As diferenças sexuais
entre homens e mulheres serviram de base para muitas sociedades organizarem a
divisão sexual do trabalho, dividindo as atribuições em trabalho masculino e
trabalho feminino. Aos homens cabiam as atividades produtivas da esfera pública
e as mulheres ficavam reservadas as atividades da esfera privada, o cuidado com
a família, a reprodução ou procriação e o trabalho doméstico. Posição
considerada subalterna e desigual.
Essas práticas e
representações criadas pela sociedade terminaram por desencadear uma relação de
poder entre homens e mulheres, trazendo como consequência a opressão masculina
e a submissão feminina, servindo como modelo padrão dominante da relação entre
os dois gêneros, o patriarcalismo, onde o homem era o chefe e detentor do poder
familiar.
Segundo Silveira, Outras
associações vinculadas ao sexo foram sendo elaboradas: atribuiu-se aos homens a
racionalidade, o pensamento lógico, o cálculo; às mulheres, a afetividade, as
emoções, a intuição. As representações/interpretações dos atributos femininos
estavam diretamente articuladas com a procriação e a maternidade. As formas de
viver e pensar o masculino e o feminino tiveram consequências concretas:
reforçavam a estrutura familiar patriarcal e serviram de justificativa para
ações no sentido de acentuar os papéis sociais atribuídos a homens e mulheres.
Assim, deram margem, por exemplo, a uma educação diferenciada para meninos e
meninas, no sentido de reprodução daqueles papéis sociais distintos, a exemplo
de brincadeiras caracterizadas como masculinas e brincadeiras caracterizadas
como femininas. Menina não podia jogar bola, tinha que brincar de boneca.
Incentivou-se a prática de
esportes diferenciados entre os dois gêneros: imagine pensar em mulher jogando
futebol, há algumas décadas atrás! Nas escolas de 1º e 2º graus, como eram
chamadas até a LDB de 1996, era ministrada para as meninas uma disciplina
chamada Educação Doméstica, ou Trabalhos Manuais (bordados por exemplo),
preparando-as, assim, para o casamento, a maternidade, o cuidado com a família.
No mercado de trabalho, determinadas profissões eram consideradas masculinas;
outras, femininas, a exemplo do magistério, que, aos poucos, foi se feminilizando,
isto é, considerado próprio às mulheres.
A luta pela emancipação da
mulher remonta o século XVIII e XIX. Em 1791 foi elaborada a declaração dos
Direitos das mulheres e das cidadãs por Olympe de Gouges como forma de chamar
atenção diante da promulgação da declaração dos Direitos do homem de do cidadão
de 1789 que embora trouxesse ideais de liberdade não abordava a igualdade entre
homens e mulheres.
Outra mulher se destacou
nesse período junto a francesa Olympe Gouges, a escritora inglesa Mary
Wollstonecraft escreveu um livro reivindicando uma educação igual para os dois
gêneros.
Com a Revolução industrial
no final do século XVIII a mulher iniciou a sua inserção no mundo do trabalho e
da produção, mas ainda submetida a exploração de toda ordem e assedio moral e
sexual por parte de seus patrões.
O QUE DIZEM SOBRE O 8 DE MARÇO
O QUE DIZEM SOBRE O 8 DE MARÇO
Nos Estados Unidos, em
Nova York, no dia 08 de Março de 1857, houve uma greve numa fábrica de tecidos
realizada pelas operárias que reivindicavam igualdade de salários, uma vez que
as mulheres ganhavam menos do que os homens. Elas reivindicavam também a
diminuição da jornada de trabalho já que trabalhavam 16 horas diárias e
tratamento com dignidade no espaço de trabalho. Seus patrões reagiram
trancafiando-as na fábrica e tocando fogo na mesma com as operárias dentro,
vindo a morrer incendiadas 130 tecelãs. Foram assassinadas.
O fato teve repercussão e
a organização das Nações Unidas ,ONU, no ano de 1975 estabeleceu o dia 8 de
março como o dia internacional da mulher.
Berta Lutis |
Bertha Lutz , feminista
brasileira, contribuiu para a implantação do feminismo no Brasil através da
fundação da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, em 1922, que buscava
lutar pelos Direitos da mulher.
Entramos no Século 21 e a
luta continua em busca de uma sociedade que reconheça a igualdade de gêneros. A
educação pela igualdade será efetivada a partir da educação de casa quando os
pais exercerem também a cidadania com seus filhos orientando-os para quem
compreendam que homens e mulheres são seres humanos e por isso tem direitos,
deveres e oportunidades iguais.
A igualdade de gêneros é
considerada uma das bases para construir uma sociedade com menos preconceito e
discriminação. "A igualdade de gêneros é fundamental para as sociedades
democráticas e igualitárias. Muita coisa mudou desde a década de 1970, quando
as mulheres entraram massivamente para o mercado de trabalho, mas ainda existem
muitas disparidades. Por exemplo, as estatísticas nos mostram que as mulheres
ainda têm salários menores que os dos homens e ganham 70% do que eles ganham,
em média", afirma Eleonora Menicucci, ministra-chefe da Secretaria de
Políticas para as Mulheres da Presidência da República.
UM INCÊNDIO QUE DEU ORIGEM AO DIA DA
MULHER FOI UMA FARSA?
TEXTO EXTRAÍDO DO SITE "UM OUTRO OLHAR"
Sufragistas fazem manifestação pelo voto feminino |
"Essa ideia já havia
surgido antes, quando trabalhadoras tomaram às ruas de Nova Iorque, em 1908,
1909 e 1910, para exigir jornadas mais curtas de trabalho, melhores salários e
direito ao voto. Em razão dessas manifestações, as norte-americanas
estabeleceram o dia 28 de fevereiro de 1909, nos EUA, como Dia Nacional das
Mulheres (alguns autores dizem que essa data já foi chamada de Dia
Internacional das Mulheres). E foram também as norte-americanas que levaram à
II Conferência Internacional das Mulheres Trabalhadoras, em Copenhague,
Dinamarca, em 1910, a ideia de se estabelecer o último domingo do mês de
fevereiro como um dia internacional de
luta das mulheres. Clara Zetkin, de fato, apenas encaminhou a proposta das
americanas, que foi aprovada pela conferência, mas sem uma data unificada de
celebração.
Nos anos subsequentes, em
diferentes países, como os EUA, a Alemanha, a Áustria, a Suécia e a Rússia,
houve manifestações do dia internacional da mulher, variando a data do fim de
fevereiro a meados de março, incluindo aí um 23 de fevereiro de 1917 (pelo
calendário russo), quando tecelãs fizeram uma greve de protesto, em São
Petersburgo, na Rússia, que alguns autores e autoras consideram o estopim do
levante que derrubou o Czar do poder. Em
1921, durante uma Conferência de Mulheres Comunistas, as mesmas também
definiram o 23 de fevereiro (que corresponde ao 8 de março de nosso
calendário), em referência à greve das tecelãs, como Dia Internacional
Comunista das Mulheres, data que passou a ser comemorada localmente.
Depois desses primeiros
anos do século XX, com a implantação dos regimes totalitários comunistas nos
países do Leste Europeu, com o surgimento também do totalitarismo nazifascista
e de todos os conflitos que levaram à Segunda Guerra Mundial, as comemorações
de um dia internacional das mulheres desapareceram quase por completo. Somente
em meados da década de 50, volta-se a falar em um dia internacional da mulher,
em âmbito mundial, aí já misturando as datas e eventos citados acima e acabando
por gerar o mito da origem do atual dia internacional a partir da “história” da
homenagem às costureiras mortas, no incêndio da fábrica de vestuário (Triangle
Factory), “ocorrido” em 8 de março de 1857.
Simone de Beauvoir |
Como citei anteriormente,
foi, contudo, apenas na década de 60, novamente nos EUA, com o surgimento da
segunda onda do movimento feminista, que o mito da origem do dia internacional
da mulher se consagra naquela base da mentira que repetida mil vezes ganha foro
de verdade. Com o crescimento do
movimento feminista e a inclusão das reivindicações das mulheres na pauta das
sociedades em geral, na década de 70, o mito da origem do dia 8 de março foi
inclusive progressivamente se institucionalizando, sendo encampado pelas Nações
Unidas, em 1975, e pela UNESCO em 1977. De qualquer forma, apesar dos
verdadeiros fatos virem sendo divulgados só recentemente, permanece, como
referência do Dia Internacional da Mulher, para algumas, a conferência de 1910,
quando o dia foi proposto e, para outras, o dia 19 de março de 1911, quando
ocorreu efetivamente a primeira celebração do dia na Alemanha. Ou quem sabe não
fosse mais correto tomar, como referência, o dia 28 de fevereiro de 1909 nos
EUA?
Marie Curie |
Forçoso dizer que, para um
levantamento mais consistente das datas e eventos que levaram a formulação do
mito da origem do dia internacional das mulheres, faz-se necessário um número
maior de pesquisas realizadas por pesquisadores idôneos e mais imparciais do ponto
de vista ideológico. Hoje, no Brasil, como estamos vivendo uma recidiva de ideias
“socialistas”, com as correntes do feminismo na ativa praticamente restritas às
vertentes socialistas e radicais (estas também de base marxista), as
socialistas deram para dizer que a origem do 8 de março vem das mulheres
socialistas, esquecendo das outras contribuintes. Estão se arrogando esse
direito, claro, pelo simples fato de se identificarem como socialistas e
estarem puxando a brasa para sua sardinha, como se diz popularmente. Esse
sectarismo, aliás, parece ser de raiz, pois, seguindo os ditames da conferência
de Copenhague, segundo pesquisei, as socialistas decidiram formar grupos, para
a organização do dia internacional das mulheres, só entre si mesmas, sem aliança
com as feministas, consideradas burguesas, que, na época, eram representadas
pelas sufragistas.
Rita Levi-Montalcini (1909
- presente) - Neurologista italiana que recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia/
Medicina de 1986 pelos seus estudos sobre o sistema nervoso.
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Entramos no Século 21 e a
luta continua em busca de uma sociedade que reconheça a igualdade de gêneros. A
educação pela igualdade será efetivada a partir da educação de casa quando os
pais exercerem também a cidadania com seus filhos orientando-os para quem
compreendam que homens e mulheres são seres humanos e por isso tem direitos,
deveres e oportunidades iguais.
A igualdade de gêneros é
considerada uma das bases para construir uma sociedade com menos preconceito e
discriminação. "A igualdade de gêneros é fundamental para as sociedades
democráticas e igualitárias. Muita coisa mudou desde a década de 1970, quando
as mulheres entraram massivamente para o mercado de trabalho, mas ainda existem
muitas disparidades. Por exemplo, as estatísticas nos mostram que as mulheres
ainda têm salários menores que os dos homens e ganham 70% do que eles ganham,
em média", afirma Eleonora Menicucci, ministra-chefe da Secretaria de
Políticas para as Mulheres da Presidência da República.
Rosalind Franklin (1920 -
1958) - Biofísica britânica que foi pioneira em pesquisas de biologia
molecular. Ficou conhecida por seu trabalho sobre a difração dos Raios-X;
descobriu o formato helicoidal do DNA.
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Essa ideia já havia
surgido antes, quando trabalhadoras tomaram às ruas de Nova Iorque, em 1908,
1909 e 1910, para exigir jornadas mais curtas de trabalho, melhores salários e
direito ao voto. Em razão dessas manifestações, as norte-americanas
estabeleceram o dia 28 de fevereiro de 1909, nos EUA, como Dia Nacional das
Mulheres (alguns autores dizem que essa data já foi chamada de Dia
Internacional das Mulheres). E foram também as norte-americanas que levaram à
II Conferência Internacional das Mulheres Trabalhadoras, em Copenhague,
Dinamarca, em 1910, a idéia de se estabelecer o último domingo do mês de
fevereiro como um dia internacional de
luta das mulheres. Clara Zetkin, de fato, apenas encaminhou a proposta das
americanas, que foi aprovada pela conferência, mas sem uma data unificada de
celebração.
Maria Mayer (1906 - 1972)
- Física teórica alemã que ganhou o Prêmio Nobel de Física por suas pesquisas
sobre a estrutura do átomo.
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Nos anos subsequentes, em
diferentes países, como os EUA, a Alemanha, a Áustria, a Suécia e a Rússia,
houve manifestações do dia internacional da mulher, variando a data do fim de
fevereiro a meados de março, incluindo aí um 23 de fevereiro de 1917 (pelo
calendário russo), quando tecelãs fizeram uma greve de protesto, em São
Petersburgo, na Rússia, que alguns autores e autoras consideram o estopim do
levante que derrubou o Czar do poder. Em
1921, durante uma Conferência de Mulheres Comunistas, as mesmas também
definiram o 23 de fevereiro (que corresponde ao 8 de março de nosso
calendário), em referência à greve das tecelãs, como Dia Internacional
Comunista das Mulheres, data que passou a ser comemorada localmente.
Jane Goodall (1934 -
presente) - Primatologista e etóloga britânica, conhecida em todo o mundo por
suas pesquisas sobre chimpanzés.
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Depois desses primeiros
anos do século XX, com a implantação dos regimes totalitários comunistas nos
países do Leste Europeu, com o surgimento também do totalitarismo nazifascista
e de todos os conflitos que levaram à Segunda Guerra Mundial, as comemorações
de um dia internacional das mulheres desapareceram quase por completo. Somente
em meados da década de 50, volta-se a falar em um dia internacional da mulher,
em âmbito mundial, aí já misturando as datas e eventos citados acima e acabando
por gerar o mito da origem do atual dia internacional a partir da “história” da
homenagem às costureiras mortas, no incêndio da fábrica de vestuário (Triangle
Factory), “ocorrido” em 8 de março de 1857.
Rachel de Queiroz foi uma
tradutora, romancista, escritora, jornalista, cronista prolífica e importante
dramaturga brasileira. Autora de destaque na ficção social nordestina. Foi a
primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras.
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Como citei anteriormente,
foi, contudo, apenas na década de 60, novamente nos EUA, com o surgimento da
segunda onda do movimento feminista, que o mito da origem do dia internacional
da mulher se consagra naquela base da mentira que repetida mil vezes ganha foro
de verdade. Com o crescimento do
movimento feminista e a inclusão das reivindicações das mulheres na pauta das
sociedades em geral, na década de 70, o mito da origem do dia 8 de março foi
inclusive progressivamente se institucionalizando, sendo encampado pelas Nações
Unidas, em 1975, e pela UNESCO em 1977. De qualquer forma, apesar dos
verdadeiros fatos virem sendo divulgados só recentemente, permanece, como
referência do Dia Internacional da Mulher, para algumas, a conferência de 1910,
quando o dia foi proposto e, para outras, o dia 19 de março de 1911, quando
ocorreu efetivamente a primeira celebração do dia na Alemanha. Ou quem sabe não
fosse mais correto tomar, como referência, o dia 28 de fevereiro de 1909 nos
EUA?
Maria da Penha Maia
Fernandes (Fortaleza, Ceará, 1945) é uma biofarmacêutica brasileira que lutou
para que seu agressor viesse a ser condenado. Com 69 anos e três filhas, hoje
ela é líder de movimentos de defesa dos direitos das mulheres, vítima
emblemática da violência doméstica.
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Forçoso dizer que, para um
levantamento mais consistente das datas e eventos que levaram a formulação do
mito da origem do dia internacional das mulheres, faz-se necessário um número
maior de pesquisas realizadas por pesquisadores idôneos e mais imparciais do
ponto de vista ideológico. Hoje, no Brasil, como estamos vivendo uma recidiva
de idéias “socialistas”, com as correntes do feminismo na ativa praticamente
restritas às vertentes socialistas e radicais (estas também de base marxista),
as socialistas deram para dizer que a origem do 8 de março vem das mulheres
socialistas, esquecendo das outras contribuidoras. Estão se arrogando esse
direito, claro, pelo simples fato de se identificarem como socialistas e
estarem puxando a brasa para sua sardinha, como se diz popularmente. Esse
sectarismo, aliás, parece ser de raiz, pois, seguindo os ditames da conferência
de Copenhague, segundo pesquisei, as socialistas decidiram formar grupos, para
a organização do dia internacional das mulheres, só entre si mesmas, sem
aliança com as feministas, consideradas burguesas, que, na época, eram
representadas pelas sufragistas.
Marie Maynard Daly
(1921-2003), bioquímica, foi a primeira mulher negra a obter um doutorado em
química nos Estados Unidos.
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De fato, embora não se
possa deixar de reconhecer a importante participação das mulheres
trabalhadoras, nos distintos eventos que acabaram configurando o mito de origem
do 8 de março, cumpre salientar que o Dia Internacional da Mulher, que se
consagrou internacionalmente, não partiu estritamente da conferência de 1910
nem do evento ocorrido no dia 23 de fevereiro de 1917 (pelo calendário Juliano
e 8 de março pelo gregoriano), na
Rússia, durante o levante que derrubou a monarquia e acabaria culminando na
revolução bolchevique, mas sim da fabricação de um ”8 de março de 1857” referente
a um trágico acidente, supostamente ocorrido em Nova Iorque, que vitimou um
centenar de pobres costureiras. E essa
fabricação, que conquistou corações e mentes, é fruto sobretudo dos movimentos
feministas oriundos das democracias liberais norte-americanas e europeias,
principalmente a norte-americana, a partir da década de sessenta, onde havia
liberdade (e há) para as mulheres não só
reivindicarem direitos mas também criar ideologias e mitos feministas (para o
bem ou para mal). O 8 de março que se comemora hoje é fruto de um movimento multiclassista,
multi-étnico, de diferentes orientações sexuais e multi-ideológico e não pode ser reduzido a apenas uma de suas
facetas. É forçar a barra demais - agora que tantas mulheres de visões
ideologicamente distintas já contribuíram para compor o recheio da historinha
do “8 de março” - querer separar o joio do trigo e fabricar uma nova
“verdadeira” origem da data.
Cecilia Payne-Gaposchkin
(1900 - 1979) - Astrônoma inglesa que descobriu que as estrelas são compostas
principalmente de Hidrogênio e Hélio. Ela estabeleceu uma classificação para os
astros de acordo com suas temperaturas.
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Como praticamente todos os
demais movimentos sociais, no Brasil, o movimento feminista ou de mulheres se
esqueceu completamente das lutas pela autonomia do movimento e das
reivindicações específicas das mulheres, frente às organizações da esquerda
autoritária e seu ideário, que consideravam as lutas da mulher uma causa menor,
burguesa, nas décadas de 70 e 80, deixando-se hoje cooptar e aparelhar por
partidos e ideologias que, como sobejamente provado pela história da humanidade
no século XX, somente produziram ruína econômica e ditaduras sangrentas, com
milhões de mortos, nos países onde se estabeleceram. A tão propalada justiça
social a que levariam nunca aconteceu.
Barbara McClintock (1902 -
1992) - Cientista e citogeneticista americana que recebeu o Prêmio Nobel de
Fisiologia/ Medicina de 1983 pela descoberta da transposição genética. |
Por isso, embora as
comemorações do Dia Internacional da Mulher sejam de todas as mulheres e não de
algumas mulheres de uma seita ideológica particular, os 8 de março dos últimos
anos vêm também com um travo amargo por se ver um movimento que sempre precisou
tanto da liberdade, para existir e se fazer valer, estar aí flertando com o
sinistro charme das ditaduras.
Mathilde Krim (1926 -
presente) - Citogeneticista italiana que realizou diversos estudos sobre vírus
causadores de câncer. Foi a responsável pela fundação da Aids Medical
Foundation em 1982, que se tornou a amFar (The Foundation for Aids Research), a
principal instituição de pesquisa sobre a síndrome em todo o mundo.
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Que as mulheres do início
do século XX se deixassem encantar pelas promessas falsamente igualitárias do
“socialismo-comunismo” é perfeitamente compreensível, pois elas não sabiam o
resultado dessas ideologias na prática. Que mulheres do século XXI, com a
experiência de todos os regimes totalitários que o comunismo estabeleceu, em
todos os lugares onde se instalou, continuem acreditando nessa perigosa quimera
– ainda que reeditada com nova roupagem - é realmente incompreensível. Nem
preciso dizer que este movimento nem representa a mim, que tenho décadas de
luta pelos direitos das mulheres, nem a maioria das mulheres brasileiras que
seguramente já se acostumou com os confortos da independência e da democracia e
nunca teria como representantes – se pudesse elegê-las – promotoras de projetos
autoritários cinicamente chamados de “direitos humanos”. Aliás, o cinismo
parece ser mesmo um apanágio dos totalitários: no dístico do pórtico de entrada
do campo de concentração de Auschwitz, preservado em memória das vítimas do
nazismo, lê-se, até hoje, “O trabalho liberta.”
Ida Noddack (1896 - 1978)
- Química alemã que teve importante papel na descoberta do elemento Rênio. Foi
a primeira cientista a propor a ideia de fissão nuclear.
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Então, neste Dia Internacional
da Mulher, precisamos brindar principalmente a nós, mulheres realmente
democráticas, que, tantas vezes, lutamos sob a bandeira de nossa maior líder, a
Liberdade! Das lutas, na tempestade. Dá que (sempre) ouçamos tua voz!
1.Kandel, Liliane e Picq,
Françoise. Le mythe des origines, à propos de la journée internationale des
femmes. La Revue d’En face, n° 12, automne 1982
2.A primeira onda
feminista se caracteriza sobretudo pela reivindicação do direito ao voto
feminino, embora não se resuma a ela, e foi uma luta de fins do século XIX até
o pós-guerra (II Guerra Mundial). A segunda onda, a grosso modo, se inicia na
década de 60 e vai até a década de 80, caracterizando-se sobretudo pelas
demandas por igualdade, em todos os níveis, e a politização das relações
pessoais entre homens e mulheres.
SAIBA MAIS
NINGUÉM NASCE MULHER, TORNA-SE MULHER
http://www.profisabelaguiar.blogspot.com.br/2013/03/o-que-e-ser-mulher.html
O VOTO FEMININO
http://www.profisabelaguiar.blogspot.com.br/2013/02/elas-votam-historia-do-voto-feminino.html
DIA INTERNACIONAL DA MULHER NEGRA
http://www.profisabelaguiar.blogspot.com.br/2013/07/dia-internacional-da-mulher-negra.html
CENTENÁRIO DO DIA INTERNACIONAL DA MULHER
http://www.profisabelaguiar.blogspot.com.br/2011/03/centenario-do-dia-internacional-da.html
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