A
pesquisa TIC Educação revelou que as escolas públicas urbanas têm fácil acesso a
computadores, mas somente 6% os usam em
salas de aula.
Dados
são da pesquisa TIC Educação 2013, que traça um panorama nacional do uso da
tecnologia nas escolas em áreas urbanas.
Alunos
das escolas estaduais e municipais de Fortaleza, por exemplo, usam computadores
somente no laboratório de informática. Esse é um espaço que, infelizmente,
ainda concentra o uso de tecnologias nas escolas, sejam elas públicas ou
privadas.
De
uns tempos pra cá, por conta da demanda do mercado de trabalho e pelos preços
acessíveis dos computadores, as escolas brasileiras estão fazendo um maior uso
dessas máquinas. No entanto, a grande maioria dos colégios, restringem ao
espaço do laboratório de informática o uso desses equipamentos.
Quando não,
podemos identificar computadores na sala dos professores, secretaria, na sala
da direção, mas e nas salas de aula? Para especialistas, há uma urgência e
necessidade do uso desses recursos na sala de aula para beneficiar alunos e
professores. Porém, essa realidade ainda está distante e representa desafios.
Um
levantamento feito pela pesquisa TIC Educação em 2013, analisou 994 escolas das
cinco regiões do Brasil. Em 2012 a pesquisa analisou 856 escolas no país. Para esta
edição, foram entrevistados presencialmente 939 diretores, 870 coordenadores
pedagógicos, 1.987 professores e 9.657 alunos, a partir de questionários
estruturados.
Vamos
aos números:
·
- Computadores em escolas de áreas urbanas: universal;
- Em instituições públicas as máquinas estão em todas as escolas urbanas;
- Nas escolas particulares, os PC´S estão em 99%
- 76% dos alunos e professores usam notebooks e tablets no dia-a-dia fora da escola.
- Já nas particulares 99% usam equipamento de tecnologia móvel.
- 89% das instituições públicas tem computadores na sala do diretor ou coordenador, nas particulares 93% ;
- 85% das instituições públicas possuem laboratório de informática nas particulares 71%;
- Somente 6% das escolas públicas tem acesso a computadores portáteis em sala de aula, nas particulares 23%.
Os
laboratórios de informática mantém a hegemonia absoluta no uso de tecnologia em
atividades desenvolvidas pelos professores em conjunto com os alunos. Na
pesquisa, 76% dos mestres de escolas públicas disseram usar as máquinas para o
ensino nos espaços específicos, enquanto 46% afirmaram usar a tecnologia nas
salas convencionais. Nas escolas particulares, no entanto, os mestres que
aplicam as ferramentas digitais nas salas de aula chegam a 70%.
Apesar
de exaltar a larga presença dos computadores e da internet nas escolas, a
coordenadora da TIC Educação, Camila Garroux, diz achar importante que as novas
políticas públicas passem a focar agora a integração da tecnologia às práticas
pedagógicas. Esse processo, ela explica, passa por levar as tecnologias da
informação ao cotidiano de professores e alunos.
—
A sala de aula é o ambiente onde ocorrem o ensino e o aprendizado diário. Por
isso, é importante que a tecnologia esteja ao alcance dos professores e alunos
nesse espaço. No passado, os laboratórios de informática tiveram a sua
importância para as políticas públicas devido ao elevado valor das máquinas —
explica Camila.
— No entanto, com o barateamento da tecnologia e a tendência
crescente da mobilidade, é importante que esses equipamentos passem a integrar
mais as práticas pedagógicas. E isso acontece, principalmente, nas salas de
aula.
Coordenador
da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara também afirma ver com
bons olhos uma maior integração dessas ferramentas ao cotidiano de professores
e alunos. No entanto, ele ressalta que, além de benefícios, a experiência
também traz desafios.
—
A maior integração é benéfica aos estudantes, porque as ferramentas digitais já
são parte da identidade das gerações mais jovens. Para os professores, isso
também é positivo, porque lhes dá uma gama de recursos mais adequados à
realidade dos alunos. No entanto, não há dúvida de que se trata de um grande
desafio integrar essas ferramentas ao ensino nas classes.— afirma ele. — Ainda
estamos aprendendo a lidar com o fato de o aluno estar hoje conectado o tempo
todo, e isso, em muitos casos, é fonte de distrações.
Internet
lenta ainda é um grande problema.
Quanto
ao acesso à internet nas escolas, a TIC Educação também mostra que ele já é
praticamente universal, com 95% das instituições da rede pública e 99% da rede
privada conectados. A velocidade de conexão, no entanto, ainda cria um abismo
entre os dois tipos de escola: enquanto 52% das públicas declararam ter conexão
de só até 2Mbps (qualidade aquém do ideal), nas particulares esse percentual
cai a 28%.
Apesar
do predomínio da velocidade baixa, as instituições públicas registraram uma
melhora na tecnologia utilizada para acessar a rede: saltou de 57% para 71%, em
apenas um ano, o percentual de escolas conectadas com redes sem fio.
Outro
destaque da pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) é o que
trata dos tipos de máquina presentes nas escolas. Enquanto os computadores de
mesa e portáteis registraram pouca alteração em relação ao ano anterior, os
tablets saltaram de 2% para 11% nas escolas públicas — nas particulares, o
índice é de 13%.
Nesta
edição, pela primeira vez desde que começou a ser realizada, em 2010, a TIC
Educação incorporou novos indicadores que analisam o uso por professores dos
recursos educacionais obtidos na web para as atividades com os alunos.
Tanto
nas escolas públicas como nas particulares, 96% deles disseram fazer uso de
elementos buscados na rede para as aulas e, entre os elementos mais usados,
estão imagens ou fotos, textos, questões de prova e vídeos.
Questões
a serem melhoradas em sala de aula:
- · a utilização da internet pelos professores para a criação de conteúdos próprios para as aulas.
- · Apenas 21% dos mestres em escolas públicas e 23% nas particulares já publicaram na rede algum conteúdo educacional que produziram para atividades com os alunos.
Minha experiência
Eu
pessoalmente, como professora e blogueira, uso diariamente a internet para o
aprendizado dos alunos, principalmente com o uso de blog, que disponibiliza aos
alunos o conteúdo estudado e me dá a possibilidade de produzir meu próprio matéria
de estudo sem, necessariamente, ter que segui unicamente o livro didático,
possibilitando ao aluno um leque maior de informações.
Quando
utilizo, por exemplo, o celular dos alunos em sala de aula, verifico a
otimização do ensino. O computador e projetor em sala de aula também ajuda
imensamente o desenvolvimento da aula e a assimilação, curiosidade e
participação dos alunos.
E
eu digo sempre: sair da zona de conforto e experienciar novas possibilidades na
educação é o que faz a diferença e muda a perspectiva do que é aprender e
ensinar.
Vejam agora a Conecta
2012: Camila Garroux
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