Iniciarei essa postagem com um belíssimo texto retirado da peça: Viver sem Tempos Mortos.
O texto retrata divinamente, nas palavras de Simone de Beauvoir, o que é ser mulher.
Esta foi a forma que encontrei para homenagear a todas as mulheres que já viveram e as que vivem nesse mundo cuja religião, economia, política e o senso comum AINDA são tão machistas que precisamos ter UM DIA DA MULHER para refletirmos sobre as desigualdades de gênero.
A impressão que eu tenho é de não ter envelhecido embora eu esteja instalada na velhice. O tempo é irrealizável. Provisoriamente, o tempo parou pra mim. Provisoriamente. Mas eu não ignoro as ameaças que o futuro encerra, como também não ignoro que é o meu passado que define a minha abertura para o futuro. O meu passado é a referência que me projeta e que eu devo ultrapassar. Portanto, ao meu passado eu devo o meu saber e a minha ignorância, as minhas necessidades, as minhas relações, a minha cultura e o meu corpo. Que espaço o meu passado deixa pra minha liberdade hoje? Não sou escrava dele. O que eu sempre quis foi comunicar da maneira mais direta o sabor da minha vida, unicamente o sabor da minha vida. Acho que eu consegui fazê-lo; vivi num mundo de homens guardando em mim o melhor da minha feminilidade. Não desejei nem desejo nada mais do que viver sem tempos mortos.
Trecho da Peça VIVER SEM TEMPOS MORTOS, inspirada na
correspondência de Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre, com Fernanda
Montenegro.
UMA BREVE HISTÓRIA DO FEMINISMO
"Quem não se movimenta, não sente as correntes que o
prendem" Rosa Luxemburgo
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DENUNCIE ATOS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
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