Ao longo da história da
humanidade, diversas doenças acometeram e ainda acometem a população mundial.
Países mais pobres são alvo de grande parte das mazelas sociais e com elas as
doenças por falta de saneamento, falta de alimentação e principalmente, falta
de interesses governamentais.
Aqui no Brasil enfrentamos
há séculos doenças que são transmitidas por insetos que já deveriam ter sido
combatidas. O episódio da Revolta da Vacina, explica bem a confusão
ocasionada pela imposição das vacinas à população, mas não deixa claro o
interesse real do governo da época em resolver definitivamente o problema tendo
em vista que até nossos dias as cidades brasileiras, sejam elas grandes ou
pequenas, ainda enfrentam os problemas de falta de saneamento básico.
Antes de começarmos a
falar sobre a história da vacina, vamos saber um pouco o que são as vacinas.
O QUE são vacinas?
As vacinas são substâncias
biológicas introduzidas nos corpos das pessoas a fim de protegê-las de doenças.
Na prática, elas ativam o sistema imunológico, "ensinando" nosso
organismo a reconhecer e combater vírus e bactérias em futuras infecções.
Para isso, são compostas
por agentes semelhantes aos microrganismos que causam as doenças, por toxinas e
componentes desses microorganismos ou pelo próprio agente agressor. Nesse
último caso, há versões atenuadas (o vírus ou a bactéria enfraquecidos) ou
inativas (o vírus ou a bactéria mortos).
Ao ser introduzida no
corpo, a vacina estimula o sistema imunológico humano a produzir os anticorpos
necessários para evitar o desenvolvimento da doença caso a pessoa venha a ter
contato com os vírus ou bactérias que são seus causadores.
A aplicação de vacinas, em
alguns casos, causa reações como febre, dor em torno do local da aplicação e
dores musculares.
QUANDO as vacinas foram criadas?
Os primeiros vestígios do
uso de vacinas, com a introdução de versões atenuadas de vírus no corpo das
pessoas, estão relacionados ao combate à varíola no século 10, na China. Porém, a
teoria era aplicada de forma bem diferente: os chineses trituravam cascas de
feridas provocadas pela doença e assopravam o pó, com o vírus morto, sobre o
rosto das pessoas.
Foi em 1798 que o termo “vacina” surgiu pela primeira vez,
graças a uma experiência do médico e cientista inglês Edward Jenner. Ele ouviu relatos
de que trabalhadores da zona rural não pegavam varíola, pois já haviam tido a
varíola bovina, de menor impacto no corpo humano. Ele então introduziu os dois
vírus em um garoto de oito anos e percebeu que o rumor tinha de fato uma base
científica. A palavra vacina deriva justamente de Variolae vaccinae, nome
científico dado à varíola bovina.
Em 1881, quando o
cientista francês Louis Pasteur começou
a desenvolver a segunda geração de vacinas, voltadas a combater a cólera
aviária e o carbúnculo, ele sugeriu o termo para batizar sua recém-criada
substância, em homenagem a Jenner.
A partir de então, as
vacinas começaram a ser produzidas em massa e se tornaram um dos principais
elementos para o combate a doenças no mundo.
QUEM produz vacinas?
No Brasil, as vacinas
distribuídas em postos de saúde são produzidas por laboratórios nacionais,
internacionais ou por institutos especializados ligados ao poder público, como
o InstitutoButantan (do governo do Estado de
São Paulo) ou a Bio-Manguinhos (do governo federal).
A decisão sobre quais
vacinas serão produzidas é feita a partir do planejamento anual da CGPNI
(Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações), em parceria com os
órgãos produtores. São levados em conta, por exemplo, a incidência de
determinada doença, os agentes envolvidos nela e a capacidade de produção dos
laboratórios.
Essas instituições enviam
então os produtos a centrais de distribuição, órgãos governamentais
responsáveis por embalar, armazenar na temperatura adequada e distribuí-los por
todo o país.
No caso da gripe,
por exemplo, cujo vírus muda constantemente, o processo de formulação da vacina
é feito sob outra lógica. “Durante todo um ano, países do mundo ficam
analisando os vírus que são coletados. Duas vezes por ano, a OMS(Organização Mundial da Saúde) define quais vão compor a vacina do ano
seguinte”, diz o médico Expedito José de Albuquerque Luna, professor da
Faculdade de Medicina da USP e diretor do Departamento de Vigilância
Epidemiológica do Ministério da Saúde entre 2003 e 2007.
As vacinas são definidas no outono de cada hemisfério,
já que os surtos de gripe geralmente acontecem no inverno. A partir de então,
tem início uma corrida contra o tempo para desenvolvê-las. A corrida também
acontece no caso de epidemias, como a do H1N1, que aumentam a procura pela substância
e, consequentemente, a sua produção. No mercado internacional, destacam-se as
produtoras multinacionais GSK, Merck, Sanofi e Pfizer.
QUAIS são as vacinas mais esperadas atualmente?
Parte
do obstáculo para que essas vacinas sejam desenvolvidas é político: essas
doenças prevalecem principalmente em países pobres e não há interesses
econômicos, por parte da indústria farmacêutica, para voltar seus esforços a
elas.
No Brasil, ao menos quatro
institutos trabalham para desenvolver a vacina para a dengue: o grupo
farmacêutico privado francês Sanofi, o Instituto Butantan, ligado ao governo
paulista, a empresa farmacêutica japonesa Takeda PharmaceuticalCompany e o instituto Bio-Manguinhos,
ligado ao governo federal.
A Sanofi já teve sua vacina
aprovada no país, pela Anvisa, para uso pediátrico e adulto, dos 9
aos 45 anos de idade. O governo prevê que elas chegarão às clínicas privadas no
valor de R$ 400 a dose - sendo que serão necessárias três doses para garantir a
efetividade. O valor, similar ao da vacina contra HPV, reduz a possibilidade de
que ela seja incorporada ao SUS.
O segundo processo mais
avançado é o do Instituto Butantan. Ele desenvolve a vacina em parceria
com o National Institutes of Health, o
Instituto Adolfo Lutz e o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
USP, com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Atualmente, o projeto
está na fase de ensaios clínicos, basicamente, testes necessários para a
aplicação e produção em larga escala.
Espera-se que o produto final, que será aplicado em apenas uma dose,
esteja disponível em 2018.
O desenvolvimento da
vacina contra HIV
também está em andamento. Em março, a empresa francesa Biosantech apresentou resultados
preliminares de uma vacina experimental contra o vírus causador da Aids. A
vacina pode ser usada, no futuro, junto com o coquetel antirretroviral.
Outros institutos de
pesquisa pelo mundo também têm se dedicado à questão. Recentemente, dois
estudos, um publicado pela "Science"
e outro pela “Nature”, mostraram
que anticorpos potentes, retirados de pacientes que têm uma resistência
maior, podem ser clonados e usados para
combater o vírus.
Em 2014, recursos globais
investidos na pesquisa de vacinas contra o HIV chegaram a US$ 841 milhões. Em
maio de 2016, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids) fez
um apelo por mais recursos e colaboração entre governos, cientistas e o setor
privado para as pesquisas feitas nesse sentido.
QUAL o caminho das vacinas até a população?
As vacinas passam por uma
avaliação feita pelo INCQS (Instituto Nacional de Controle de
Qualidade em Saúde) e, após liberação, são enviadas para os Estados. Em casos
de substâncias importadas, elas devem ser liberadas pela Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária) após passarem pela alfândega.
O governo envia então,
mensalmente, as vacinas aos Estados, que são responsáveis por distribuí-las aos
municípios, de acordo com as necessidades locais. São 40 mil UBS (Unidades Básicade Saúde) em todo o país que recebem os imunobiológicos.
Para definir o número de
doses enviadas a um Estado, as unidades da federação devem notificar
previamente o governo sobre a necessidade local, levando em consideração o
tamanho do público-alvo, a situação epidemiológica (a distribuição da doença na
população) e os estoques federal e estaduais.
O Ministério da Saúde oferta gratuitamente no SUS 17 tipos de vacinas
recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), para todas as faixas etárias. São 400 milhões
de doses de imunobiológicos disponibilizadas anualmente, para combater mais de
20 doenças. O investimento da pasta na oferta de vacinas cresceu 225%, passando
de R$ 1,2 bilhão, em 2010, para R$ 3,9 bilhões, este ano de 2016.
O sistema nacional é
elogiado por médicos, dada a dimensão territorial do país. Ao mesmo tempo,
gargalos na rede de distribuição fazem com que as substâncias muitas vezes não
cheguem ao destino ou cheguem já vencidas. Problemas alfandegários, escassez
mundial, alta da procura devido a epidemias e modificação das substâncias estão
entre os principais problemas de distribuição no Brasil. Outro motivo para o
atraso na entrega de vacinas no país é a demora na adaptação de certas
substâncias aos padrões estabelecidos internacionalmente.
Por vezes, quando a
procura é maior que a oferta, seja porque o número de doses encomendadas não
foi recebido ou por outra questão pontual, a vacina é restrita a grupos de risco:
recém-nascidos, profissionais com risco de contato com sangue, pacientes que
farão hemodiálise etc.
COMO funciona o Programa Nacional de Imunizações?
Por prevenção, é
recomendado que crianças sejam vacinadas logo cedo - assim que o sistema imune
estiver desenvolvido o suficiente para responder a substâncias particulares.
Dependendo do tipo de vacina, é necessário tomar mais de uma dose, e em
diferentes etapas da vida, para adquirir a “imunidade completa”.
Com isso em mente, muitos
governos estabelecem um calendário de vacinação que orienta os cidadãos sobre
quando, como e por que vacinar seus filhos.
No Brasil, esse calendário
é estabelecido pelo PNI (Programa
Nacional de Imunizações), criado em 1973 pelo Ministério da Saúde e desde então responsável por organizar a
política de vacinação da população brasileira no geral.
Em 1980, o PNI organizou a
primeira Campanha Nacional de Vacinação contra a poliomielite, com o objetivo
de vacinar todas as crianças menores de cinco anos de idade em um único dia. O
último caso da doença no país foi notificado nove anos mais tarde, na Paraíba.
O programa tem atualmente
como meta a eliminação do sarampo e do tétano neonatal, além da redução da
ocorrência de outras doenças como a difteria, coqueluche, tétano acidental,
hepatite B, meningites, febre amarela, tuberculose, rubéola e caxumba.
Recentemente, o PNI disponibilizou também um aplicativo que permite gerenciar
cadernetas de vacinação cadastradas pelo usuário, além de fornecer informações
sobre as vacinas do calendário e campanhas de vacinação sazonais.
POR QUE existem pessoas que são contra as vacinas?
Revolta da Vacina |
Contestações a vacinas existem
desde que as primeiras campanhas para vacinação foram organizadas. Elas são
feitas a partir de argumentos que evocam a ética, a efetividade e a segurança
dessas substâncias.
No Brasil, um episódio
épico nesse sentido marcou a primeira campanha de vacinação lançada pelo
governo federal.
Foi em 1904, no Rio de Janeiro, quando o Estado lançou uma campanha de
vacinação obrigatória para combater a varíola.
O projeto, no entanto, foi
aplicado de forma autoritária: com pouca informação dada à população, agentes
sanitários invadiram casas e vacinaram pessoas à força, provocando uma grande
reação popular, que entrou para a história nacional como a “Revolta da Vacina”. Boa parte da população não sabia do que se
tratava a substância e temia ser infectado pelo vírus da doença a partir da
injeção.
Críticos contemporâneos
questionam a forma como as vacinas são desenvolvidas, por exemplo, ou
argumentam contra a obrigatoriedade da vacinação, que atacaria liberdades
individuais. Há ainda a alegação de que o número excessivo de substâncias que
devem ser tomadas seja prejudicial e dê origem a vírus e bactérias mais
resistentes.
Cientistas afirmam que o
desconhecimento sobre o tema e a existência de inúmeros boatos e informações
sem embasamento científico sejam responsáveis por um grande número de
ocorrências de doenças que poderiam ser evitadas, caso as instruções sobre
vacinação fossem seguidas.
No Brasil, o movimento
antivacina também tem seus
representantes. Uma pesquisa encomendada pelo Ministério da Saúde em 2014
constatou que a média de vacinação no país era de 81,4%, enquanto que entre os
mais ricos era de 76,3%.
Por se tratar da parcela
da sociedade com renda mais alta, a diferença não se dá devido à falta de
acesso, mas porque muitos pais se recusam a vacinar seus filhos, por
diversos motivos. Entre eles estão o excesso de vacinas no calendário oficial (eles questionam se é
necessário injetar tantas substâncias nas crianças) e a falta de confiança no sistema nacional.
Para especialistas, a
escolha pode ter sido responsável pelo surgimento de casos de sarampo na Vila Madalena,
bairro nobre de São Paulo, em 2011.
O grande número de vacinas
no calendário oficial também preocupa alguns pais, como a editora Natália
Coltri Fernandes. “Falei isso para o meu pediatra e ele disse que podíamos
esperar, observar as demandas do corpo [da minha filha], o funcionamento de seu
organismo”, disse ela ao Nexo.
Escolas, públicas e
privadas, exigem a carteirinha de vacinação para realizar a matrícula das
crianças. Mães e pais na mesma situação de Fernandes podem fazer a matrícula
caso tenham um atestado do médico justificando a ausência das vacinas.
NO MUNDO: O papel da OMS
A OMS (Organização Mundial da
Saúde), órgão vinculado à ONU (Organização das Nações Unidas), desempenha papel
fundamental no combate a doenças no nível internacional. Em particular, em
países subdesenvolvidos.
Em 2012, a OMS aprovou o Plano de Ação
Global de Vacinas, estratégia debatida e firmada pelos 194
países-membros da organização, para ser implementada durante os dez anos
seguintes. Entre as metas está apresentar novas e melhores vacinas e
tecnologias, fortalecer a imunização rotineira e melhorar o controle de doenças
bem conhecidas.
O plano, porém, é
criticado por algumas organizações, como a Médicos Sem Fronteiras, por ignorar
particularidades de alguns países, como a dificuldade de acesso a postos de
saúde.
"Concentrar-se nas
novas vacinas sem impulsionar os sistemas existentes não é uma estratégia que
irá beneficiar a maioria das crianças. Não podemos simplesmente direcionar
esforços para novas criações enquanto estivermos falhando em garantir os
direitos básicos", criticou a médica Estrella Lasry no site da
organização.
Lasry cita, entre outros
pontos, a falta de profissionais treinados nesses países para aplicarem
injeções, o custo de transporte para populações que vivem em áreas remotas e o
fornecimento de energia elétrica instável para manter as substâncias
devidamente refrigeradas. “Atualmente, é baixo o investimento em vacinas
adaptadas, acessíveis às pessoas de maneira mais simples, e o fato do novo
Plano de Ação não ter dado mais atenção a isto é algo muito preocupante”, disse
a médica.
Em 2015, a OMS alertou que as metas globais de
vacinação estavam "fora dos trilhos". Segundo a agência, uma em cada
cinco crianças no mundo não recebe as vacinas básicas.
Um relatório divulgado
pela agência naquele ano mostrou que os medicamentos não estão sendo entregues
de forma equitativa ou confiável. Apenas um dos seis objetivos previstos para
2015 avançou devidamente. Entre os que falharam, estava a eliminação do sarampo
em três regiões - muitos países enfrentaram epidemias da doença nos meses
anteriores ao relatório.
Ainda assim, a OMS calcula
que as vacinações atualmente evitam entre 2 e 3 milhões de mortes por ano.
Fonte: Nexo
Imagens: Google Imagens
gostei uma forma de apredizagem para quem nao conhece a forma de prevenção e a importancia de cada vacina
ResponderExcluirRelação q vacina é um descauso com a população, dizem que não é pra ficar sem vacinar e chega na hora não tem vacina. É a necessário tomar a vacina pra não pegar gripe né Então
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