A juventude representa
possibilidades de mudanças e inovações na sociedade. Nas décadas de 60 e 70,
jovens de várias partes do mundo iniciaram uma fase conhecida por movimento de
Contracultura. Aproveitando as mudanças pelas quais a humanidade estava
passando, como a descolonização da África e da Ásia e, principalmente, a
explosão do maio de 1968, em Paris, a juventude mundial inaugurou uma era de
rebeldia e de desapego material.
Os Mutantes, banda formada
em 1968 por Arnaldo Baptista,
Rita Lee e Sérgio Dias, com certeza marcou a
época da contracultura no Brasil.
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A principal característica
do movimento de Contracultura foi a profunda crítica ao sistema capitalista e
aos padrões de consumo desenfreado. Os jovens que integraram esse movimento de
contestação aos valores morais e estéticos da sociedade global promoviam
revoluções em seus modos de vestir.
Suas roupas e penteados tornavam-se símbolos desse universo paralelo que eles elaboraram para romper com os modismos capitalistas das elites.
Suas roupas e penteados tornavam-se símbolos desse universo paralelo que eles elaboraram para romper com os modismos capitalistas das elites.
Gilberto Gil, Gal Costa e Caetano Veloso |
Os festivais de Rock, o
consumo de drogas e a postura underground afirmavam a identidade desses jovens
que por meio da arte e da música mostravam suas posições e suas alternativas de
vida. Músicos como Jimi Hendrix e Janis Joplin entoavam o hino de luta por um
mundo mais poético e menos incerto. Esses movimentos contestatórios chegaram ao
Brasil dando origem ao grupo chamado de “Tropicália”, que contava com artistas como
Gilberto Gil, Caetano Veloso e Tom Zé.
A cantora Gal Costa na
capa da revista americana Rolling Stone nos anos 60. |
Esse movimento musical no
Brasil inovou bastante a música popular brasileira, trazendo em suas letras
versos irreverentes que rompiam com o tipo de música feito até então. Em suas
roupas e estilos também havia a influência do estilo hippie que contestava os
padrões elitistas da sociedade. O cinema brasileiro, com o cineasta Glauber
Rocha, contribuiu para o nascimento do chamado Cinema Novo, em que os filmes
criticavam a pobreza e as desigualdades sociais no Brasil.
Não se pode deixar de
mencionar também o importante papel que o escritor José Agrippino teve na
difusão de ideias revolucionárias através de seus trabalhos, pois ele retratava
temas centrais sobre alguns personagens, como Che Guevara, sinônimo de ideais
socialistas. Essas inovações inspiraram artistas brasileiros mais adiante, como
foi o caso do poeta da música Raul Seixas, que gritou ao mundo versos como
“Viva a sociedade alternativa”, empolgando o surgimento de bandas de rock and
roll no Brasil a partir da década de 1980. Assim, outros hinos foram entoados
em solo brasileiro criticando temas relacionados à política e à desigualdade
social, como nos casos das bandas Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Titãs
etc.
A contracultura nesse
sentido seria uma forma de contestação dos padrões elitistas vigentes no mundo.
A prioridade dos jovens que encabeçavam esses ideais era a de criar novas
maneiras de viver e novos estilos que se diferenciassem dos modelos eruditos
das classes dominantes. No Brasil,
portanto, houve representantes que soltaram sua voz através de sua arte, como
uma maneira de criar, antes de tudo, outra cultura fora dos padrões dominantes.
E encerramos aqui com um documentário maravilhoso .
UMA NOITE EM 67.
Imagens : Google imagens
Vídeos: Youtube
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