quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

A globalização tecnológica cibernética pós Guerra Fria





O processo de globalização recente é marcado pelo prevalecimento do sistema capitalista sob a égide dos Estados Unidos. Como consequência, essa fase da globalização é marcada pelo domínio irrestrito do dólar e do inglês e da disseminação dos valores culturais norte-americanos. Alguns especialistas chamam essa fase da globalização de americanização. Entre as características dessa terceira fase pode-se destacar:


O domínio das transnacionais

Uma das características do processo recente da globalização diz respeito ao domínio de grandes corporações que detém grandes investimentos espalhados por todo o planeta, as transnacionais. A nacionalidade da maioria dessas corporações é norte-americana, europeia ou japonesa.

Deve-se lembrar de que por mais que essas transnacionais tenham fábricas e investimentos espalhados por todo a mundo o centro de decisões e os altos postos de comando se localizam no país sede, que recebe todos os lucros repatriados obtidos no mundo inteiro.

Como possuem capital para investir no desenvolvimento científico essas transnacionais acabam detendo o monopólio da tecnologia.

Outra característica importante em relação às transnacionais é o processo de fusão de grandes empresas nacionais ou internacionais formando gigantescos conglomerados. Um exemplo é a indústria bélica norte-americana, que de 15 grandes conglomerados no início da década de 1990 se transformaram em apenas quatro.

Esses grandes conglomerados dão origem a um processo conhecido como “deslocalizações”, ou seja, permite que as transnacionais se desvinculem dos Estados Nacionais, fazendo ao contrário, com que este se submeta às leis do capital mundial. À resistência dos Estados Nacionais aplicar-se-ão sansões dos “mercados” do volátil capital mundial.

Instituições “multilaterais” e valores democráticos

Trata-se da criação de instituições econômicas “multilaterais”, como o Fundo Monetário Internacional (empréstimos de dinheiro e intermediário entre bancos e devedores); Bird (Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento ou Banco Mundial) que na atualidade financia programas de desenvolvimento; e o que hoje é denominado de OMC (Organização Mundial do Comércio), com poderes de tribunal comercial mundial.

Ao mesmo tempo temos uma disseminação dos valores democráticos pelo mundo: 112 de 182 integrantes da ONU adotam o modelo democrático (é claro que com muita variação e contornos).

Comércio internacional e fluxo de capitais

A explosão do comércio internacional, que está ligado por um lado, à redução das tarifas de importação no mundo inteiro, e por outro, pelos investimentos das transnacionais pelo mundo criando circuitos produtivos globais. É lógico que os países desenvolvidos controlam uma expressiva quantidade desse comércio global.

Há de se destacar, igualmente o intenso fluxo de capitais que ocorrem por meio dos investimentos internacionais. Esses investimentos podem ser produtivos (instalação de fábricas ou aquisição de infraestrutura), ou financeiros (capitais investidos na compra de títulos públicos ou ações negociadas nas bolsas de valores mundo afora). Quase a totalidade desses investimentos parte de países desenvolvidos e, pode-se dizer que a maioria deles se destina aos próprios países desenvolvidos. Pode-se dizer que no mercado financeiro hegemonia dos países desenvolvidos sob a égide incontestável dos Estados Unidos é ainda maior que a concentração do poder industrial ou mesmo comercial.

Por outro lado, a carência de recursos financeira dos países subdesenvolvidos e a homogeneização da ideia de industrialização e do padrão de consumo, fazem com que muitos países passem a contrair empréstimos, acarretando num endividamento externo e na dependência econômica desses países em relação às instituições internacionais de crédito e às grandes potências financeiras e econômicas.

Esmorecimento das fronteiras nacionais e a DIT


Trata-se do “desmanchar” das fronteiras nacionais e formação de grupos de interesses como o G-7 (EUA, Grã-Bretanha, Alemanha, França, Canadá, Itália e Japão) e mercados regionais e intercontinentais como a Nafta a Comunidade Europeia e o MERCOSUL.

Tem-se ao mesmo tempo uma grande dificuldade em determinar a origem de determinados produtos, ou seja, a DIT (divisão internacional do trabalho), gerando muitas vezes o subemprego nos países periféricos. Na atualidade temos uma divisão internacional do trabalho, onde algumas áreas mantêm o monopólio da pesquisa científica e do poder político, outras produzem e outras se limitam ao consumo. Para entender melhor essa lógica devemos levar em conta um novo processo produtivo que passa pela:

Invenção – que pode acontecer em inúmeros países e pode ter uma aplicação imediata ou não.

Decisão – as invenções dependem daqueles que possuem o poder de decisão, mas esses devem ter em suas mãos o processo inventivo, ou seja, na sociedade contemporânea e imprescindível que se tenha a posse dos meios de idealização e das informações (como os laboratórios e universidades).

Produção – A multiplicação e a venda das mercadorias, que pode ocorrer em locais diferentes das fases anteriores.

Consumo – A distribuição do produto que e vendido e consumido pelas massas “colonizadas”.

Disseminação da “tolerância” e da consciência ecológica

Um dos efeitos do processo de globalização e a disseminação de preocupações universais comuns a todos os seres humanos, como o aumento da consciência ecológica, a vontade de se estabelecer uma determinada ética no trabalho, ou ainda a redução da discriminação motivada por sexo, raça e religião.

Padronização cultural

Num mundo globalizado os produtos aspiram a se tornar verdadeiros objetos de culto. Quando isso acontece, os produtos podem contar com um mercado que compreende a população endinheirada de todo o planeta. Isso pode levar muitas vezes a uma padronização da cultura.


Mas, ao mesmo tempo temos um conflito esquizofrênico, onde de um lado temos a ubiquidade, a padronização, e de outro um impulso de muitos indivíduos em busca das suas raízes.

Fonte: imagohistoria

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