O que é?
O Estado Islâmico (EI),
também conhecido como Daesh ou ISIS, é um grupo radical sunita (um dos ramos do
islamismo) criado a partir do braço iraquiano da Al-Qaeda, a conhecida rede
responsável pelos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.
Com maior capacidade de
recrutamento, mais estrutura e com um território conquistado entre o Iraque e a
Síria, o EI tem atraído milhares de jovens do mundo todo - segundo o Centro de
Estudos do Radicalismo, mais de 20 mil estrangeiros de 50 países se juntaram a
grupos sunitas radicais em 2014 - entre eles, principalmente, o EstadoIslâmico.
O EI segue uma leitura
radical das escrituras islâmicas e tem uma visão sectária antixiita. A sharia,
lei islâmica, é seguida de forma rígida e práticas como a decapitação de
inimigos e a pena de morte a homossexuais são amplamente usadas.
Quem é seu líder?
Abu Bakr Al-Baghdadi, autodenominado califa do Estado Islâmico, aparece em vídeo publicado pelos jihadistas |
O EI é regido pelo
autoproclamado califa Abu Bakr al-Bagdadi, dois vices e alguns conselheiros,
que auxiliam com questões de diferenças religiosas, execuções e assuntos
políticos. Em abril, o jornal "The Guardian" noticiou que al-Bagdadi
ficou gravemente ferido após um ataque aéreo no Iraque realizado pela coalizão
internacional liderada pelos Estados Unidos, mas o próprio EI ainda não
divulgou nada a respeito.
Onde está?
O grupo controla áreas do
Iraque e da Síria e, entre as conquistas mais recentes estão a cidade de
Ramadi, capital da província iraquiana de Al-Anbar, e a cidade histórica síria
de Palmira.
ESTADO ISLÂMICO
estado islâmico |
Estratégias
O Estado Islâmico se
originou em meio a práticas terroristas da rede Al-Qaeda, mas desenvolveu seu
próprio modo de agir. Entre as diferenças que causaram a separação dos dois
grupos estão a apropriação de territórios e a formação de um califado.
O EI também usa a
violência generalizada contra muçulmanos xiitas - além de não islâmicos, que
eles chamam de "infiéis". O Observatório Sírio dos Direitos Humanos
estima que mais de 2.600 pessoas foram executadas pelo EI desde a proclamação
do seu califado.
Dentro do califado, as
regras de vida são rígidas e baseadas na sharia - lei islâmica. Outra inovação
em relação à Al-Qaeda é o pagamento para os combatentes. Segundo uma reportagem
da revista "The Economist", cada guerrilheiro que luta em nome do
grupo recebe um salário de US$ 400 mensais, valor bem superior ao que grupos
jihadistas iraquianos ou que o Exército sírio paga a seus combatentes. Além de
uma contribuição mensal, os militantes recebem dinheiro ao se casar, para
ajudá-los a começar uma família.
O uso das ferramentas de
mídia ocidentais - como a divulgação de vídeos em canais do YouTube e Twitter -
é uma das apropriações do EI. As gravações são feitas com equipamento
profissional e mudam de acordo com o público-alvo. Vídeos de decapitações de
ocidentais mostram os reféns com roupas
laranjas - que lembram os detentos da prisão americana de Guantánamo - e face
serena.
Financiamento
A principal fonte de
recursos do EI vem do petróleo. O grupo se apropriou de campos de produção e
vende, segundo a organização Council on Foreign Relations (CFR), 48 mil barris
por dia (44 mil dos campos sírios e 4 mil dos iraquianos). A venda do
combustível rende US$ 1 a 3 milhões por dia. Ainda de acordo com o CFR, o
regime do ditador Bashar al-Assad, os turcos e os curdos iraquianos - todos
conhecidos inimigos do EI - são alguns dos clientes.
Outras fontes de renda são
a pilhagem, extorsão e cobrança de impostos nas regiões em que controlam.
Relações com a Al-Qaeda
Desde que cortaram
relações, o EI e a Al-Qaeda viraram rivais. Na Síria, eles competem por
militantes e disputam poder. A Al-Qaeda foca seu discurso no ataque aos
americanos e a potências ocidentais - que consideram responsáveis pelo caos no
Oriente Médio.
Em abril de 2013,
al-Bagdadi anunciou uma possível fusão do Estado Islâmico e da Frente Al-Nosra,
um grupo jihadista ligado à Al-Qaeda na Síria, se fundiriam para se converter
no Estado Islâmico do Iraque e Levante. Mas a Al-Nosra negou-se a se submeter
ao califa do EI e os dois grupos voltaram a agir separadamente.
Coalizão internacional
Em setembro de 2014, o
presidente americano, Barack Obama, anunciou a formação de uma coalizão de
aproximadamente 60 países na luta contra o EI. Até março de 2015, o grupo já
havia realizado 4 mil ataques aéreos, a maioria com atuação das forças
americanas. Um dos países envolvidos é a Jordânia, cujo governo se declarou
determinado a erradicar o EI depois que um piloto de sua Força Aérea, que havia
sido capturado pelos extremistas, foi queimado vivo dentro de uma jaula.
Em escala local, a
escassez de equipes militares pelas baixas em combate, somada à dificuldade
para novos recrutamentos, fazem com que o exército sírio e suas milícias
escolham suas batalhas e evitem brigar por localidades de maioria sunita ou por
aquelas nas quais a população local também não combate o EI.
Já o primeiro-ministro
iraquiano, Haider al-Abadi, apresentou um plano que prevê "acelerar o
apoio aos combatentes tribais da região, para que possam lutar contra o EI ao
lado das forças iraquianas" e "garantir que todas as forças que
participam da libertação da província operem sob o comando e o controle do
premiê".
ENTENDA EM 10 MINUTOS COMO NASCEU A CRISE DO ORIENTE MÉDIO QUE CHEGOU À FRANÇA AQUI.
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VOCÊ SABE QUAL A ORIGEM DISSO TUDO?
SABE A ORIGEM DO ISLAMISMO?
SABE QUEM FOI MAOMÉ?
SABE QUEM SÃO XIITAS E SUNITAS?
SAIBA TUDO AQUI
Fontes:texto ( G1) , imagens (G1), vídeo (youtube)
Adaptação: Professora Isabel Aguiar
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Adaptação: Professora Isabel Aguiar
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