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E complementa: “Muitos dos
nossos sistemas evoluíram além daquilo que tínhamos imaginado, mesmo há dez
anos. E ainda insistimos em um sistema educacional construído há 300 anos.”
Mazur complementa: “Na sala de aula, existe uma pessoa falando em frente aos
alunos, que anotam tudo o que ele diz… e os professores estão satisfeitos em
ser o centro das atenções na sala de aula, principalmente porque a maioria
deles não se dá conta de quão pouco seus alunos aprendem”.
Para lidar com esta
criança e adolescente já nascido no Século XXI, Sikka defende que a escola
abandone o conceito de educação, no sentido de apenas adquirir conhecimentos
(quase sempre organizados para passar no vestibular), para adotar o que chamou
de “learnability”, algo como capacidade de aprender a aprender. Mazur defende
uma abordagem ainda mais interessante, o ensino ativo, em que cada aluno se
torna proativo na construção do seu conhecimento, a partir de aprendizagem por
pares. Isto, de certa forma, vai de encontro a crescente demanda de autonomia,
mas também pela nova mentalidade líquida destes jovens. Na mentalidade líquida
para que decorar se você pode acessar rapidamente a informação?
Daí, o constante desafio
encontrar o que não pode ser aprendido com o Google? No World Economic Forum
também foram discutidas quais são as habilidades que serão cada vez mais
demandadas no futuro e capacidade de resolução de problemas complexos lidera a
lista, seguido de pensamento crítico, criatividade, e de outras como
inteligência emocional e flexibilidade cognitiva, em resumo, habilidades e
capacidades típicas dos empreendedores.
Imagem: caetanearaltamira |
Estas novas demandas
representam novos desafios para as escolas, porque a partir da capacidade de
resolver problemas complexos, por exemplo, ficaria mais interessante discutir a
crise hídrica em São Paulo em uma aula de soluções para os desafios atuais e
não parcializada (e decorada) nas provas de biologia, química e geografia. E o
debate sobre Tiradentes e sua incrível semelhança com Jesus Cristo ficaria mais
curioso a partir do desenvolvimento do pensamento crítico junto com as aulas de
história e o impacto da comunicação nas pessoas.
Marcelo Nakagawa é
professor de empreendedorismo e inovação do Insper e diretor de
Empreendedorismo da FIAP
Fonte: http://blogs.pme.estadao.com.br/
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