A imagem da história como
uma disciplina “decoreba”, como gostam de dizer os alunos, tem sua explicação
em três fatos.
1. Entre fins do século
XIX até a metade do século XX, a história ainda era fortemente marcada pela
história positivista, militar, factual em seu cerne. O aluno não era convidado
a discutir o fato, mas a apropriar-se dele em sua factualidade. O conteúdo de
história estava dado, interditado para interpretações. Portanto, era preciso
apenas decorar nomes, datas e outras relações mais simplistas. Alguma coisa
desse tempo permanece como herança em determinados livros didáticos e prática
pedagógicas. Isso sem falar na própria memória da disciplina.
2. O segundo fato está
intimamente relacionado com o primeiro: a prática pedagógica. Muitos professores
(mesmo aqueles com o discurso pedagógico mais arrojado) ainda continuam
construindo avaliações que intimidam por cobram os fatos ao invés da
subjetivação, da reflexão. Isso mudou bastante e tudo aponta que vamos
conseguir vencer esse vício.
3. Por último, as
avaliações nacionais e internacionais seguem um mercado cada vez mais
tecnicista. O vestibular, por exemplo. As escolas acabam se pautando por essas
referências para construir o currículo pedagógico. Isso é um grande problema.
Algumas universidades vêm mudando as provas. Outras ainda estão longe de uma
solução.
Esse problema não é “privilégio” da história, ainda que ela seja o lugar comum
para esta imagem.
Por outro lado, para
finalizar, é bom lembrar que a história – em algum grau – precisa que seus
alunos decorem datas e nomes importantes. Isso é fundamental para que se seja
um bom historiador. O que temos que ponderar – e aí está a grande discussão – é
qual a importância que temos que dar para a fixação dos dados. Isso nunca pode
ser o principal, mas sim o acessório.
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