Como dizia a diva
Marilyn Monroe:
”Não sei quem inventou
o salto alto, mas todas as mulheres devem muito a esta pessoa.”
O salto alto querido no
nosso armário sofreu várias transformações na história da moda, mas afinal quem
o inventou?
Bom, não se sabe ao
certo quando surgiu e quem o inventou, mas sabe-se que o salto alto ficou
definitivamente conhecimento graças a extravagente corte do rei Luís XIV
(1643-1715), da França.
Luís XIV e o seu salto
alto.
O reinado de Luis XIV
foi cercado de muito luxo e glamour, era através de toda essa riqueza que ele
mostrava o seu poder. O rei preocupava-se muito com a sua aparência, por ter
apenas 1,60 de altura o rei queria algo que o deixasse maior, então o estilista
da corte desenhou sapatos com uma elevação nos calcanhares, e assim apresentou
o salto alto ao mundo. Na época o salto era utilizado por homens e mulheres,”O
salto era peça exclusiva do vestuário masculino e apenas na corte de Luís XV
passou a ser utilizado por mulheres”, diz João Braga, coordenador do curso de
história da moda do Senac, em São Paulo. Tudo que o Luis XIV usava era sinal de
bom gosto e se espalhava rapidamente.
Não é só pela criação e
disseminação do salto alto que temos que agradecer Luis XIV, além de mudar
hábitos e costumes, o rei era um grande apreciador da gastronomia, o que levou
a criação de diversos pratos. Na moda, foi durante o seu reinado que surgiram
as primeiras butiques de roupas.
Paris iluminada |
Os amantes da cidade
iluminada devem agradecer Luis XIV pela sua dedicação em fazer com que Paris
fosse a metrópole do luxo e da elegância, criando diversas modas e iluminando
completamente a cidade. Dando também ao mundo a oportunidade de se encantar com
a beleza do palácio de Versailles.
LUIS XIV: UM REI SUJO E DOENTE
Gravura do século XVII
anônima do rei Luis XIV, aos 15 anos, como dançarino interpretando o Sol
O famoso Rei Sol, Luis
XIV, apesar de ter tido 16 amantes, 6 filhos legítimos, 16 filhos bastardos
enobrecidos e mais de 30 filhos não reconhecidos, apesar da propaganda deixada nas pinturas
oficiais de um monarca soberano, majestoso e de aparência limpa, foi uns dos
reis mais sujos da história da França.
Ele teve inúmeras
doenças: escarlatina e sarampo quando criança ; blenorragia (gonorreia) e sarna
quando adolescente; febre tifoide, fortes enxaquecas, dores no estomago, crise
de gota e fístula anorretal quando adulto. Para completar o quadro, tinha todos
os dentes inferiores estragados e um único dente superior.
Acredita-se que Luis
XIV deva ter tomado de 2 a 5 banhos ”inteiros” durante os seus 77 anos de
reinado (morreu em 1715, de gangrena nas pernas).
Luis XIV tinha vários
métodos para mascarar os odores. Espalhar perfume pelo corpo e roupas –
patchouli, almíscar, “fleur d’oranger”;
para o mal hálito, pastilhas de anis. Ele praticava o famoso banho seco, ou seja, trocar de
roupas várias vezes no dia. O monarca tinha conhecimento do mau cheiro que
exalava, dificilmente suportável a todos que o acompanhavam. Ele mesmo abria as janelas para arejar quando
entrava em uma sala.
Voltando no tempo, os
romanos bem preocupados com a saúde e o bem-estar construíram as ”termas”,
verdadeiros locais para banhos públicos e
higiene pessoal. Em outras épocas, cidades medievais foram equipadas com
latrinas e banheiros públicos.
Gradualmente estes
hábitos desapareceram com a chegada de certas crenças e doenças. Acreditava-se
que a sífilis e a perda do apetite sexual pudesse ser transmitida pelo
banho. Com a peste, surgiu a teoria que
o banho quente dilatava os poros e
facilitava a “entrada dos vírus”. Por ordem médica, a sujeira acumulada
na pele era recomendada a todos como meio de proteção contra qualquer doença. A
água quente virou motivo de medo e de morte.
E a igreja deu a sua
contribuição para o desaparecimento da higiene denunciando o banho como sendo
imoral.
A partir deste momento,
o uso d’agua seria limitado às partes livres do corpo como as mãos e o rosto.
Um banho de corpo inteiro passou a ser uma raridade.
Luis XIV lavava as mãos
num pequeno filete d’água despejada de uma jarrinha por um cortesão. No rosto e
no corpo, muito blush – pigmento branco
à base de chumbo, altamente toxico, sinônimo de beleza e saúde; na
cabeça, uma mistura de talco e farinha para a peruca exageradamente alta e
explicitamente gordurosa ao meio-dia para refletir magnitude e vigor.
A peruca
era de cabelos falsos misturados com cabelos verdadeiros e crinas de cavalos,
local preferido dos piolhos.
Considerando a
expectativa de vida no século XVII, Luis
XIV morreu idoso, com 77 anos, deixando uma França próspera, rica e
militarmente poderosa.
Deixou a imagem de um
rei forte, robusto, detentor de um poder extraordinário para governar, uma
personalidade inigualável, um rei guerreiro, um rei de paz, um arquiteto, um
dançarino quase profissional, um mestre em jardinagem, um músico aplicado,
amador de teatro, de poesia, mecenas das artes. Enfim um rei brilhante como o
Sol e Divino como Deus.
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