A maior parte das informações que absorvemos vem pelo
sentido da visão. Seja observando um objeto ou lendo um texto, via de regra,
são os olhos que nos conectam ao mundo exterior e nos permitem assimilar novos
conhecimentos. Por isso, os estímulos visuais são tão importantes na sala de
aula, eles não apenas despertam o interesse e a curiosidade dos alunos, mas
podem ajudar os estudantes a reterem melhor o conteúdo.
Quando enxergamos o que estamos aprendendo, nos tornamos
mais ativos no processo de ensino e, quanto mais participamos, mais fácil será
ativar a memória posteriormente. Mesmo sabendo disso, muitos professores seguem
adotando o modelo mais tradicional de aula, no qual ele profere uma palestra e
os pupilos escutam. Embora essa exposição de conteúdos seja essencial para
transmitir o conhecimento, ela pode se beneficiar muito de ferramentas visuais.
O primeiro passo é lembrar-se de sempre levar a apresentação
visual em consideração durante o planejamento das aulas. Além de contar com estímulos
visuais como imagens, vídeos, mapas, ilustrações ou gráficos, é importante
repetir a apresentação desses estímulos, pois apenas sendo exposto diversas
vezes ao mesmo conteúdo é que nosso cérebro consegue memorizar a informação. O
objetivo é que o estudante consiga formar uma imagem do assunto, uma abstração
dos conceitos estudados que o ajude a ter mais de uma perspectiva sobre o mesmo
tópico.
Retenção de informações
A chave do aprendizado é a retenção de informações, o que se
consegue por meio de algumas práticas simples: a visualização, a repetição e a
retomada. A retomada de dados é o que se costuma trabalhar em testes e provas,
quando o aluno deve recuperar o que guardou na memória. Mas a retomada pode
ocorrer regularmente durante as aulas, com exercícios que forcem o estudante a
vasculhar seus arquivos mentais.
Cada vez que o cérebro “acessa” uma
informação, ela se fixa mais ao repertório de informações em uso da mente e
corre menos risco de ser esquecida.
Isso supõe uma mudança de foco na sala de
aula: não se deve pensar apenas no que o professor pode ensinar, mas também, e
principalmente, no que o aluno consegue aprender.
Considerando-se que 90% das informações que chegam ao
cérebro o fazem pela visão e que o cérebro leva apenas um décimo de segundo
para assimilar uma imagem, o ensino visual tem um enorme potencial na mão dos professores.
Para facilitar a retenção do lado dos estudantes, podemos ter uma lista de lembretes rápidos e precisos para auxiliar os professores na
tarefa de dar um aspecto visual a suas aulas.
As principais dicas para lidar com estímulos visuais
– Imagens coloridas retém a atenção humana por mais de 2
segundos, enquanto imagens em preto e branco nos prendem por apenas dois terços
de um segundo.
– Imagens facilitam a organização de ideias complexas.
– Imagens com pessoas, lugares e objetos (ao invés de linhas
ou formas abstratas) se comunicam melhor com nossa mente.
– Imagens que apresentem informações já conhecidas ao lado
de informações novas facilitam as conexões cerebrais dos alunos.
– As imagens devem ser claras: figuras desfocadas ou com
pouca definição causam desagrado e afastam o estudante.
Em resumo, o uso de estímulos visuais busca atrair e manter
a atenção dos alunos para que o conhecimento seja bem sedimentado sem riscos de
esquecimentos. Se você costuma usar outras técnicas na sua instituição,
compartilhe conosco.
O USO DE VÍDEOS NA APRENDIZAGEM
Já faz algum tempo que a palavra feedback está em nosso
vocabulário. Expressão comum nas empresas, especialmente nas multinacionais,
feedback nada mais é do que o ato de dar retorno a alguém sobre algo. Em tempos
de educação a distância, modalidade marcada pela tecnologia, o feedback também
pode ser encontrado nas salas de aula online.
Em um artigo recente no site
Edudemic, Scott Hayden, especialista na área, disse que o vídeo é a melhor
forma de dar e receber feedback dos alunos. E, é, claro, explicou o porquê.
Sua justificativa é simples: familiaridade. Em tempos de
YouTube, não é exagero dizer que os jovens estão acostumados a consumir
informação a partir desse tipo de mídia e que, por vezes, até preferem o vídeo
a um livro. Além disso, os vídeos proporcionam um tipo de experiência que é
cheia de detalhes, porque tem imagem em movimento e som, e, mais do que isso,
que está totalmente de acordo com os hábitos dos estudantes.
Na opinião de Hayden, o feedback por vídeo dá ao professor a
chance de avaliar outras características do aluno, que vão além do conhecimento
adquirido. Para fazer um vídeo, eles precisam colocar em prática seus
conhecimentos de tecnologia, de ferramentas disponíveis e ainda mostrar suas
habilidades comunicacionais. Do lado do professor, por vídeo, é possível dar um
retorno mais pessoal, direcionado àquele aluno em específico.
Benefícios dos vídeos para os professores:
– Com o vídeo, se faz um uso mais eficiente do tempo de
feedback, uma vez que é possível dar até exemplos visuais para o aluno,
detalhando as respostas aos seus questionamentos;
– Com a ajuda da computação na nuvem, é possível
compartilhar o vídeo com facilidade;
– Até o YouTube pode ser usado: basta ajustar as
configurações para tornar o canal privado para que ninguém, além do aluno,
possa acessá-lo;
– Uma vez enviado pelo estudante, o professor pode acessar o
vídeo de qualquer dispositivo.
Benefícios dos vídeos para os estudantes:
– O vídeo pode servir para consultas e revisões em tempos de
avaliações, uma vez que é um arquivo que pode ficar guardado no computador ou
na nuvem e ser acessado de qualquer dispositivo;
– Os alunos podem fazer uma pausa no feedback, e fazer
alterações e melhorias em seu próprio vídeo antes de enviá-lo;
– Para o estudante, o feedback é mais divertido, detalhado e
pessoal.
Um outro texto publicado no mesmo site, mas de autoria de
Katie Lepi, traz um infográfico sobre o impacto do vídeo na educação. Dentre as
várias transformações, a autora destaca alguns números e conclusões que
corroboram com a teoria de Hayden de que o vídeo veio para ficar na educação, e
não só a distância. E, mais do que isso, se tornou uma ferramenta educacional
que vai muito além do passar um filme na sala de aula. O infográfico é de
autoria da Cisco, importante empresa de tecnologia, e reflete o uso do vídeo na
educação nos Estados Unidos.
– O vídeo está se tornando o canal de comunicação preferido;
– O vídeo ajuda os alunos a se tornarem ativamente
envolvidos em sua aprendizagem;
– O vídeo ajuda a maximizar os recursos da escola;
– Ele aumenta o engajamento e entusiasmo entre os alunos;
– O vídeo pode ajudar a facilitar a colaboração;
– O vídeo é apropriado para vários estilos de aprendizagem;
– Ele ajuda a melhorar os resultados dos estudos;
– 68% dos professores acreditam que o conteúdo de vídeo
ajuda a estimular discussões;
– 66% acreditam que ajuda a aumentar a motivação do
estudante;
– 55% acreditam que ele ajuda os professores a serem mais
criativos;
– 62% acreditam que ele ajuda os professores a serem mais
eficazes;
– 91% dos estudantes Universidade de Massachusetts sentiu
que o uso de vídeo-palestra ajudou no aprendizado do material do curso;
– 44% dos estudantes do ensino médio pontuaram mais alto em
seus exames quando o material foi apresentado em formato de vídeo.
Grande parte desses números e conclusões dizem respeito à
realidade norte-americana, mas é preciso lembrar que, em tempos de internet,
alunos, e ainda mais os do ensino a distância, são cada vez mais parecidos. E
que, no Brasil, o YouTube já é campeão de audiência há anos. Se você ainda não
experimentou o vídeo na sua instituição, a hora é agora. Se você já aposta no
vídeo ou em outro tipo de ferramenta que acredita ser mais eficiente para fazer
feedback com alunos e professores, compartilhe conosco.
Fonte: desafiosdaeducacao.com.br / Guia do Estudante
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