sábado, 13 de junho de 2020

A CRISE DE 1929




Fazendo História Nova: A crise de 1929


  • A crise de 1929 foi uma crise na Bolsa de Valores de Nova York e que desencadeou a Grande Depressão que persistiu ao longo da década de 1930 terminando apenas com a Segunda Guerra Mundial (1939-45). 
  • É considerada o pior e mais longo período de recessão econômica do século XX, responsável pelo desemprego, queda da produção industrial, dos preços de ações e do PIB (produto interno bruto) de diversos países.



Antecedentes da crise: a prosperidade 

dos EUA 


Década de 1920: "os anos loucos"




  • A partir de 1921, os Estados Unidos entraram em rápida expansão econômica fornecendo empréstimos e investimentos aos mercados externos da Europa e da América Latina. 
  • O crescimento industrial garantiu alto índice de emprego e baixou os preços dos bens de consumo. 
  • A elevação dos salários e a expansão das vendas a crédito também impulsionaram a classe média a comprar mais produtos, entre eles, automóveis, rádios, fogões, gramofones e geladeiras. 
  • A prosperidade econômica, marcada pela produção em série para o consumo em massa, não era, contudo, partilhada por toda população norte-americana. Havia grande concentração de renda nas mãos de poucos. 
  • Em 1929, por exemplo, os 13% de norte-americanos mais ricos detinham cerca de 90% da riqueza do país. Enquanto isso, metade da população vivia abaixo da linha da pobreza, a maioria constituída por negros.




O senhor acha que estará trabalhando
“O senhor acha que estará trabalhando o ano que vem, papai?”. Caricatura norte-americana de 1928, que ironiza a sociedade de consumo e o desemprego nos Estados Unidos.






A superprodução de 1925

História No Paint в Twitter: "… "


  • A partir de 1925, uma crise de superprodução agrícola e industrial começou a frear o crescimento industrial e agrícola dos Estados Unidos. 
  • No campo, o uso de tecnologias agrícolas (colheitadeiras, tratores, fertilizantes e outros) resultou em enormes colheitas, excedendo as necessidades de mercados. 
  • A superprodução agrícola aumentou os estoques de alimentos e mercadorias derrubando seus preços. 
  • A saída foi diminuir a produção e demitir trabalhadores. 
  • No fim de 1928, já havia 4 milhões de desempregados nos Estados Unidos. 
  • Mas a facilidade de obter empréstimos dava aos desempregados a ilusão de que tudo se resolveria.



A (falsa) euforia da venda de ações

História da Indústria - Cola da Web


  • Como estratégia para ampliar seus investimentos, as empresas aceleraram a abertura de seu capital para acionistas. 
  • As indústrias químicas, elétrica e mecânica dos Estados Unidos davam sinal de contínuo crescimento e a população se sentia confiantes em investir no mercado financeiro. 
  • Tudo indicava que comprar ações de empresas bem-sucedidas era uma boa maneira de fazer com que uma pequena quantidade de dinheiro resultasse em grandes rendimentos. 
  • Os bancos ofereciam empréstimos a juros baixos, possibilitando a qualquer pessoa comprar ações na Bolsa de Valores.





A especulação financeira



Aulas da Mirtes : Crise de 1929


  • Em 1928, as ações dos Estados Unidos valorizaram em ritmo descompassado ao crescimento da economia do país. 
  • Em julho daquele ano, a produção industrial americana já havia começado a cair e, no entanto, a alta das ações na Bolsa de Valores de Nova York continuou a ser mantida artificialmente, baseada em pura especulação e não em investimentos reais. 
  • Poucos prestavam atenção à real situação financeira das companhias que vendiam ações no mercado. 
  • A atitude geral dos acionistas era vender as ações quando elas subiam de valor e comprar ações de outra empresa mais promissora. 



O crash da Bolsa de Valores 


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  • No dia 24 de outubro, as ações na Bolsa de Valores de Nova York caíram drasticamente e tornou-se notícia em todo o mundo com o crash ou quebra da Bolsa.  
  • O 24 de outubro ficou conhecido como Quinta-feira Negra. 
  • O medo de perder tudo o que tinham aplicado fez muitos acionistas vendessem seus títulos a baixos preços. 
  • Os valores das ações despencaram nos dias seguintes, chegando ao desastre total no dia 29, a Terça-feira Negra. Milhares de acionistas perderam, da noite para o dia, grandes somas em dinheiro, e muitos foram à miséria. 
  • Diante do alto risco de quebra também dos bancos, as pessoas correram para tirar seus depósitos. 
  • O efeito disso foi a falência de bancos em todo o país e das empresas que deles dependiam. 
  • Como consequência, milhões de trabalhadores foram demitidos aumentado o já alto número de desempregados no país.




Por $100 pode-se comprar este carro.

“Por $100 pode-se comprar este carro. Somente em dinheiro. Perdi tudo no mercado de ações”, diz o cartaz do carro à venda, foto de 1929.





ENQUANTO ISSO NO BRASIL....

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O círculo vicioso da crise

A fotografia Migrant Mother, de Dorothea Lange, uma das fotosestadunidenses mais famosas da década de 1930, mostrando Florence Owens Thompson, mãe de sete crianças, de 32 anos de idade, em Nipono, Califórnia, março de 1936, em busca de um emprego ou de ajuda social para sustentar sua família. Seu marido havia perdido seu emprego, e morreram no mesmo ano.



  • O desemprego significou a queda do consumo e a ruína de comerciantes e industriais. 
  • Os preços despencaram. Indústrias, lojas e escritórios fecharam. 
  • A crise piorou a situação dos pequenos fazendeiros e trabalhadores rurais. 
  • Não havia compradores para seus produtos, que acabam apodrecendo às toneladas nos campos e nos celeiros. 
  • Sem renda, não podiam pagar suas dívidas e perdiam suas terras, que eram tomadas pelo bancos. 
  • Sobreveio o período da Grande Depressão que durou até o final da década de 1930. 
  • Como resposta à crise, o governo norte-americano reduziu drasticamente suas importações e cortou os empréstimos e os investimentos no comércio exterior. 
  • O resultado foi a derrocada financeira de muitos países da Europa e da América Latina entre 1930 e 1932. 
  • Mulheres com seus filhos formam filas para receber alimentos em nova York, 1929



Efeitos da crise

Crise-financeira-1929-e-2008 | Virgulinoreidocangaco's Blog


  • O empobrecimento repentino e o clima de pessimismo nos Estados Unidos e na Europa afetaram a credibilidade da população na democracia liberal. 
  • Greves, passeatas e agitações ocorreram em muitos países, especialmente na França e na Alemanha. 
  • Ganharam força os movimentos de extrema-direita que propunham a implantação de um governo forte e antiliberal em que o Estado controlasse a economia. 
  • O descrédito no capitalismo fez crescer os movimentos de extrema-esquerda que tomaram por modelo a Rússia comunista, o único país a não sofrer os efeitos da crise de 1929.
  •  Renunciando ao liberalismo econômico, o Estado passou a interferir na economia regulando a produção e a distribuição de produtos, e impondo regras protecionistas para resguardar a economia nacional de mercadorias e capitais estrangeiros.
  •  Nos Estados Unidos, o governo de Franklin Roosevelt adotou, em 1933, o New Deal (Novo Acordo) – um conjunto de medidas de intervenção direta do Estado na economia.

Mulheres para receber alimentos
Mulheres com seus filhos na fila para
receber alimentos em New York







AGORA VAMOS VER VÍDEOS SOBRE 

A CRISE DE 1929








Fonte:

  • BRENER, Jayme. 1929, a crise que mudou o mundo. Rio de Janeiro: Ática, 2006. 
  • KARNAL, Leandro. Estados Unidos: a formação da nação, 4. ed. São Paulo: Contexto, 2007. 
  • KARNAL, Leandro. Os textos de fundação da América: a memória da crônica e a alteridade. Ideias, n. 1, v. 11, Campinas, p. 9-14, 2004.
  •  PAMPLONA, Marco Antônio. Revendo o sonho americano: 1890-1972. São Paulo: Atual, 1996.
  • Veja também os artigos “Quinta-feira Negra”, início da Crise de 1929. 1920: a década dos contrastes.
  • A sociedade de consumo e a prosperidade dos Estados Unidos nos anos anteriores à crise de 1929. 
  • Década de 1920: os “anos loucos”. Mudanças de costumes e valores, o voto feminino, o cinema, preconceito de xenofobia, a Ku Klux Klan nos anos de precederam a crise de 1929. “As vinhas da ira”: um retrato dramático da Grande Depressão. Trecho da célebre obra de John Steinbeck, de 1939, que retrata a miséria e a exploração sofrida por uma família de agricultores durante a Grande Depressão. Acompanha questões e respostas para aplicar em sala de aula. 


Fonte:  Blog: Ensinar História 






        




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