Foto: Ministro da Fazenda
Fernando Henrique Cardoso anunciou as medidas do Plano Real
|
O programa brasileiro
chamado Plano Real resultou no lançamento de uma nova moeda, o Real, em 1994.
O governo presidencial que
se encerrou em 1994 passou por uma série de crises. O problema inicial se deu
com o impeachment do presidente eleito por voto direto Fernando Collor de Melo.
Em seu lugar assumiu o vice Itamar Franco, que guiou o mandato até o final.
Outro problema, que já se arrastava há algum tempo, foi o da economia, com suas
graves crises financeiras e inflacionárias. A inflação atingia todo mês níveis
exorbitantes.
No final do ano de 1993, o
governo deu início a um plano econômico com o objetivo de controlar a
hiperinflação do país. O presidente Itamar Franco permitiu que o Ministro da
Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, conduzisse todo o processo, desde sua idealização
até sua execução. Fernando Henrique reuniu vários economistas para elaborar as
medidas do governo e as reformas econômicas e monetárias necessárias.
O Plano Real foi então
iniciado oficialmente no dia 27 de fevereiro de 1994 através da Medida Provisória
n° 434. A medida determinou a Unidade Real de Valor (URV) e culminou com o
lançamento do Real como nova moeda. A implantação do Plano Real se deu através
de três etapas: equilíbrio das contas públicas, criação da URV e o lançamento
do Real. Durante o debate do nome da nova moeda, cogitou-se chama-la de
Cristal, Coroa ou Cruzeiro-Cruzado, mas o nome Real vingou pelas possibilidades
publicitárias que oferecia.
O programa para
estabilização da economia passou pela desindexação da economia, por um amplo processo
de privatizações, pelo equilíbrio fiscal, pela abertura econômica, pelo
contingenciamento e por políticas monetárias restritivas.
Os efeitos imediatos do
Real refletiram-se no aumento da capacidade de consumo da população, no amplo
controle da inflação que caiu de taxas de 50% para 3%, redução da população
miserável brasileira e fortaleceu a imagem do Ministro Fernando Henrique
Cardoso, responsável pela condução do projeto, que despontou como sucessor
natural de Fernando Henrique Cardoso.
O Plano Real se mostrou o
mais eficaz programa de estabilização econômica da história do Brasil. Mas para
alcançar o sucesso foi preciso que fossem tomadas medidas como privatizações de
vários setores estatais, criação de agências reguladoras, implantação da Lei de
Responsabilidade Fiscal, liquidação ou venda da maioria dos bancos estaduais,
renegociação da dívida pública e maior abertura comercial com o exterior. Por
motivos como esses, o Plano Real também recebeu oposição no seu período de
implantação, tendo o Partido dos Trabalhadores (PT) como um dos maiores
opositores.
No lançamento do Plano
Real, esperava-se como efeitos de longo prazo a manutenção das baixas taxas
inflacionárias, o aumento do poder aquisitivo da população, a modernização do
parque industrial brasileiro e o crescimento econômico acompanhado da geração
de empregos. O Real prosperou, mostrou-se competente e é utilizado até hoje no
Brasil. Desde 1994 o Real passou por várias crises econômicas mundiais e
demonstrou capacidade de controle e recuperação, especialmente a crise de
2008-2009, que gerou uma imensa quebradeira na Europa e nos Estados Unidos, a
qual passou sem muito impacto pelo Brasil. O país, hoje, conta com uma moeda
forte e estável, sem apresentar indícios de substituição.
Fonte: História Brasileira
Nenhum comentário:
Postar um comentário