Laboratórios móveis,
redes, inteligências colaborativas, geolocalização, aprendizado baseado em
jogos, conteúdo aberto. Achou essa lista futurista demais para ser usado em
escala nas escolas do Brasil, públicas e privadas? Talvez ela não seja tão
inalcançável assim. O sistema Firjan reuniu um grupo de 30 especialistas para
analisar o estado do uso da tecnologia em práticas no país e fez prognósticos
sobre quais ferramentas já estarão sendo usadas em escala em um horizonte de
até cinco anos.
O estudo “AsPerspectivas Tecnológicas para o Ensino Fundamental e Médio Brasileiro de 2012a 2017: Uma Análise Regional do NMC Report”, divulgado nesta semana, identifica
12 tecnologias emergentes que têm potencial para impactar o ensino, além das
dez principais tendências e os dez maiores desafios da educação brasileira.
olly / Fotolia
Entre as 12 tecnologias
apresentadas, quatro foram apontadas entre as que devem começar a fazer parte
massivamente das salas de aula em menos de um ano: ambientes colaborativos,
aprendizagem baseada em jogos e os dispositivos móveis representados por
celulares e tablets; outras quatro estavam entre as que devem começar a ter seu
uso mais frequente em dois ou três anos: redes, geolocalização, aplicativos
móveis e conteúdo aberto; e mais quatro foram podem ser esperadas em um período
de quatro ou cinco anos: inteligência coletiva, laboratórios móveis, ambiente
pessoal de aprendizagem e aplicações semânticas. (Alguns desses termos podem
ainda não estar claros, por isso o Porvir preparou um infográfico explicativo,
confira abaixo).
Feito pela primeira vez
no Brasil, o estudo insere um capítulo regional ao já tradicional Horizon
Report, que anualmente faz previsões sobre o uso da tecnologia no universo
educacional. O panorama global permitiu também comparações entre o contexto
brasileiro e o internacional. Bruno Gomes, assessor de tecnologias educacionais
do Sistema Firjan e participante tanto da pesquisa global quanto da nacional,
ressalta alguns pontos em que nós nos distanciamos muito do mundo. “No Brasil,
a gente já consegue ver o hardware, as coisas físicas em sala de aula, como o
celular e o tablet. Mas falta a internet, então tudo que é feito na nuvem ou
depende de uma rede boa e estabilizada vem depois”, diz.
Por isso, enquanto nos
países ibero-americanos e na pesquisa global a computação em nuvem é uma
realidade esperada em um ano, os especialistas brasileiros nem sequer apostaram
nela para um panorama de até cinco anos. “Outra curiosidade é que, conteúdo
livre, que já está acontecendo no mundo, ainda não vai acontecer no Brasil
neste ano. O brasileiro ainda é apegado à autoria”, acrescenta Gomes.
Apesar das diferenças,
alguns pontos são comuns em todas as partes do mundo, principalmente no que diz
respeito aos desafios encontrados. “Formação de professores é um problema para
o mundo”, ressalta Gomes. No relatório divulgado durante o evento Conecta 2012,
que terminou hoje, os especialistas destacam também outra relevante
coincidência entre o que esperam ver no Brasil e o que está posto no mundo. “Os
30 membros do conselho deste projeto concordaram com o conselho global em
relação à tendência mais importante. Eles perceberam as portas se abrindo nas
escolas de educação básica no Brasil para modelos de aprendizado híbrido e
colaborativo”, afirmam os autores do relatório.
Fonte: http://porvir.org
Nenhum comentário:
Postar um comentário