As tecnologias evoluem em quatro direções
fundamentais:
Do analógico para o digital (digitalização)
Do físico para o virtual (virtualização)
Do fixo para o móvel (mobilidade)
Do massivo para o individual (personalização)
Carly Fiorina,
ex-presidente da HPackard
A digitalização permite
registrar, editar, combinar, manipular toda e qualquer informação, por qualquer
meio, em qualquer lugar, a qualquer tempo. A digitalização traz a multiplicação
de possibilidades de escolha, de interação. A mobilidade e a virtualização nos
libertam dos espaços e tempos rígidos, previsíveis, determinados.
As tecnologias que num primeiro momento são
utilizadas de forma separada – computador, celular, Internet, mp3, câmera
digital – e caminham na direção da convergência, da integração, dos
equipamentos multifuncionais que agregam valor.
O computador continua, mas ligado à internet,
à câmera digital, ao celular, ao mp3, principalmente nos pockets ou
computadores de mão. O telefone celular é a tecnologia que atualmente mais
agrega valor: é wireless (sem fio) e rapidamente incorporou o acesso à
Internet, à foto digital, aos programas de comunicação (voz, TV), ao
entretenimento (jogos, música-mp3) e outros serviços.
Estas tecnologias
começam a afetar profundamente a educação. Esta sempre esteve e continua presa
a lugares e tempos determinados: escola, salas de aula, calendário escolar,
grade curricular.
Há vinte anos, para
aprender oficialmente, tínhamos que ir a uma escola. E hoje? Continuamos, na
maioria das situações, indo ao mesmo lugar, obrigatoriamente, para aprender. Há
mudanças, mas são pequenas, ínfimas, diante do peso da organização escolar como
local e tempo fixos, programados, oficiais de aprendizagem.
As tecnologias chegaram
na escola, mas estas sempre privilegiaram mais o controle a modernização da
infra- estrutura e a gestão do que a mudança. Os programas de gestão
administrativa estão mais desenvolvidos do que os voltados à aprendizagem. Há
avanços na virtualização da aprendizagem, mas só conseguem arranhar
superficialmente a estrutura pesada em que estão estruturados os vários níveis
de ensino.
Apesar da resistência
institucional, as pressões pelas mudanças são cada vez mais fortes. As empresas
estão muito ativas na educação on-line e buscam nas universidades mais
agilidade, flexibilização e rapidez na oferta de educação continuada. Os
avanços na educação a distância com a LDB e a Internet estão sendo notáveis. A
LDB legalizou a educação a distância e a
Internet lhe tirou o ar de isolamento, de atraso, de ensino de segunda classe.
A interconectividade que a Internet e as redes desenvolveram nestes últimos
anos está começando a revolucionar a forma de ensinar e aprender.
As redes,
principalmente a Internet, estão começando a provocar mudanças profundas na
educação presencial e a distância. Na presencial, desenraizam o conceito de
ensino-aprendizagem localizado e temporalizado. Podemos aprender desde vários
lugares, ao mesmo tempo, on e off line, juntos e separados. Como nos bancos,
temos nossa agência (escola) que é nosso ponto de referência; só que agora não
precisamos ir até lá o tempo todo para poder aprender.
As redes também estão
provocando mudanças profundas na educação a distância. Antes a EAD era uma
atividade muito solitária e exigia muito auto-disciplina. Agora com as redes a
EAD continua como uma atividade individual, combinada com a possibilidade de
comunicação instantânea, de criar grupos de aprendizagem, integrando a
aprendizagem pessoal com a grupal.
A educação presencial
está incorporando tecnologias, funções, atividades que eram típicas da educação
a distância, e a EAD está descobrindo que pode ensinar de forma menos
individualista, mantendo um equilíbrio entre a flexibilidade e a interação.
Alguns problemas na
integração das tecnologias na educação
A escola é uma
instituição mais tradicional que inovadora. A cultura escolar tem resistido
bravamente às mudanças. Os modelos de ensino focados no professor continuam
predominando, apesar dos avanços teóricos em busca de mudanças do foco do
ensino para o de aprendizagem. Tudo isto nos mostra que não será fácil mudar
esta cultura escolar tradicional, que as inovações serão mais lentas, que
muitas instituições reproduzirão no virtual o modelo centralizador no conteúdo
e no professor do ensino presencial.
Com os processos
convencionais de ensino e com a atual dispersão da atenção da vida urbana, fica
muito difícil a autonomia, a organização pessoal, indispensáveis para os
processos de aprendizagem à distância. O aluno desorganizado poderá deixar
passar o tempo adequado para cada atividade, discussão, produção e poderá
sentir dificuldade em acompanhar o ritmo de um curso. Isso atrapalhará sua
motivação, sua própria aprendizagem e a do grupo, o que criará tensão ou
indiferença. Alunos assim, aos poucos, poderão deixar de participar, de
produzir e muitos terão dificuldade, à distância, de retomar a motivação, o
entusiasmo pelo curso. No presencial, uma conversa dos colegas mais próximos ou
do professor poderá ajudar a que queiram voltar a participar do curso. À
distância será possível, mas não fácil.
Os alunos estão prontos
para a multimídia, os professores, em geral, não. Os professores sentem cada
vez mais claro o descompasso no domínio das tecnologias e, em geral, tentam
segurar o máximo que podem, fazendo pequenas concessões, sem mudar o essencial.
Creio que muitos professores têm medo de revelar sua dificuldade diante do
aluno. Por isso e pelo hábito mantêm uma estrutura repressiva, controladora,
repetidora. Os professores percebem que precisam mudar, mas não sabem bem como
fazê-lo e não estão preparados para experimentar com segurança. Muitas
instituições também exigem mudanças dos professores sem dar-lhes condições para
que eles as efetuem. Frequentemente algumas organizações introduzem
computadores, conectam as escolas com a Internet e esperam que só isso melhore
os problemas do ensino. Os administradores se frustram ao ver que tanto esforço
e dinheiro empatados não se traduzem em mudanças significativas nas aulas e nas
atitudes do corpo docente.
A maior parte dos
cursos presenciais e on-line continua focada no conteúdo, focada na informação,
no professor, no aluno individualmente e na interação com o professor/tutor.
Convém que os cursos hoje – principalmente os de formação – sejam focados na
construção do conhecimento e na interação; no equilíbrio entre o individual e o
grupal, entre conteúdo e interação (aprendizagem cooperativa), um conteúdo em
parte preparado e em parte construído ao longo do curso.
É difícil manter a
motivação no presencial e muito mais no virtual, se não envolvermos os alunos
em processos participativos, afetivos, que inspirem confiança. Os cursos que se
limitam à transmissão de informação, de conteúdo, mesmo que estejam
brilhantemente produzidos, correm o risco da desmotivação a longo prazo e,
principalmente, de que a aprendizagem seja só teórica, insuficiente para dar
conta da relação teoria/prática. Em sala de aula, se estivermos atentos,
podemos mais facilmente obter feedback dos problemas que acontecem e procurar
dialogar ou encontrar novas estratégias pedagógicas. No virtual, o aluno está
mais distante, normalmente só acessível por e-mail, que é frio, não imediato,
ou por um telefonema eventual, que embora seja mais direto, num curso à
distância encarece o custo final.
Mesmo com tecnologias
de ponta, ainda temos grandes dificuldades no gerenciamento emocional, tanto no
pessoal como no organizacional, o que dificulta o aprendizado rápido. As
mudanças na educação dependem, mais do que das novas tecnologias, de termos
educadores, gestores e alunos maduros intelectual, emocional e eticamente;
pessoas curiosas, entusiasmadas, abertas, que saibam motivar e dialogar;
pessoas com as quais valha a pena entrar em contato, porque dele saímos
enriquecidos. São poucos os educadores que integram teoria e prática e que
aproximam o pensar do viver.
Os educadores marcantes
atraem não só pelas suas ideias, mas pelo contato pessoal. Transmitem bondade e
competência, tanto no plano pessoal, familiar como no social, dentro e fora da
aula, no presencial ou no virtual. Há sempre algo surpreendente, diferente no
que dizem, nas relações que estabelecem, na sua forma de olhar, na forma de
comunicar-se, de agir. E eles, numa sociedade cada vez mais complexa e virtual,
se tornarão referências necessárias.
COMO TRABALHAR COM EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA (Profª Patricia Behar)
- tudo depende principalmente do
professor.(criar comunidades onde os alunos possam se encontrar , se ajudar e
construir conhecimento juntos, virtualmente)
- interesse dos alunos ( não é
qualquer aluno que pode se adaptar: tem que ser aluno autônomo, organizado ,
com horário de estudo, trabalhar de forma isolada)
- a forma como está disponível o conteúdo.
- fugir do tradicional. (exercício,
prova ,enquete)
-utilizar outras funcionalidades
mais interativas: fórum , chat
- tem que ter alguma fluência
digital ( aluno e professor)
Competências da EAD: FLUÊNCIA
DIGITAL DE ALUNOS E PROFESSORES
- autonomia
- planejamento
- horário
- formas de estudo
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