Autor de obras como
"A Era das Revoluções" e "A Era dos Extremos" tinha 95 anos
e estava internado em hospital para tratar pneumonia
O historiador britânico Eric Hobsbawm morreu em Londres aos 95 anos, segundo divulgaram seus familiares
família nesta segunda-feira.
A filha de Hobsbawn,
Julia, disse que seu pai morreu no início da manhã no Royal Free Hospital, onde
tratava uma pneumonia.
"Sua ausência será
imensamente sentida não só por sua esposa de mais de 50 anos, Marlene, por seus
três filhos, sete netos e bisnetos, mas também por muitos leitores e estudantes
ao redor do mundo", informou um comunicado da família.
O intelectual é
considerado um dos maiores historiadores do século 20 e escreveu "A Era
das Revoluções" , "A Era do Capital" , "A Era dos
Impérios" , "A Era dos Extremos" , traduzido em 40 línguas.
De família judia,
Hobsbawm nasceu na cidade de Alexandria, no Egito, em 1917, o mesmo ano da
Revolução Russa, que representou a derrocada do czarismo e o início do
comunismo no país.
Não por coincidência, a
vida do historiador e seus trabalhos foram moldados dentro de um compromisso
duradouro com o socialismo radical.
O pai de Hobsbawm, o
britânico Leopold Percy, e sua mãe, a austríaca Nelly Grün, mudaram-se para
Viena, na Áustria, quando o historiador tinha dois anos e, logo depois, para
Berlim, na Alemanha. Hobsbawm aderiu ao Partido Comunista aos 14 anos, após a
morte precoce de seus pais. Na ocasião, ele foi morar com seu tio.
Em 1933, com o início
da ascensão de Hitler na Alemanha, ele e seu tio mudaram-se para Londres, na
Inglaterra. Após obter um PhD da Universidade de Cambridge, tornou-se professor
no Birkbeck College em 1947 e, um ano depois, publicou o primeiro de seus mais
de 30 livros.
Hobsbawm foi casado
duas vezes e teve três filhos, Julia, Andy e Joshua.
Na década de 80,
Hobsbawm comentou sobre sua fuga da Alemanha. "Qualquer um que viu a
ascensão de Hitler em primeira mão não poderia ter sido ajudado, mas moldado
por isso, politicamente. Esse garoto ainda está aqui dentro em algum lugar - e
sempre estará".
Obra
Entre as obras mais
conhecidas de Hobsbawm, estão os três volumes sobre a história do século 19 e
"Era dos Extremos", que cobriu oito décadas da Segunda Guerra Mundial
ao colapso da União Soviética.
Já como presidente do
Birkbeck College, ele publicou seu último livro, "Como mudar o mundo -
Marx e o marxismo 1840-2011", no ano passado. O historiador afirmou que
ele tinha vivido "no século mais extraordinário e terrível da história
humana".
Marxista inveterado,
ele reconheceu a derrocada do comunismo no século 20, mas afirmou não ter
desistido de seus ideais esquerdistas.
Em abril deste ano,
Hobsbawm disse ao colega historiador Simon Schama que ele gostaria de ser
lembrado como "alguém que não apenas manteve a bandeira tremulando, mas
que mostrou que ao balançá-la pode alcançar alguma coisa, ao menos por meio de
bons livros".
A ERA DOS EXTREMOS e A ERA DAS REVOLUÇÕES em PDF.
Hobsbawm era, além de
admirador de Marx, um apaixonado pelo jazz. Durante anos foi o crítico de jazz
da revista progressista New Statesman, sob o pseudônimo de Francis Newton - em
homenagem ao trompetista comunista de Billie Holiday -, e escreveu um livro
sobre o estilo.
” A única generalização
cem por cento segura sobre a história é aquela que diz que enquanto houver raça
humana haverá história.” Eric Hobsbawm
"Marxista inveterado, ele reconheceu a derrocada do comunismo no século 20, mas afirmou não ter desistido de seus ideais esquerdistas."
ResponderExcluirEric Hobsbawm sempre foi pra mim e ainda é uma grande inspiração um cara que deu sua contribuição a história e ao comunismo, um exemplo. Uma perda irreparável.
ResponderExcluirConcordo com você Pierre. É uma perda irreparável. Outro Hobsbawm tá difícil.
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