O processo de globalização
recente é marcado pelo prevalecimento do sistema capitalista sob a égide dos
Estados Unidos. Como consequência, essa fase da globalização é marcada pelo
domínio irrestrito do dólar e do inglês e da disseminação dos valores culturais
norte-americanos. Alguns especialistas chamam essa fase da globalização de
americanização. Entre as características dessa terceira fase pode-se destacar:
O domínio das
transnacionais
Uma das características do
processo recente da globalização diz respeito ao domínio de grandes corporações
que detém grandes investimentos espalhados por todo o planeta, as
transnacionais. A nacionalidade da maioria dessas corporações é
norte-americana, europeia ou japonesa.
Deve-se lembrar de que por
mais que essas transnacionais tenham fábricas e investimentos espalhados por
todo a mundo o centro de decisões e os altos postos de comando se localizam no
país sede, que recebe todos os lucros repatriados obtidos no mundo inteiro.
Como possuem capital para
investir no desenvolvimento científico essas transnacionais acabam detendo o
monopólio da tecnologia.
Outra característica
importante em relação às transnacionais é o processo de fusão de grandes
empresas nacionais ou internacionais formando gigantescos conglomerados. Um
exemplo é a indústria bélica norte-americana, que de 15 grandes conglomerados
no início da década de 1990 se transformaram em apenas quatro.
Esses grandes
conglomerados dão origem a um processo conhecido como “deslocalizações”, ou
seja, permite que as transnacionais se desvinculem dos Estados Nacionais,
fazendo ao contrário, com que este se submeta às leis do capital mundial. À
resistência dos Estados Nacionais aplicar-se-ão sansões dos “mercados” do
volátil capital mundial.
Instituições
“multilaterais” e valores democráticos
Trata-se da criação de
instituições econômicas “multilaterais”, como o Fundo Monetário Internacional
(empréstimos de dinheiro e intermediário entre bancos e devedores); Bird (Banco
Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento ou Banco Mundial) que na
atualidade financia programas de desenvolvimento; e o que hoje é denominado de
OMC (Organização Mundial do Comércio), com poderes de tribunal comercial
mundial.
Ao mesmo tempo temos uma
disseminação dos valores democráticos pelo mundo: 112 de 182 integrantes da ONU
adotam o modelo democrático (é claro que com muita variação e contornos).
Comércio internacional e
fluxo de capitais
A explosão do comércio
internacional, que está ligado por um lado, à redução das tarifas de importação
no mundo inteiro, e por outro, pelos investimentos das transnacionais pelo
mundo criando circuitos produtivos globais. É lógico que os países
desenvolvidos controlam uma expressiva quantidade desse comércio global.
Há de se destacar,
igualmente o intenso fluxo de capitais que ocorrem por meio dos investimentos
internacionais. Esses investimentos podem ser produtivos (instalação de
fábricas ou aquisição de infraestrutura), ou financeiros (capitais investidos
na compra de títulos públicos ou ações negociadas nas bolsas de valores mundo
afora). Quase a totalidade desses investimentos parte de países desenvolvidos
e, pode-se dizer que a maioria deles se destina aos próprios países
desenvolvidos. Pode-se dizer que no mercado financeiro hegemonia dos países
desenvolvidos sob a égide incontestável dos Estados Unidos é ainda maior que a
concentração do poder industrial ou mesmo comercial.
Por outro lado, a carência
de recursos financeira dos países subdesenvolvidos e a homogeneização da ideia
de industrialização e do padrão de consumo, fazem com que muitos países passem
a contrair empréstimos, acarretando num endividamento externo e na dependência
econômica desses países em relação às instituições internacionais de crédito e às
grandes potências financeiras e econômicas.
Esmorecimento das
fronteiras nacionais e a DIT
Trata-se do “desmanchar”
das fronteiras nacionais e formação de grupos de interesses como o G-7 (EUA,
Grã-Bretanha, Alemanha, França, Canadá, Itália e Japão) e mercados regionais e
intercontinentais como a Nafta a Comunidade Europeia e o MERCOSUL.
Tem-se ao mesmo tempo uma
grande dificuldade em determinar a origem de determinados produtos, ou seja, a
DIT (divisão internacional do trabalho), gerando muitas vezes o subemprego nos
países periféricos. Na atualidade temos uma divisão internacional do trabalho,
onde algumas áreas mantêm o monopólio da pesquisa científica e do poder
político, outras produzem e outras se limitam ao consumo. Para entender melhor
essa lógica devemos levar em conta um novo processo produtivo que passa pela:
Invenção – que pode
acontecer em inúmeros países e pode ter uma aplicação imediata ou não.
Decisão – as invenções
dependem daqueles que possuem o poder de decisão, mas esses devem ter em suas
mãos o processo inventivo, ou seja, na sociedade contemporânea e imprescindível
que se tenha a posse dos meios de idealização e das informações (como os
laboratórios e universidades).
Produção – A multiplicação
e a venda das mercadorias, que pode ocorrer em locais diferentes das fases
anteriores.
Consumo – A distribuição
do produto que e vendido e consumido pelas massas “colonizadas”.
Disseminação da
“tolerância” e da consciência ecológica
Um dos efeitos do processo
de globalização e a disseminação de preocupações universais comuns a todos os
seres humanos, como o aumento da consciência ecológica, a vontade de se
estabelecer uma determinada ética no trabalho, ou ainda a redução da
discriminação motivada por sexo, raça e religião.
Padronização cultural
Num mundo globalizado os
produtos aspiram a se tornar verdadeiros objetos de culto. Quando isso
acontece, os produtos podem contar com um mercado que compreende a população
endinheirada de todo o planeta. Isso pode levar muitas vezes a uma padronização
da cultura.
Mas, ao mesmo tempo temos
um conflito esquizofrênico, onde de um lado temos a ubiquidade, a padronização,
e de outro um impulso de muitos indivíduos em busca das suas raízes.
Fonte: imagohistoria
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