias e joanas, os brasis

Que eu quero ter


Deixa nilópolis cantar!!!

Pela nossa independência, por cultura popular


Ô abram alas ao cordão dos excluídos

Que vão à luta e matam seus dragões

Além dos carnavais, o samba é que me faz

Subversivo beija flor das multidões” “Brava Gente! O grito dos excluídos no bicentenário da Independência” .G.R.E.S BEIJA-FLOR DE NILÓPOLIS


4.1 A escola Beija-Flor de Nilópolis, em seu samba enredo, “Brava gente, o grito dos excluídos no bicentenário da independência", faz referência o dia 2 de julho de 1823, quando aconteceu a independência do Brasil na Bahia. O objetivo central da letra está presente na seguinte assertiva

(A) dar vez e voz aos grandes heróis já destacados pela nossa história.

(B) reconhecer a importância econômica dos excluídos em nossa sociedade.

(C) fortalecer a história do nosso país presente nas escolas e reforçar o discurso vigente.

(D)exaltar a trajetória de nossa história marcada pela cordialidade e passividade do povo brasileiro.

(E) transformar o samba em um ato cívico ao questionar o papel dos excluídos ao longo da nossa história.


4.2 O samba-enredo acima transmite a seguinte ideia na totalidade dos seus versos faz a seguinte convocação aos brasileiros

(A) inquirir sobre sua marginalização, sobre seus dilemas e diferenças sociais e lutar por seus direitos.

(B)promover a equidade social dando ênfase a sua diversidade cultural, étnica e religiosa.

(C) buscar novas formas de reconhecimento social no campo político, artístico, econômico e social.

(D) ressaltar que a busca institucional pelos direitos dos excluídos é a única forma possível.

(A) enfatizar que a luta da independência do Brasil na Bahia é um marco que precisa ser valorizado pelas conquistas sociais obtidas.


Um comentário:

  1. As letras das músicas são geniais. Parabens, professora! levar aos alunos a essencia da cultura brasileira. Muito forte.

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