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Pears'Soap em Maximilian's Magazine - 1889
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Atualmente, o
desenvolvimento tecnológico e medicinal nos passa uma falsa impressão de que o
hábito de tomar banhos, assim como outros cuidados com a higiene pessoal, se
aprimorou com o passar do tempo. Um dos mais famosos casos que refutam essa
afirmação se encontra na própria história do Brasil, quando os portugueses se
intrigavam com o hábito dos nativos de se banharem por diversas vezes ao dia.
Contudo, as peculiaridades sobre o banho não para por aí...
Entre os antigos egípcios
é onde encontramos os mais antigos relatos sobre o hábito de se tomar banho.
Segundo documentos de mais de 3000 anos, o ato de tomar banho era sagrado e
parecia ser uma forma de purificar o espírito do indivíduo. Não por acaso, eles
tomavam cerca de três banhos em um só dia. Para muitos especialistas, o ritual
acabou afugentando essa civilização de várias epidemias e pragas comuns à
Antiguidade.
Le Bain Turc by jean August Dominique Ingres
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Na lendária civilização
cretense, os banhos faziam parte dos intervalos que ordenavam a realização de
banquetes. Sendo um dos povos que participaram da formação da civilização
grega, os cretenses tiveram essa tradição mantida pelos povos que habitaram a
Hélade. Para os gregos, o contato com a água integrava o processo de educação
de seus jovens. De acordo com as várias representações da época, o indivíduo
bem ensinado tanto dominava a leitura, assim como praticava a natação.
No decorrer da
Antiguidade, os romanos, visivelmente influenciados pela cultura grega,
ampliaram a recorrência do hábito realizando a construção das famosas termas.
Uma terma consistia em um edifício repleto de vários salões que contavam com
vestiários, saunas e diversas piscinas. Ligeiramente semelhantes aos resorts do
mundo contemporâneo, algumas dessas construções romanas também contavam com
bibliotecas, jardins e restaurantes.
Se no Império Romano as
pessoas não tinham o menor pudor de se banharem nesses locais públicos, na
Idade Média a coisa mudou bastante de figura. O papa Gregório I foi um dos mais
importantes precursores do repúdio ao banho ao dizer que o contato com o corpo
era via mais próxima do pecado. Dessa forma, o tomar banho se transformou em
uma atividade anual e acontecia em um simples barril de água. Fora disso, os
asseios diários eram feitos pelo uso de panos úmidos.
Se no Ocidente a moda do
banho estava em baixa, os povos orientais trataram de manter o hábito bem ativo
entre os seus comuns. Nos países de origem turco-árabe temos ainda hoje as
hamans, luxuosas casas de banho onde os muçulmanos tomam banho, depilam, passam
por sessões de massagem, branqueiam os dentes e se maquiam. Com o advento das
Cruzadas, entre os séculos XI e XIII, o hábito de tomar banho ganhou algum
espaço nos fins da Idade Média.
Nos séculos XVI e XVII, as
noções de saúde e doença mais uma vez se tornou uma afronta ao hábito de se
tomar banho regularmente. Nessa época, os médicos acreditavam que as doenças
consistiam em manifestações malignas que tomavam o corpo do indivíduo por meio
de suas vias de entrada. A partir dessa premissa, a classe médica concluiu que
o banho em excesso alargava os poros da pele e, com isso, deixava o sujeito
suscetível a uma doença.
Somente no século
seguinte, com a ascensão da ciência iluminista, que o banho foi redimido como
um meio de se cuidar da saúde. Contudo, as várias décadas de uma cultura avessa
ao contato do corpo com a água conseguiu manter certa resistência ao banho. Em
vários relatos do século XIX, temos a descrição de doentes que foram obrigados
a tomar banho à força.
A popularização do banho
só aconteceu de fato no Ocidente a partir da década de 1930. Nessa época, a
lavagem do corpo era realizada aos sábados, mesmo dia em que as peças íntimas
das crianças eram trocadas. Após a Segunda Guerra Mundial, o processo de
reconstrução de várias casas permitiu que os chuveiros fossem disseminados por
toda a Europa. Atualmente, nosso banho deixou de ser um ato público, mas ainda
é premissa fundamental para que os outros tenham uma boa impressão de nós
mesmos.
Diane Sortant du Bain
by Francois Bouche, século XVIII - Museu do Louvre. CURIOSIDADE
Os banhos, na Idade Média,
eram tomados numa única tina, enorme, cheia de água morna. O chefe da família
tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa. Depois, sem trocar a água,
vinham os outros homens da casa, por ordem de idade, as mulheres, também por
idade e, por fim, as crianças. Os bebês eram os últimos a tomar banho. Quando
chegava a vez deles, a água da tina já estava tão suja que era possível perder
um bebê lá dentro. É por isso que existe a expressão “não jogue fora o bebê
junto com a água do banho”. |
o banho faz muito bem para saude e nos sabemos que a saude era muito precaria
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