A Era Vargas (1930–1954)
🔹 1930 – A Revolução de 1930 e a chegada ao poder
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Getúlio Vargas chegou ao poder em 1930 após a Revolução de 1930, que pôs fim à chamada República Velha (política do café com leite, domínio das oligarquias paulista e mineira).
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O estopim foi a crise de 1929, que derrubou os preços do café, e a insatisfação com a fraude eleitoral que negou vitória a Vargas.
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Vargas assumiu como chefe do Governo Provisório, centralizando o poder e suspendendo a Constituição.
🔹 1930–1934 – Governo Provisório
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Vargas governou por decretos, sem Congresso.
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Nomeou interventores nos estados (no lugar dos antigos governadores).
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Criou o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e iniciou políticas trabalhistas.
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Buscou incentivar a industrialização e controlar a economia após a crise de 1929.
🔹 1934–1937 – Governo Constitucional
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Em 1934, foi promulgada uma nova Constituição, que estabeleceu voto secreto, voto feminino e avanços sociais.
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Vargas foi eleito presidente indiretamente pela Assembleia Constituinte.
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Apesar de estar em um governo constitucional, ele mantinha forte controle político e ampliava sua base de apoio entre os trabalhadores urbanos.
🔹 1937–1945 – Estado Novo
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Em 1937, Vargas deu um golpe de Estado, cancelando eleições e instaurando uma ditadura.
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A justificativa foi o suposto Plano Cohen, uma ameaça comunista (na verdade, documento falso).
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Nesse período:
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Instituiu a Constituição de 1937 (autoritária).
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Criou o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), que censurava a imprensa e exaltava sua imagem como “pai dos pobres”.
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Consolidou a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) em 1943, garantindo direitos como férias, salário mínimo e jornada de 8h.
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Incentivou a indústria de base (como a Companhia Siderúrgica Nacional).
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Apesar do autoritarismo, Vargas manteve grande apoio popular.
🔹 1945 – A queda de Vargas
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Com o fim da Segunda Guerra Mundial, cresceu a pressão por redemocratização.
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Vargas tentou permanecer no poder, mas foi deposto por um golpe militar em 1945.
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Em seguida, surgiram partidos ligados ao seu legado, como o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) e o PSD (Partido Social Democrático).
🔹 1950–1954 – Segundo governo Vargas
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Em 1950, Vargas voltou ao poder, agora eleito pelo voto direto.
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Seu governo foi marcado por:
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Nacionalismo econômico (defesa das riquezas nacionais).
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Criação da Petrobras em 1953, com o lema “O petróleo é nosso”.
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Ampliação das políticas trabalhistas, reforçando sua imagem de defensor dos trabalhadores.
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No entanto, enfrentou forte oposição das elites econômicas, de setores militares e da imprensa, que o acusavam de corrupção e autoritarismo.
🔹 1954 – O suicídio de Vargas
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A crise política se agravou após o atentado da Rua Tonelero, quando o jornalista Carlos Lacerda, um de seus maiores opositores, sofreu um atentado atribuído a pessoas ligadas ao governo.
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Pressionado pelos militares e pela oposição a renunciar, Vargas preferiu tirar a própria vida com tiro no peito, em 24 de agosto de 1954, no Palácio do Catete (Rio de Janeiro).
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Deixou a famosa “Carta-Testamento”, na qual afirmava que estava sendo pressionado pelas forças contrárias ao povo e que sua morte seria um ato de resistência.
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Seu suicídio causou enorme comoção popular: multidões foram às ruas em defesa de Vargas, consolidando sua imagem como líder carismático e “pai dos pobres”.
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