O Carnaval brasileiro é considerado o melhor e o maior do mundo.
Mas o carnaval não
surgiu no Brasil, ele é bem mais velho do que muita gente pensa.
Aproximadamente em dez mil anos
antes de Cristo, homens, mulheres e crianças se reuniam no verão com os rostos
mascarados e os corpos pintados para espantar os demônios da má colheita.
Essas
foram as primeiras festas de carnaval do mundo. No Egito Antigo as grandes
festas eram feitas para homenagear a Deusa Isis.
A Grécia Antiga também tinha seu
carnaval. As festas eram um culto a Dionísio. Conta a lenda que esta divindade
circulara por muito tempo pela Ásia Menor até que pelas mãos do sacerdote
Melampo, introduziu-se nas terras gregas. Conforme as plantações de parreiras
se espalhavam pelas ilhas gregas, mais gente celebrava esse novo deus. Em todas
as festas no campo ele se fazia cada vez mais presente. Já entronado como deus
das colheitas, era representado como uma figura humana, só que de chifres,
barbas e pés de bode.
Festa ao Deus Dionísio na Grécia Antiga
Já em Roma, em homenagem ao deus
Saturno, se comemoravam as Saturnais. Essas festas eram tão importantes que
tribunais e escolas fechavam as portas durante o evento. Escravos eram
alforriados, as pessoas saíam às ruas para dançar, a euforia era geral.
Saturday ou sábado, é uma homenagem ao deus romano Saturno
Na
abertura dessas festas, “carros alegóricos” em formato de navios saíam na
"avenida", com homens e mulheres nus.
Estes eram chamados os carrum
navalis.
*Foi dai que surgiu expressão carnevale, hoje carnaval.
Em Portugal o carnaval era
conhecido como entrudo. Nessa festa as pessoas jogavam água, ovos e farinha
umas nas outras. O entrudo acontecia num período anterior à quaresma.
O Entrudo ainda é muito popular em Portugal
Foi assim que o carnaval chegou
ao Brasil, como entrudo.
Chegou por volta do século XVII e foi influenciado
pelas festas carnavalescas que aconteciam na Europa.
Em países como Itália e
França, o carnaval ocorria em formas de desfiles pelas ruas, onde as pessoas
usavam máscaras e fantasias.
Personagens como a colombina, o pierrô e o Rei
Momo também foram incorporados ao carnaval brasileiro, embora sejam de origem
europeia.
Pierro e Colombina
Rei Momo
No final do século XIX, começam a
aparecer os primeiros blocos carnavalescos, cordões e os famosos
"corsos".
As pessoas se fantasiavam, decoravam seus carros e, em
grupos, desfilavam pelas ruas das cidades. Está aí a origem dos carros
alegóricos, típicos das escolas de samba atuais.
Carro Alegórico
Entrudo: foi assim que o carnaval
chegou ao Brasil
Já no século XX o carnaval foi
crescendo e tornando-se cada vez mais uma festa popular. Esse crescimento
ocorreu com a ajuda das marchinhas carnavalescas. As músicas deixavam o carnaval
cada vez mais animado.
A primeira escola de samba surgiu
no Rio de Janeiro e chamava-se Deixa Falar.
Foi criada pelo sambista carioca
chamado Ismael Silva.
Anos mais tarde, a Deixa Falar transformou-se na escola
de samba Estácio de Sá.
Escola de Samba Estácio de Sá
A partir daí o carnaval de rua começa a ganhar um novo
formato. Começam a surgir novas escolas de samba no Rio de Janeiro e em São
Paulo.
Organizadas em Ligas de Escolas de Samba, começam os primeiros
campeonatos para verificar qual escola de samba era mais bonita e animada.
O carnaval de rua manteve suas
tradições originais na região Norte e Nordeste do Brasil, mas também no
interior de São Paulo e em Minas Gerais. Em muitas cidades as pessoas saem às
ruas durante o carnaval no ritmo das marchinhas, do frevo e do maracatu. Na
cidade de Salvador, existem os trios elétricos, embalados por músicas dançantes
de cantores e grupos da região.
Por tudo isso, hoje o carnaval do
Brasil é o melhor e mais variado do mundo.
Frevo em Pernambuco
O MARACATU CEARENSE
De onde surgiu o Maracatu
cearense?
A expressão cultural nasceu de
uma homenagem aos Reis do Congo na África.
Basicamente, no começo era somente
uma dança dramática cadenciada por um ritmo dolente, uma batida lúgubre de
chocalhos, surdos e triângulos, que traduz o sofrimento das nações negras que
aqui viveram.
Depois o ritmo virou brincadeira de rua, que no Ceará criou o ato
de pintar o rosto de preto, denominado poeticamente de “falso negrume“.
A tradição trouxe outros elementos, como os
batuques do Congo e a organização do cortejo em alas, representando índios,
baianas, balaieiros (aquele que representa a fertilidade da terra ao levar o
cesto com oferendas para os reis), calunga, preta e preto velhos, baliza, negro
do incenso, porta estandarte, Rainha negra e sua corte.
No início, somente homens poderiam representar a rainha do Maracatu, entre outros motivos, porque as roupas são bem pesadas.
Dia 25 de março, é comemorado aqui no Ceará, o Dia do Maracatu Cearense.
O dia, que foi comemorado pela
primeira vez em 2009, foi criado oficialmente através da lei municipal n°
5.827/1984, por ser esta a data da libertação dos escravos no Ceará (25 de março
de 1884), primeiro Estado brasileiro a abolir a escravatura, ainda quatro anos
da promulgação da Lei Áurea, em 13 de março de 1888; razão pela qual o escritor
José do Patrocínio, então figura emblemática do movimento abolicionista e
republicano no Rio de Janeiro, teria batizado o Ceará como Terra da Luz.
Apesar
do pequeno contingente de escravos no território cearense, a cultura africana
marcou de forma vigorosa muitas manifestações culturais locais e o próprio povo
cearense.
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