Assim que os Portugueses
chegaram no Brasil encontraram alguns grupos indígenas que se destacavam pelo
uso de grandes discos de madeira nos lábios e nas orelhas, e passaram a ser
chamados de Aymorés ou Botocudos (índios que usam o Botoque).
Botoques ou discos
labiais, são ornamentos feitos da madeira extraída da árvore
"Barriguda" (Bombax ventriculosa). Esses discos são perfeitamente
lixados, a madeira é desidratada no fogo ficando leve e esbranquiçada. É comum
que o botoque seja pintado com riscos geométricos. Somente os homens esculpiam
os botoques, mesmo aqueles usados pelas mulheres. As orelhas das crianças eram
furadas aos sete anos de idade, mais ou menos e os lábios um pouco mais tarde.
Os botoques implantados inicialmente eram pequenos e aumentavam de tamanho
gradativamente. Em 13 de maio de 1808, o príncipe regente
dom João assinou uma carta régia mandando “fazer guerra aos índios botocudos”.
Os portugueses venceram a guerra, usando pólvora e aço e armas biológicas -
roupas e cobertores impregnados de vírus de varíola eram deixados na floresta
para uso e contaminação dos índios. Os índios que sobreviviam foram
escravizados.
Atualmente todas as populações
Aymoré ou dos Botocudos foram dizimadas, exceto seus descendentes Krenak. Os
Krenak vivem atualmente no Estado de Minas Gerais e contam 99 indivíduos.
Imaginem
agora que a tal carta regia nunca tivesse existido, e os índios Botocudos
tivessem feito sobreviver sua cultura, com o uso de seus botoques e piercings
até os dias de hoje.
Os Botocudos não
constituíam um grupo indígena único, eram índios de diferentes etnias com
algumas características em comum: como o uso dos botoques e o semi-nomadismo.
Sobre o genérico nome "botocudo" eram conhecidos os índios das etnias
Pojixá, Jiporok, Naknenuk, Nakrehé, Etwet, Krenak, entre outras.
Os
homens mais velhos usam os tradicionais botoques de ‘Árvore Barriguda’ envernizada |
Fonte: Blog Ame O Brasil / Imagens: Google Imagens
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