quarta-feira, 29 de maio de 2013

Luis XIV e suas extravagâncias.


Como dizia a diva Marilyn Monroe:

”Não sei quem inventou o salto alto, mas todas as mulheres devem muito a esta pessoa.”

O salto alto querido no nosso armário sofreu várias transformações na história da moda, mas afinal quem o inventou?

Bom, não se sabe ao certo quando surgiu e quem o inventou, mas sabe-se que o salto alto ficou definitivamente conhecimento graças a extravagente corte do rei Luís XIV (1643-1715), da França.


Luís XIV e o seu salto alto.




O reinado de Luis XIV foi cercado de muito luxo e glamour, era através de toda essa riqueza que ele mostrava o seu poder. O rei preocupava-se muito com a sua aparência, por ter apenas 1,60 de altura o rei queria algo que o deixasse maior, então o estilista da corte desenhou sapatos com uma elevação nos calcanhares, e assim apresentou o salto alto ao mundo. Na época o salto era utilizado por homens e mulheres,”O salto era peça exclusiva do vestuário masculino e apenas na corte de Luís XV passou a ser utilizado por mulheres”, diz João Braga, coordenador do curso de história da moda do Senac, em São Paulo. Tudo que o Luis XIV usava era sinal de bom gosto e se espalhava rapidamente.



Não é só pela criação e disseminação do salto alto que temos que agradecer Luis XIV, além de mudar hábitos e costumes, o rei era um grande apreciador da gastronomia, o que levou a criação de diversos pratos. Na moda, foi durante o seu reinado que surgiram as primeiras butiques de roupas.

Paris iluminada


Os amantes da cidade iluminada devem agradecer Luis XIV pela sua dedicação em fazer com que Paris fosse a metrópole do luxo e da elegância, criando diversas modas e iluminando completamente a cidade. Dando também ao mundo a oportunidade de se encantar com a beleza do palácio de Versailles.






LUIS XIV: UM REI SUJO E DOENTE


Gravura do século XVII anônima do rei Luis XIV, aos 15 anos, como dançarino interpretando o Sol

O famoso Rei Sol, Luis XIV, apesar de ter tido 16 amantes, 6 filhos legítimos, 16 filhos bastardos enobrecidos e mais de 30 filhos não reconhecidos,  apesar da propaganda deixada nas pinturas oficiais de um monarca soberano, majestoso e de aparência limpa, foi uns dos reis mais sujos da história da França.
Ele teve inúmeras doenças: escarlatina e sarampo quando criança ; blenorragia (gonorreia) e sarna quando adolescente; febre tifoide, fortes enxaquecas, dores no estomago, crise de gota e fístula anorretal quando adulto. Para completar o quadro, tinha todos os dentes inferiores estragados e um único dente superior.

Acredita-se que Luis XIV deva ter tomado de 2 a 5 banhos ”inteiros” durante os seus 77 anos de reinado (morreu em 1715, de gangrena nas pernas).

Luis XIV tinha vários métodos para mascarar os odores. Espalhar perfume pelo corpo e roupas – patchouli, almíscar, “fleur d’oranger”;  para o mal hálito, pastilhas de anis. Ele praticava  o famoso banho seco, ou seja, trocar de roupas várias vezes no dia. O monarca tinha conhecimento do mau cheiro que exalava, dificilmente suportável a todos que o acompanhavam.  Ele mesmo abria as janelas para arejar quando entrava em uma sala.

Voltando no tempo, os romanos bem preocupados com a saúde e o bem-estar construíram as ”termas”, verdadeiros locais para banhos públicos e  higiene pessoal. Em outras épocas, cidades medievais foram equipadas com latrinas e banheiros públicos.

Gradualmente estes hábitos desapareceram com a chegada de certas crenças e doenças. Acreditava-se que a sífilis e a perda do apetite sexual pudesse ser transmitida pelo banho.  Com a peste, surgiu a teoria que o banho quente dilatava os poros e  facilitava a “entrada dos vírus”. Por ordem médica, a sujeira acumulada na pele era recomendada a todos como meio de proteção contra qualquer doença. A água quente virou motivo de medo e de morte.

E a igreja deu a sua contribuição para o desaparecimento da higiene denunciando o banho como sendo imoral.

A partir deste momento, o uso d’agua seria limitado às partes livres do corpo como as mãos e o rosto. Um banho de corpo inteiro passou a ser uma raridade.
Luis XIV lavava as mãos num pequeno filete d’água despejada de uma jarrinha por um cortesão. No rosto e no corpo, muito blush – pigmento branco  à base de chumbo, altamente toxico, sinônimo de beleza e saúde; na cabeça, uma mistura de talco e farinha para a peruca exageradamente alta e explicitamente gordurosa ao meio-dia para refletir magnitude e vigor. 

A peruca era de cabelos falsos misturados com cabelos verdadeiros e crinas de cavalos, local preferido dos piolhos.


Considerando a expectativa de vida no século XVII,  Luis XIV morreu idoso, com 77 anos, deixando uma França próspera, rica e militarmente poderosa.

Deixou a imagem de um rei forte, robusto, detentor de um poder extraordinário para governar, uma personalidade inigualável, um rei guerreiro, um rei de paz, um arquiteto, um dançarino quase profissional, um mestre em jardinagem, um músico aplicado, amador de teatro, de poesia, mecenas das artes. Enfim um rei brilhante como o Sol e Divino como Deus.

domingo, 26 de maio de 2013

A HISTÓRIA ORIGAMI

Origamis feitos pelos alunos do 6º ano do colégio IFJPS

Segundo estudiosos, a origem do Origami é tão antiga quanto à origem do papel.
O papel surgiu na China, em 105 a.C. para substituir a seda que era usada para escrever. T´Sai Lun (administrador do palácio do imperador chinês) foi o responsável por essa descoberta, ele misturou panos, redes de pesca e cascas de árvores. No império chinês essa técnica virou segredo e foi guardada por muito tempo. Somente no século VI ela chegou ao Japão, por intermédio dos monges budistas chineses, mas só a nobreza tinha acesso, pois era considerado um artigo de luxo, usado em moldes de quimonos e em festas religiosas (Shino).O origami foi introduzido nessas festas:
Nos casamentos eram feito copos de vinho tinto, dobrados em papel, com borboletas, representando a união dos noivos;
Os diplomas eram dobrados de maneira especial, e se abertos não podiam voltar a ser fechados sem que fossem feitas novas dobras;
Os samurais se presenteavam com o “Noshi”, que são pedaços de papel dobrados em forma de leque, amarrados com tiras de carne seca.
Entre 1338 e 1576 o papel se tornou mais acessível e os adornos usados distinguiam as classes sociais. As figuras criadas eram passadas, oralmente, de mãe para filha e somente as dobraduras mais simples eram trabalhadas.
Os primeiros livros de Origami surgiram no período de 1603 a 1867, mas o primeiro com instruções foi “Como Dobrar Mil Tsurus” - Senbazuru Orikata, em 1797. A partir daí o origami tornou-se uma forma de arte muito popular. O livro “Kan No Mado”, publicado em 1845, incluía cerca de 150 modelos de origami, dentre eles o origami de sapo. Este é o marco do crescimento do Origami como atividade recreativa no Japão.
Akira Yoshizawa é o pai da Origami Moderno, ele inventou os Símbolos usados nas atuais instruções passo-a-passo, para ele o Origami é uma filosofia de vida. Depois da invenção do papel o mais importante para o Origami é o Sistema Yoshizawa – Randlett, 1956, pois ele permite a difusão internacional das diversas criações.
No Japão o sapo representa o amor e a fertilidade; a tartaruga, a longevidade e o tsuru (ave-símbolo do Origami), também conhecido como grou ou cegonha, significa boa sorte, felicidade e saúde.
Na Espanha a arte de dobrar papel chegou com os Mouros, do Norte da África, no século VIII, mas só eram criadas figuras geométricas porque a religião proibia a criação de formas animais. Da Espanha, entrou na Europa com as rotas comerciais marítimas e tempos depois chegou aos Estados Unidos.
Reza a lenda que quem fizer mil tsurus, desejando algo, terá sucesso.


domingo, 19 de maio de 2013

AS AVENTURAS DO MENINO ESTUDIOSO - EM BREVE

Olá jovens!!!!
Aguardem que breve estaremos com novidades aqui no blog.
Vamos conhecer um menino bem interessante. É o filho que toda mãe queria ter . É  O MENINO ESTUDIOSO.
Ainda estamos decidindo como será a imagem do personagem.
Quem quiser colaborar enviando desenhos para isabelaguiar3@yahoo.com.br , agradecemos.
O desenho mais votado receberá um prêmio e será divulgado aqui no blog e nas redes sociais.
Aguardo a colaboração de todos.

Agora, vejam o desenho da Ana Beatriz, aluna do 7º ano .




terça-feira, 14 de maio de 2013

Quantos escravos trabalham para você? Que tal fazer o cálculo?



No dia 13 de maio de 1888 era assinada a lei áurea, abolindo de forma oficial a escravidão do Brasil, o último país das Américas a tomar tal iniciativa. O nosso passado escravocrata influencia a vida brasileira até hoje. Somos o país do racismo velado. Muitos são racistas, mas ninguém se assume racista. Ou pior, não reconhece o racismo nas suas próprias atitudes racistas.

Muitos pensam que a escravidão tornou-se um assunto de livros de história. Uma passado manchado de vergonha na história da humanidade. Mas não é bem assim. Hoje, milhões pessoas trabalham em condições análogas à escravidão. Essas pessoas fazem parte da cadeia produtiva de produtos que eu, você e todo mundo consome.


No Brasil, essa situação fica mais evidente na exploração de imigrantes bolivianos nas confecções, que prestam serviços a marcas de prestígio, e nas carvoarias “escondidas” nos nossos rincões. Entretanto, essas situações não são uma exclusividade brasileira. Se reproduzem na cadeia produtiva industrial em todo o mundo.

Para denunciar essa situação, a ONG  Slavery Footprint desenvolveu um SITE onde podemos descobrir quantos trabalhadores escravos estão envolvidos na cadeia produtiva dos produtos que fazem parte do nosso “estilo de vida”.

Sem informar marcas, o cálculo tem como base as informações sobre os processos de fabricação dos 400 produtos mais consumidos mundialmente, incluindo informações obtidas em investigações das cadeias produtivas. Os dados base são do Departamento de Monitoramento e Combate ao Tráfico de Pessoas e do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, da Transparência Internacional, da Organização Internacional do Trabalho, entre outros órgãos.

De acordo com a ONG, o objetivo é incentivar hábitos de consumo conscientes e mandar uma mensagem dos consumidores as marcas: “Nós queremos saber o que vocês fazem para combater o trabalho escravo!” Para isso, a Slavery Footprint também criou o aplicativo gratuito Made in a Free World, desenvolvido para celulares com sistema Android e Iphones. A ideia é o usuário fazer check-in em lojas e questionar se há escravos envolvidos na fabricação dos produtos. O recado é repassado para as marcas e para outros consumidores que estão no Twitter e no Facebook, que podem colaborar com a discussão.

Acesse o site e comece a pensar se os seus hábitos não estão contribuindo para que pessoas continuem trabalhando como escravos.



domingo, 12 de maio de 2013

O BRASIL E SUAS PRIVATIZAÇÕES


Durante o estudo da EraVargas, nós vimos que a Vale do Rio doce e a Companhia Siderúrgica Nacional foram criadas . Vamos saber mais sobre essa história?

 VALE DO RIO DOCE



A Vale é uma das maiores mineradoras do mundo. Brasileira, criada para a exploração das minas de ferro na região de Itabira, no estado de Minas Gerais em 1942 no governo Getúlio Vargas, a Vale é hoje uma empresa privada, de capital aberto, com sede no Rio de Janeiro, e com ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBOVESPA), na Bolsa de Valores de Paris  NYSE Euronext , na Bolsa de Valores de Madrid  LATIBEX , na Bolsa de Valores de Hong Kong   e na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), integrando o Dow Jones Sector Titans Composite .
A Vale tornou-se, hoje, a maior empresa de mineração diversificada das Américas e a segunda maior do mundo.
É a maior produtora de minério de ferro do mundo e a segunda maior de níquel. A Vale destaca-se ainda na produção de manganês, cobre, carvão, cobalto, pelotas, ferro ligas e alguns fertilizantes, como os fosfatados (TSP e DCP) e nitrogenados (ureia e amônia).
O Conselho de Administração da Vale é controlado pela Valepar S.A,  que detém 53,3% do capital votante da Vale (33,6% do capital total). Por sua vez a constituição acionária da Valepar é a seguinte: Litel/Litela (fundos de investimentos administrados pela Previ) com 49% das ações, Bradespar com 17,4%, Mitsui com 15%, BNDESpar com 9,5%, Elétron (Opportunity) com 0,03%. Se considerarmos as ações da Previ - Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil, de gestão compartilhada, (cuja diretoria é subordinada ao Conselho Diretor da Previ, composto por três representantes indicados pelo Banco do Brasil e por três representantes eleitos por voto direto pelos participantes do plano - funcionários da ativa do Banco - e assistidos - funcionários aposentados e pensionistas)  e do BNDES como de alguma influência do governo federal, este influencia, por posse ou indicação, cerca de 41% do capital votante (incluindo participações externas à Valepar). Se incluirmos a participação do Bradesco e dos investidores brasileiros, 65% do capital votante da empresa se encontram no país.
Opera em 13 estados brasileiros e nos cinco continentes e possui mais de dez mil quilômetros de malha ferroviária e 9 terminais portuários próprios.9 É a maior empresa no mercado de minério de ferro e pelotas (posição que atingiu em 1974 e ainda mantém) e a segunda maior produtora integrada de manganês e ferro ligas, além de operar serviços de logística, atividade em que é a maior do Brasil.
No Brasil, os minérios são explorados por quatro sistemas totalmente integrados, que são compostos por mina, ferrovia, usina de pelotização e terminal marítimo (Sistemas Norte, Sul e Sudeste).



Em 24 de outubro de 2006 a Vale anunciou a incorporação da canadense  , a maior mineradora de níquel do mundo, que foi efetivada no decorrer de 2007. Após essa incorporação, o novo conglomerado empresarial CVRD Inco - que mudou de nome em novembro de 2007 - tornou-se a 31ª maior empresa do mundo, atingindo um valor de mercado de R$ 298 bilhões, à frente da IBM. Em 2008 seu valor de mercado foi estimado em 196 bilhões de dólares pela consultoria Economática, perdendo no Brasil apenas para a Petrobras (287 bilhões) e se tornando a 12ª maior empresa do mundo.
Em 2012 foi eleita a pior empresa do mundo pelo “Public Eye Awards”, por conta dos impactos de suas atividades em questões de direitos humanos e meio ambiente.
Contudo, também em 2012 a Vale foi apontada como a empresa que os usuários do Linkedin mais admiram no Brasil, superando marcas com​o Natura, Unilever e Petrobras. O resultado faz parte do ranking LinkedIn's Most InDemand Employers Brazil 2012, realizado pela primeira vez em 2012.13




COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL




A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) é a maior indústria siderúrgica do Brasil e da América Latina, e uma das maiores do mundo.
Sua usina situa-se na cidade de Volta Redonda, no médio Paraíba, no sul do estado do Rio de Janeiro, tendo suas minas de minério de ferro e outros minerais na região de Congonhas e Arcos, ambas cidades do estado de Minas Gerais e também de carvão na região de Siderópolis no estado de Santa Catarina.
Sua principal usina hoje produz cerca de 6 milhões de toneladas de aço bruto e mais de 5 milhões de toneladas de laminados por ano, sendo considerada uma das mais produtivas do mundo.

SUA HISTÓRIA

A CSN foi criada durante o Estado Novo (Brasil) por decreto do presidente Getúlio Vargas, após um acordo diplomático, denominado Acordos de Washington, feito entre os governos brasileiro e estadunidense, que previa a construção de uma usina siderúrgica que pudesse fornecer aço para os aliados durante a Segunda Guerra Mundial e, na paz, ajudasse no desenvolvimento do Brasil. Começou efetivamente a operar no ano de 1946, durante o governo do presidente Eurico Gaspar Dutra, o qual não convidou o idealizador do projeto para a inauguração, o então presidente Getúlio Vargas.
Em novembro de 1988, uma greve dos trabalhadores que ultrapassou 15 dias teve como saldo a morte de 3 operários num conflito com o Exército, havendo também muitos feridos.
Foi uma empresa estatal até 1993, ao ser privatizada pelo governo do então presidente Itamar Franco.
Atualmente
Atualmente, a CSN possui diversas empresas, como a GalvaSud (em Porto Real-RJ), Prada (em Mogi das Cruzes e Volta Redonda), CSN Paraná (em Araucária-PR), os terminais de contêineres (Sepetiba Tecon) e de carvão (Tecar) no Porto de Itaguaí (em Itaguaí), a Metallic (CE), além de participações acionárias nas empresas MRS Logística e Transnordestina Logística, de transporte ferroviário, usinas hidrelétricas de Igarapava entre os estados de São Paulo e Minas Gerais e a de Itá, entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e usinas nos Estados Unidos (CSN LLC, Terre Haute, Indiana); em Portugal (Lusosider, Aldeia de Paio Pires, Setúbal), e na Alemanha (Stahlwerk Thüringen GmbH - SWT), adquiridas de outros grupos nacionais.
Em 2006 a CSN apresentou proposta de compra da siderúrgica anglo-holandesa Corus. A proposta era superior à da indiana Tata, mas no dia 25 de Outubro de 2007, a CSN perdeu a disputa pela empresa, que foi comprada pela indústria indiana. Desde então, a empresa tem buscado seguir uma estratégia com foco em novas áreas de atuação, como aços longos e cimento e busca por aquisições fora do Brasil, como por exemplo a Cimpor, fábrica de cimento de Portugal.
A CSN também controla a empresa mineradora de ferro Namisa, criada em 2007 .

VEJA AGORA O VÍDEO INSTITUCIONAL



Fonte: Wikipédia

segunda-feira, 6 de maio de 2013

UMA JOVEM SENHORA DE 287 ANOS


Por  J. Terto de Amorim e  Lucia Furquim Werneck Xavier


Uma jovem senhora de 287 anos, em plena forma! Mais do que uma capital estadual, uma capital mundial, visitada anualmente por cerca de 95 mil turistas estrangeiros em busca de sua vitalidade. Mas o que conhecemos da infância dessa senhora?
Se atualmente Fortaleza atrai tantos turistas, na primeira metade do século dezessete, a região conhecida como Siara, não despertou muito o interesse nem de portugueses nem de holandeses. Foi somente a partir de 1649 que um povoamento sistemático foi iniciado sob a liderança de Mathias Beck. Praticamente do nada, Beck conseguiu gradativamente reagir um fortim e um posto colonial avançado, servindo não só de colônia penal, mas principalmente fornecendo à capital do Brasil Holandês madeira e farinha, tão necessários na época sem esquecer, o pau violeta para a Europa.
O fortim serviu posteriormente para abrigar guarnições portuguesas e atualmente encontra-se aí o quartel da 10ª Região Militar. Os vestígios do forte são os canhões que decoram alguns jardins privados e, também, os que estão no pátio da citada instituição militar.
Embora não haja dúvidas de que em Fortaleza são poucos os restos do forte que Matias Beck mandou construir sob o Bergh Marajaitiba, engana-se quem pensa que só esses canhões, testemunhas silenciosas de um passado que pouco se conhece, são os únicos testemunhos desse Siara-Neerlandês. Documentos históricos tais como cartas, relatórios, diários e mapas sobre essa época é o que não faltam. O que falta é estudá-los para, assim, produzir conhecimento detalhado desse período, uma vez que o pouco que se sabe foi baseado em estudos não sistemáticos com base sobretudo em traduções que ficam a desejar.
Um bom exemplo desse desconhecimento é o famoso Mapa do Forte, documento existente no Arquivo Nacional dos Países Baixos em Haia. Uma inspeção superficial a olho nu revela os erros do copista uma vez que a legenda não condiz com fatos recentemente trazidos à tona por pesquisadores não cearenses. Destaca-se que tal mapa é uma das cartas cartográficas mais antigas de Fortaleza. O original acima citado nada mais é do que uma das três cópias que foram enviadas para o Recife. Não seria de se espantar, dentro em breve, descobrir-se que Matias Beck guardou para si o original dos mapas da região onde viveu e trabalhou entre 1649 en 1654.
Logo, se com os  olhos abertos vemos Fortaleza ainda festejar os seus 287 anos de existência, continuamos ainda de olhos fechados para o seu nascimento e infância.