quarta-feira, 17 de julho de 2019

VOCÊ SABIA QUE O IMPERADOR CALÍGULA NOMEOU SEU CAVALO A CÔNSUL?


Resultado de imagem para caligula e seu cavalo
Calígula e seu cavalo Incitatus


A História Antiga às vezes confunde realidade e fantasia, difíceis de se distinguir. É o que aconteceu com o terceiro imperador de Roma, conhecido como Calígula. Até as crianças conhecem sua curiosa e emblemática história do amor que nutria por seu cavalo preferido, chamado Incitatus (Impetuoso). Chegou a se apaixonar a tal ponto por ele que até o nomeou Cônsul da Bitínia. Contam que era uma afronta ao Senado e às Instituições que desprezava como déspota absoluto.

Seu cavalo era de corrida e na noite anterior a sua competição exigia um silêncio absoluto da cidade de Roma para que não incomodassem o sono do animal, com quem o imperador dormia. O castigo a quem ousasse interromper o silêncio era a pena de morte. O cavalo era na realidade o verdadeiro imperador com poderes absolutos. Verdade ou não, é interessante conhecer a História Antiga que foi forjando a Moderna através dos séculos para ver o que Humanidade conquistou em matéria de liberdade e como as possíveis loucuras de nossos governantes são brincadeira ao lado das loucuras dos imperadores e reis despóticos e absolutistas do passado.

Com todas as lacunas de nossas frágeis democracias, estamos a milhares de anos-luz do que foram os impérios antigos e suas arbitrariedades. Mas isso de deve, ao mesmo tempo, à resistência através dos séculos que o Homo sapiens impôs aos poderes ditatoriais e como aumentou os espaços da democracia. Os pessimistas irredutíveis continuam gostando da célebre frase do escritor e militar espanhol do século XV, Jorge Manrique: “Todo tempo passado foi melhor”.

Sem necessidade de ser otimistas nos tempos em que vivemos, a verdade é que, objetivamente, poderíamos dizer que, pelo contrário: os tempos passados sempre foram piores do que os de hoje. Por isso, é importante que nas escolas se ensine a História Antiga, para entender melhor e apreciar os saltos que a Humanidade deu à procura de uma dignidade maior das pessoas, de uma visão mais clara dos direitos humanos que abarquem todos, e do direito da sociedade a compartilhar o poder com os políticos.

Somente para lembrar os saltos para melhor da história humana, basta recordar que, por exemplo, nos tempos de Calígula e até séculos depois, os pais tinham o direito de vida e morte de seus filhos ao nascer. Podiam concedê-los o direito à vida ou, se não gostassem, podiam sacrificá-los. O estatuto dos direitos da infância à vida e à necessidade de ser respeitados não tem cem anos. Por sua vez, a mulher há menos de um século era mais um objeto nas mãos do homem do que uma pessoa com direitos. Na Espanha, há pouco tempo as mulheres não podiam viajar sem a permissão de seus maridos, estudar na Universidade, ter uma conta corrente. Sem contar com os avanços da ciência e da medicina que nos permitem viver mais do que nunca, demos saltos gigantescos na política e nas ciências sociais. Hoje a palavra escravidão é condenada e ninguém pode ser discriminado por suas crenças e seu gênero nos países que chegaram a um certo grau de democracia e respeito pela individualidade.

Isso quer dizer que podemos nos deitar nos louros e deixar os políticos em paz mesmo quando pretendem promover seu cavalo? Não! Justamente porque conseguimos o que a Humanidade não conseguiu em séculos, devemos ser mais resistentes e críticos com as tentações dos governantes de querer voltar aos tempos dos absolutismos em que as feras em seus instintos mais primitivos eram deixadas livres. Foram a resistência da sociedade, as lutas pelas liberdades que custaram muito sangue, o que nos permite hoje desmentir o escritor espanhol e dizê-lo que, apesar de tudo, hoje estamos melhor do que ontem.

Mas cuidado, porque vivemos um momento especial e difícil em que os cavalos transformados em cônsules e mais mimados do que as pessoas, parecem andar soltos e faladores com saudades dos tempos dos imperadores romanos. Porque se é verdade que nunca estivemos melhor, também é verdade que desabar ao abismo é mais rápido do que continuar subindo, com esforço e luta, à custa das conquistas democráticas. Sempre existe a tentação, aberta e latente de querer voltar a um passado em que os loucos ao modo de Calígula chegam a nos parecer até engraçados e divertidos.


Fonte: El País - Texto de Juan Arias.

AS REGALIAS DE INCITATUS


Resultado de imagem para caligula e seu cavalo


O imperador perdeu rapidamente de seu povo o amor que pouco teve.
Os únicos trabalhos atribuídos a ele eram a incansável vontade de aumentar seus poderes e aniquilar as várias conspirações contra si no Senado ou nas ruas.

Incompetente administrativamente, desqualificar inimigos se tornou um hábito.
Ele obrigou o senado e o povo a renderem-lhe culto, denominando-se um deus.
Vaidoso, o rei decidiu humilhar seus inimigos e usou para isso Incitatus.
O imperador o conheceu em Hispânia, de personalidade impetuosa, não demorou para que o rei lhe concedesse 18 criados pessoais.
Além disso, Incitatus usava como enfeite uma peça de pedras preciosas e seu leito era coberto de mantas púrpuras – a cor da realeza.
O prato preferido de Incitattus era uma misturava aveia com flocos de ouro.
O rei ainda determinou que fosse feita em sua homenagem uma estátua de mármore em tamanho real, apoiada em um pedestal de marfim.
Incitatus era poderoso e tal qual o imperador, tornou-se muito odiado no império. Por duas vezes atentaram contra sua vida.
Preocupado, o imperador não teve escolha. Para protegê-lo teria de dar-lhe poderes. Ferir Incitatus era ferir o imperador.
O imperador então nomeou Incitatus.
Essa nomeação ficou conhecida na história como o dia em que Calígula nomeou seu cavalo senador.



VOCÊ SABIA?

OSTENTAÇÃO Os navios pareciam palácios flutuantes. Havia mosaicos e esculturas de materiais preciosos, como bronze e marfim
OSTENTAÇÃO Os navios pareciam palácios flutuantes. 
Havia mosaicos e esculturas de materiais preciosos, como bronze e marfim

Calígula tinha um mega navio, considerado o maior do período. Esse navio chegava a 170 metros de comprimento. Eram chamados barcos de Nemi (Itália) e poderiam ser comparados aos cruzeiros modernos. 
Esses navios eram verdadeiros palácios flutuantes , porém não se moviam porque não tinham sistemas de propulsão eficientes e precisavam ser puxados pelo lago. Eram equipados com sistema de água encanada quente e fria, e todo decorado com o nome do imperador. Dizem que aconteciam orgias dentro do navio. 


Tamanha suntuosidade não seria esquecida facilmente. A lenda dos barcos do amor de Calígula sobreviveu durante séculos. Várias tentativas frustradas de recuperá-los foram feitas desde a Renascença, quando se descobriu a localização de dois deles.

Pesquisadores usaram sonares para vistoriar as águas escuras do local e estão atualmente na fase de análise dos resultados.

O sucesso veio durante a ditadura de Mussolini, que estava interessado em recuperar o passado imperial romano. Engenheiros do fascista mandaram drenar parte do lago para que as embarcações viessem à luz, ao invés de tentar levantá-las. Assim, os dois navios foram levados para um museu à beira do Nemi, nos anos 1930.


MAS SERÁ QUE CALÍGULA ERA ASSIM TÃO CRUEL?

SAIBA MAIS AQUI

Um comentário:

  1. Nossa, certeza que irei indicar esse post para os alunos em nosso colegio zona norte sp blog genial, adorei

    ResponderExcluir