Foto: site FGV
Por Deyvison Sousa
Olhe para o que você tem hoje e
se pergunte: o que consegui com o suor do meu trabalho é o suficiente para me
manter com saúde, segurança e educação? Sendo mais simples, reflita: o que
comprei hoje através do meu trabalho é o mínimo para minha necessidade? Hoje eu
me sinto cidadão nacional assistido se qualquer imprevisto que venha a
acontecer me impossibilite de trabalhar?
Conflitante essa relação de
"dia do trabalho" aqui no Brasil e no mundo. Enquanto milhares de
pessoas se mobilizam em países como França, Grécia, Espanha, Russia, Cuba,
entre outros, em busca de melhores condições de vida e esperança de conseguir
um emprego. Aqui, 1 milhão de brasileiros estão em São Paulo desde cedo
esperando um dia de show com cantores nacionais e no sul tem muita costelinha
de porco assada para funcionários de empresas privadas. É um
"reconhecimento" dos patrões. Mas essas comemorações não são pontuais
do sudeste e sul. Elas atingem os quatro cantos do país.
Sei que encontraria gente para
argumentar com o fato de que a crise européia já estoura em países como a
Espanha, onde o índice de desemprego está na casa dos 25% e esse seria o motivo
para as passeatas e intervenções hoje.
Mas nós não nos diferenciamos dos
países de primeiro mundo não.
Nosso país também enfrenta crise
trabalhista todos os dias do ano.
Empresas que contratam
temporariamente milhões de funcionários para girar a máquina do consumo nos
meses de dezembro, janeiro e fevereiro e que despejam à própria sorte 3 meses
depois da contratação provisória reduzindo em 26% os contratos com carteira
assinada.
E os impostos? São 141 dias que
nos sacrificamos só para manter um governo que não repassa 1/3 do que
investimos em bem estar social. E olhe que já chegamos na casa dos 500 BILHÕES
em impostos em 4 meses. Quase a metade do ano trabalhando para manter o
governo.
Se em países de primeiro mundo as
condições de saúde, transporte e segurança são de dar inveja, é ridículo a
gente sobreviver numa nação conformada de um país onde, diariamente, morrem
milhares de pessoas por falta de um medicamento no hospital.
O trabalhador brasileiro, lá da
periferia, se escraviza todos os para manter o estilo de vida nada difícil de
uma fatia de muito ricos.
A minha e a sua rotina exaustiva
de trabalho não garantem a educação, a segurança, a saúde, a cultura, nem o
direito de ir e vir da da maior parte de brasileiros, iguaizinhos a nós.
Então, por que comemorar?
O dia do trabalho é dia de provar
que o trabalhador brasileiro não é mão de obra e sim capital.
Cara Professora Isabel Aguiar,
ResponderExcluirTambém sou professor, mas por favor não interprete esta mensagem como uma retribuição de galhardetes. Sou administrador do Clube de História de Valpaços e agradeço as suas palavras de simpatia por este blog. Na verdade ele foi criado para ser um blog colectivo, mas ultimamente a maioria dos elementos da equipe que o compõe tem manifestado indisponibilidade para continuar a colaborar nela e, por isso, tenho-me visto em apuros para tentar "salvar a honra do convento". Mas tudo bem, ele continua porque sempre fiz questão de orgulhosamente, ou teimosamente, nunca virar a cara à luta e o blog vai-se aguentando! Fico feliz em constatar que a Isabel Aguiar que personifica este blogue com o mesmo nome apreciou o CHV, pois como vejo, o seu blog é muito interessante e vou integrá-lo nos nossos favoritos. Bem haja, como costumamos usar da expressão aqui em Portugal para melhor agradecer quem nos inspira confiança, nos estimula e a quem também desejamos a maior sorte.
Cumprimentos fraternos ultramarinos,
Leonel Salvado
Parabéns mais uma vez pelo seu blog. Sempre que puder estarei por lá. Abraços.
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