quarta-feira, 14 de julho de 2010

Levantamento. Entre 1995 e 2008, 12,1 milhões de brasileiros deixaram a condição de pobreza extrema

País pode pôr fim à miséria até 2016, diz estudo do Ipea
Santa Catarina e Paraná seriam os primeiros a acabar com o problema
RIO DE JANEIRO. Até 2016, o Brasil pode superar a miséria (rendimento médio domiciliar per capita de até um quarto do salário mínimo por mês), segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O levantamento apresentado ontem no Rio de Janeiro alerta que, para atingir esse ideal, o país precisa equilibrar a desigualdade que existe entre os Estados em relação às taxas de redução da pobreza. As informações são da Agência Brasil.
Segundo o levantamento baseado em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), entre 1995 e 2008 saíram da condição de pobreza absoluta 12,8 milhões de pessoas enquanto 12,1 milhões superaram a condição de pobreza extrema.
De acordo com as projeções do Ipea com base no ritmo da redução da pobreza no governo Lula (2003-2008), Santa Catarina e Paraná superarão a condição de miséria já em 2012. No ano seguinte, atingiriam o mesmo objetivo Goiás, Espírito Santo e Minas Gerais. Em 2014, a miséria seria eliminada em São Paulo e no Mato Grosso.
O desafio, segundo o Ipea, é fazer com que os Estados tenham ritmos diferenciados de redução da miséria, justamente porque mostram níveis diferentes de distribuição de renda e de riqueza. "Mas, para que essa projeção se torne realidade, os Estados terão de apresentar ritmos diferenciados de redução da miséria, uma vez que registram enorme assimetria nas taxas atuais de pobrezas extremas, como se pode observar entre Alagoas (32,3%) e Santa Catarina (2,8%)", diz o estudo.
Entre 1995 e 2008, as taxas de pobreza extrema entre as unidades da federação foram bem desiguais. Em 1995, Maranhão (53,1%), Piauí (46,8%) e Ceará (43,7%) eram os Estados com maior proporção de miseráveis em relação à população. Treze anos depois, Alagoas assumiu o topo do ranking, com a taxa de pobreza extrema de 32,3%.


Contraste
Pobreza absoluta cai, mas ainda há desigualdades
Rio de Janeiro. Apesar dos avanços, a melhoria das condições econômicas da população desde o Plano Real não teve uma distribuição uniforme entre as regiões do país. É o que indica o trabalho “Dimensão, Evolução e Projeção da Pobreza por Região e por Estado no Brasil”, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado ontem.
Enquanto a taxa de pobreza absoluta caiu 33,6% entre 1995 e 2008 em todo o país, a redução foi de apenas 12,7% no Centro-Oeste. Já a queda da taxa de pobreza extrema, cuja média nacional teve queda de 49,8% no período, foi reduzida em apenas 22,8% no Norte. O Sul teve resultados acima da média nacional: queda de 47,1% da pobreza absoluta e 59,6% da extrema.
Os dados mostram que a redução da pobreza não tem relação direta apenas com o crescimento econômico. O Centro-Oeste, com a menor queda na proporção de brasileiros com renda per capita abaixo de meio salário mínimo, registrou a melhor média do país de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) por habitante: crescimento anual de 5,3%. O Sul reduziu a pobreza em maior proporção, mesmo registrando o menor crescimento do PIB por habitante: 2,3% anuais.
Publicado em: 14/07/2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário