Um costume que acompanha
povos de diversas culturas mundo afora é o de presentear. Presenteia-se no
aniversário, no dia dos namorados, no dia das crianças, no dia das mães e dos
pais, enfim, existem várias datas que oportunizam o ato de presentear. Com
tantas ocasiões, dificilmente alguém passa o ano sem ter ganho algum
presentinho ou sem ter presenteado. Há, inclusive, aqueles que dão presentes
até fora de qualquer data comemorativa, simplesmente pelo fato de querer
agradar alguém por quem tem apreço.Porém uma coisa é fato: a época em que mais
acontece a troca de presentes entre amigos, colegas de trabalho e familiares
certamente é no Natal. Mas como foi que essa história de dar presentes começou?
Com a Revolução Agrícola,
ainda na Pré-História (cerca de 8000 a.C.), os grupos comunitários começaram a
trocar entre si os excedentes de suas produções. A troca de alimentos garantia
a subsistência de todos. Esse escambo pode até não se caracterizar como
"presente", mas era um costume que beneficiava a quem dava e a quem
recebia.
Acredita-se que o hábito
de dar presentes tem o objetivo original de afastar os maus espíritos. Isso já
acontecia no Egito antigo, na Grécia e em Roma. Só para ilustrar, basta
lembrarmos do "presente de grego", aquele belo cavalo de madeira que
os gregos entregaram aos troianos. A Guerra de Troia teria ocorrido entre os anos
de 1500 e 1200 a.C., portanto, verifica-se aí o quão remoto é o gesto de
presentear.
Contudo, dar presentes no
Natal tem um sentido mais capitalista do que genuinamente cristão. E tudo por
culpa de um personagem chamado Papai Noel. Se bem que a ideia original de Papai
Noel até que era nobre, bondosa, altruísta...O mito do bom velhinho foi
inspirado em São Nicolau, um bispo católico que viveu no século IV na cidade de
Mira, atual Turquia. "Ele ficou conhecido em todo o Oriente por sua bondade
e pela atenção com as crianças", afirma o frei Luiz Carlos Susin,
professor de teologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(PUC-RS).
Diz a lenda que Nicolau
presenteava as crianças no dia de seu aniversário, em 6 de dezembro. Nos
séculos seguintes, o mito se espalhou pela Europa e a data da entrega de
presentes acabou se confundindo com o nascimento de Cristo. "Quando a
história chegou à Alemanha, no século 19, o velhinho ganhou roupas de inverno,
renas, um trenó de neve e uma nova casa: o Pólo Norte", afirma Luiz.
Nessa época, Noel ainda
era representado como um homem alto e magro com roupas que variavam de cor -
dependendo do relato, elas eram azuis, amarelas, verdes ou vermelhas. A
silhueta rechonchuda, o rosto barbudo e os trajes vermelhos que conhecemos hoje
apareceram pela primeira vez na revista americana Harper’s Weekly, em 1881. A
figura, desenhada pelo cartunista Thomas Nast, sofreu uma nova transformação em
1931. Na criação de um anúncio para a Coca-Cola, o desenhista Haddon Sundblom
acrescentou um saco de presentes e um gorro ao personagem. A série de
comerciais que mostrava Noel metido em situações engraçadas para entregar seus
brinquedos rodou o mundo, popularizou essa imagem e, claro, turbinou as vendas
do refrigerante.
O nome Santa Claus, como
Noel é conhecido em inglês, é uma adaptação de Sinter Klaas, forma como São
Nicolau era chamado pelos holandeses, que levaram suas tradições natalinas para
colônias na América no século XVII (entre elas a região da cidade de Nova
York). Já por aqui, a origem da expressão "Papai Noel" tem raízes no
idioma francês, no qual Noël significa "Natal". Ou seja, no Brasil, o
bom velhinho ganhou um carinhoso nome que significa literalmente "Papai
Natal".
E assim vamos mantendo o
hábito de dar presentes na festa consumista, digo, natalina. Talvez muito mais
motivados pelo impulso das propagandas e de toda a publicidade inerente ao
capitalismo do que pela real causa religiosa e solidária a qual se remete. Independentemente
de darmos ou recebermos presentes no Natal, que possamos, acima de tudo, fazer
felizes àqueles que nos rodeiam e que a simples presença dos amigos e dos
familiares nas nossas vidas seja o mais valioso presente de todos os dias.
Feliz Natal!
ARTIGO DE VIEGAS FERNANDES DA COSTA SOBRE O MITO DO PAPAI NOEL
(PUBLICADO NO JORNAL DE SANTA CATARINA DIA 19/12/13)
"[...] Não sei quem
espalhou que moro na Lapônia ou no Polo Norte, lugares inóspitos, frios e
solitários. Esta afirmação é absurda e mentirosa. Meu lugar é entre as gentes.
Eu não sobreviveria sem o calor humano. Enfiar-me em uma Alcatraz de gelo pode
ser muito útil àqueles que desejam transformar a solidariedade, o respeito à diferença
e o amor ao próximo em gestos exóticos disponíveis apenas no mês de dezembro.
Mas não compactuo com isso, assim como não frequento shoppings, até porque o
ar-condicionado destes novos templos alimenta minha rinite alérgica.
Também não é verdade que chicoteio
renas pelos céus e que exploro elfos em minha fábrica de brinquedos. Por favor,
quanta ignorância! Por qual motivo faria isso? Aliás, depois que a China
assumiu para si o capitalismo ocidental, qualquer tentativa de manter uma linha
de produção baseada na exploração de elfos seria deficitária. Esclareço que
nunca fui empresário, que nunca possuí qualquer negócio e muito menos inventei
este meio de transporte revolucionário que põe renas e trenós a voar por aí.
Aproveito ainda a
oportunidade para deixar claro que jamais cedi o uso do meu nome para campanhas
publicitárias. É um abuso o que fazem comigo! Tudo começou em 1915 quando um
impostor, passando-se por mim, anunciou a venda de uma marca de água mineral.
Na década seguinte colocaram meu nome a serviço de um refrigerante de gengibre
e, a partir de 1931, quando uma multinacional de bebidas resolveu transformar
meu impostor em garoto propaganda, a coisa degringolou de vez. Hoje, dizem, sou
mais popular que aquele sujeito barbudo e de sandálias, que saía pelo deserto
pregando o amor. Uma pena, primeiramente porque não sou este que pintam de
vermelho a invadir as casas pelas chaminés, e também porque aquilo que
representa o sujeito barbudo de sandálias, tenha ele existido ou não, é muito
mais significativo do que qualquer coisa que eu possa representar.
E PRA TERMINAR, VAMOS VER UM VÍDEO BEM LEGAL SOBRE A HISTÓRIA DO NATAL!!
Fontes:
Blog do Profº Josimar
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quando-surgiu-o-costume-de-comemorar-aniversarios
http://www.mundoeducacao.com/natal-1/os-presentes-natal-sua-origem.htm
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quando-e-por-que-o-papai-noel-passou-a-simbolizar-o-natal
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