“Gostaria que lembrassem que sou filho de Januário e dona Santana. Gostaria que lembrassem muito de mim; que esse sanfoneiro amou muito seu povo, o Sertão. Decantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes. Decantou os valentes, os covardes e também o amor”.
Luiz Gonzaga
"Luiz Gonzaga é uma legitimidade do sertão. Sua inspiração mantém as características do ambiente poderoso e simples, bravio e natural, onde viveu. Não imita. Não repete. Não pisa rastro de nome aclamado. É ele mesmo, sozinho, inteiro, solitário, povoando os arranha-céus com as figuras imortais do Nordeste, ardente e sedutor, fazendo florir cardeiros e mandaracus, levantando o mormaço dos tabuleiros através das cidades tumultuosas onde permanece" - Folclorista Luís da Câmara Cascudo
Luiz Gonzaga
"Luiz Gonzaga é uma legitimidade do sertão. Sua inspiração mantém as características do ambiente poderoso e simples, bravio e natural, onde viveu. Não imita. Não repete. Não pisa rastro de nome aclamado. É ele mesmo, sozinho, inteiro, solitário, povoando os arranha-céus com as figuras imortais do Nordeste, ardente e sedutor, fazendo florir cardeiros e mandaracus, levantando o mormaço dos tabuleiros através das cidades tumultuosas onde permanece" - Folclorista Luís da Câmara Cascudo
* 13/12/1912 +
02/8/1989
Maior responsável pela divulgação da música nordestina no
resto do Brasil, Luiz Gonzaga nasceu na Fazenda Caiçara, em Exu (PE). Filho de
um lavrador e sanfoneiro, desde criança se interessou pela sanfona de oito
baixos do pai, a quem ajudava tocando zabumba e cantando em festas religiosas e
forrós.
Saiu de casa em 1930 para servir o exército como voluntário.
Viajou pelo Brasil como corneteiro, tendo baixa em 1939. Resolveu ficar no Rio
de Janeiro, com uma sanfona recém-comprada. Passa então a se apresentar em
ruas, bares e mangues, tocando boleros, valsas, canções, tangos.
Por essa época percebe a carência que os migrantes
nordestinos têm de ouvir sua própria música, e passa a tocar, com grande
sucesso, xaxados, baiões, chamegos e cocos. Foi no programa de calouros de Ary
Barroso e tocou seu chamego "Vira e Mexe", com grande aprovação do público
e do temível apresentador, que lhe deu nota máxima. Depois de descobrir esse
filão no mercado, Gonzagão começa a frequentar programas de rádio -
substituindo inclusive seu ídolo Antenógenes Silva - e a gravar discos, sempre
com repertório de músicas nordestinas. Mais tarde passa a cantar também, e não
apenas tocar sua sanfona, além de mostrar seu talento como compositor.
Em 1943 apresenta-se vestido a caráter como nordestino, com
bastante êxito. Seu maior sucesso, "Asa Branca" (com Humberto Teixeira),
foi gravado em 1947 e regravado inúmeras vezes por diversos artistas até hoje.
Trabalhou na Rádio Nacional e até cerca de 1954 teve seu auge de popularidade,
um sucesso avassalador que lançou a moda do baião e do acordeom, além de
obrigar todas as prensas de sua gravadora, a RCA, a trabalhar para atender aos
pedidos de seus discos. Depois disso, com a ascensão da bossa nova, se afastou
um pouco dos palcos dos grandes centros e passou a se apresentar em cidades do
interior, onde sempre continuou extremamente popular.
Nos anos 70 e 80 foi voltando à cena, em muito graças às
releituras de sua obra feitas por artistas como Geraldo Vandré, Caetano Veloso,
Gilberto Gil, seu filho Gonzaguinha e Milton Nascimento. Algumas de suas
músicas mais conhecidas são as parcerias com Zé Dantas: "Vozes da
Seca", "Algodão", "A Dança da Moda", "ABC do
Sertão", "Derramaro o Gai", "A Letra I",
"Imbalança", "A Volta da Asa Branca", "Cintura
Fina", "O Xote das Meninas"; ou com Humberto Teixeira:
"Juazeiro", "Paraíba", "Mangaratiba", "Baião
de Dois", "No Meu Pé de Serra", "Assum Preto",
"Légua Tirana", "Qui Nem Jiló". Outras parcerias que
tiveram êxito foram "Tá Bom Demais" (com Onildo de Almeida), Danado
de Bom" (com João Silva), "Dezessete e Setecentos" e
"Cortando o Pano" (ambas com Miguel Lima).
SE VOCÊ QUISER SABER MAIS SOBRE A VIDA E OBRA DO REI DO BAIÃO, SEGUE ABAIXO ALGUNS LINKS QUE PODERÃO SER ÚTEIS.
Nenhum comentário:
Postar um comentário